Na minha janela vi o rio passar, a rua vestida de rio, sorria vendo o povo atravessar, uns com canoas, outros com “rabetas”, “voadeiras”, barcos, enfim, o povo indo “acolá”, “bem ali ó”. “Mas quando já”, que a gente chega em Afuá, Chaves, Macapá?
Aqui é possível, o barco nos leva a trafegar, trânsito agitado esse de Afuá, no rio os barcos, na terra as bicicletas, nos rostos a simplicidade, na vida a experiência de um povo que não para de trabalhar.
A arquitetura aqui é trabalhada no luxo das tábuas de madeiras, nunca pensei em ver uma cidade toda construída em cima de tábuas e cada casa com seu estilo, algumas de alvenaria e piso de lajota, outras com o toque rústico, contudo não menos bonita…
Nessa rua feita de rio o povo vai aonde quer, seja em busca de alimento, ou para visitar as comunidades vizinhas. Um rio que liga comunidades, um povo escolhido por Deus para viver a simplicidade, um povo cercado de natureza e que sabe viver a tão sonhada sustentabilidade.
Não vejo lixo nesses rios, porque o povo compreende a beleza do local e sabe conservar a beleza do mesmo,
Um povo bonito, ainda mais quando reconhecem que Deus é o seu Senhor..
Marajó de muitas histórias e vidas para contar cada uma delas…
Ao escrever tentei rimar, mas aqui nesse texto quem manda é o rio e o povo a remar,
E aqui me despeço, pois os versos ficaram nas águas a fluir por entre esse grande lençol feito de águas escuras, um rio de palavras surgiu em mim, sem rima, mas com alegria vou hoje dizer, “Obrigada Senhor por nos trazer até aqui!”
Samara Duarte – Postulante da Comunidade de Aliança
Missão de Chaves (PA)
Belo texto!! 👏🏽👏🏽👏🏽
Belo texto!! 👏🏽👏🏽👏🏽