Neste ano, o roteiro teve a proposta de reconstruir a vida interior, onde muitas vezes se perde em si mesmo, seja nos pecados e nas tantas agitações, e assim, perde-se da Voz do Amado e deseja fazer com que as pessoas retornem para dentro do próprio Cristo.
Taisa dos Santos, discípula da Comunidade de Aliança Shalom, foi uma das responsáveis pelos ensaios na Missão Shalom Aracaju (SE), explica um pouco sobre os bastidores desta produção. “Tivemos aproximadamente 20 dias de ensaios, e neste tempo, foi preciso realmente olhar para o nosso interior. Como essa Via Sacra nos chama a olhar para nossa vida interior e viver esse resgate na alma que encontra o esposo e que vive com ele esse momento de cruz e ressurreição contempla e aprofunda com ele”, explica.
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A Via Sacra, foi de fato, uma oração, expressada em arte, onde durante a meditação foi possível percorrer o caminho com o Próprio Cristo que deu a vida livremente e acalmou as agitações interiores
Cristo foi o primeiro a viver o caminho doloroso
Taisa conta que fazer parte do elenco foi olhar para a própria vida. ”A Via Sacra me permitiu expressar a vida de todos nós que é essa luta entre o homem velho e o homem novo e esse desejo de viver tudo com Cristo”, complementa. Ela explica que essa Via Sacra chama a olhar para a vida interior e viver esse resgate na alma que encontra o Esposo e que vive com Ele esse momento de cruz e ressurreição.
Já para Davi Neris Porto, vocacionado da Comunidade Shalom, protagonizou a Via Sacra interpretando Jesus, onde, a partir desta oportunidade, adentrar de uma forma mais profunda e não somente enxergar como um espectador que acompanhou esse caminho de Jesus.
“Me me abrir ao convite de caminhar também junto com Ele nessa via de crucificação que foi por mim, pela minha vida, pelos meus pecados, para que eu pudesse alcançar a salvação. Todo esse processo ajudou a dar mais sentido a toda a nossa vida, todo nosso caminho de Cruz”, relata o jovem.
Já sobre esta paixão de Cristo, a explicação foi dada pela missionária, Josefa Alves, que usou a narração do Evangelho de São João.
Entender a Paixão com a ótica de São João
Josefa Alves, consagrada da Comunidade de Vida Shalom, de maneira simples e objetiva, explicou a Paixão, pela narrativa de São João, e afirmou que o Retiro é o local propício para permanecer na intimidade e perseverança com Cristo. A consagrada explicou que não se pode permanecer na fragilidade dos fatos, mas com Cristo encontrar o sentido de tudo. “Não pare na superficialidade da sua dor nem dos fatos”, afirma Josefa.
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João mostra também de certa forma, a ironia, Jesus julgando o mundo, pois é o Senhor, não diminui a morte cruenta, mas dá significado profundo à relação de Deus com o Espírito que se entrega. Se nota, então, que por vezes não se quer acompanhar a Cristo na forma como Ele se revela, não se permanecer do lado da fraqueza, só querem o Cristo Glorioso, não o flagelado.
Cruz, a linguagem do amor
A cruz é a linguagem do amor, no qual Deus quis falar a nós. e quando se estiver passando pelo Vale da sombra da morte, é preciso olhar para Jesus, pois Ele passou por lá e sabe o caminho a ser seguido. “Ele quis nos encontrar nas nossas cruzes, não posso carregá-la sozinha, Ele quer carregá-la comigo. Não há cruz que seja mais forte que Ele, não importa o tamanho da dor, Ele sabe o caminho, Ele passou primeiro, Ele venceu, é com Ele que tenho que viver”, explica a missionária.
“Como posso permanecer no amor? Acolhendo a linguagem com a qual, Ele quer me amar e me resgatar. A cruz é uma passagem, na qual preciso passar, mas não permaneço na cruz. A cruz cristã leva à ressurreição e por isso não deve ser abandonada no caminho. Bendita seja a Cruz que Deus me deu, pois por ela acolherei a ressurreição.”
Para que eu permaneça significa que eu vivi aquilo que ele me propôs, e fui até o fim. Nunca estamos sozinhos e não precisamos fugir das cruzes, pois Ele nos amou até o fim”, encerra Josefa.
Serviço
Semana Santa – Missão Aracaju (SE)
Onde: Externato São Francisco de Assis
Quando: 28 – 31 de março
Maiores informações: @shalomaracaju
