José Ricardo Ferreira Bezerra
Iniciemos a leitura deste artigo com uma breve oração pedindo o auxílio do Espírito Santo: “Ó vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis, acendei neles o fogo do vosso amor. Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e tudo será criado e renovareis a face da terra”. Oremos: “Ó Deus que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo, Senhor nosso. Amém”.
A proposta desta seção é levar o leitor a ler e orar com a Palavra de Deus através do método da Lectio Divina. São apenas quatro passos que se forem seguidos trarão grande proveito e crescimento espiritual. São eles: leitura, meditação, oração e contemplação. Alguns acrescentam o quinto passo que é a vivência da Palavra.
Vamos então tomar neste mês, o trecho do evangelho segundo Mateus, capítulo 11, versículos 25 a 30.
“25Por aquele tempo, Jesus pôs a dizer: Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. 26Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28 Vinde a mim, vós todos que estais cansados sob o peso do vosso fardo, e eu vos aliviarei. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque eu sou manso e humilde de coração e encontrareis o descanso para as vossas almas. 30Porque meu jugo é suave e meu fardo é leve.”
Quanta beleza, não é mesmo? Somente ao ler esta passagem nosso coração se eleva e também se enche de louvor ao Pai. Note que no versículo 25 Jesus louva o Pai por você! Você que é pequenino, que se dispõe a buscá-lo. Você que reconhece sua ignorância em relação às coisas celestes. Os “sábios e entendidos” aqui são os orgulhosos e auto-suficientes, os que acham que não precisam de nada. Eles têm tudo resolvido em suas cabeças. Nunca aceitarão o Reino dos Céus por que estão cheios de si mesmos. Não têm tempo para ler o Evangelho, pois precisam ler muitas outras coisas. O verdadeiro sábio é humilde e reconhece sua limitação.
A partir deste versículo você pode também juntar-se a este louvor ao Pai imitando a Jesus: “Eu te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, de todas as coisas criadas…” “Eu te louvo ó Pai por que és o meu Senhor, e mesmo sendo o Altíssimo, te revelas a mim, pobre e humilde…” “Eu te louvo e te bendigo, ó Pai, pela tua sabedoria que é loucura para o mundo…” “Obrigado, Senhor, pelo teu amor único, pessoal, inconfundível…” “Faze-me pequeno e humilde para reconhecer as riquezas da tua Palavra…” Continue seu louvor conforme o Espírito Santo o(a) mover.
Retomemos com a meditação do versículo 28: “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e eu vos aliviarei”. É um convite e uma promessa. Convite e promessa de Deus que não engana e não pode enganar. Num mundo tão agitado quanto o nosso, um convite assim é quase irresistível. Diante disso você pode iniciar uma oração (diálogo) assim: “Como posso chegar a ti, Senhor?” “Como faço para entregar-te os pesos que tenho carregado?” “Ensina-me, Senhor a buscar-te no silêncio interior e ouvir de ti teus ensinamentos”. “Ajuda-me, Senhor, pois estou cansado e confio em tua palavra…”
Voltemos ainda outra vez ao texto, nos versículos 29 e 30: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração. Porque o meu jugo é suave e o meu peso é leve”. São outros convites de Deus. Você aceita? Como fazer para tomar o jugo de Deus para si? Novamente, o caminho é pela oração: “Senhor, eu quero tomar o teu jugo sobre mim…” “Eu desejo aprender de ti, ensina-me Senhor…” Repita várias vezes a conhecida jaculatória: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração semelhante ao vosso.” E vá orando e colocando suas inquietações e dúvidas para o Senhor. Silencie e escute. A oração é um diálogo amoroso.
O Catecismo da Igreja nos ensina que “em cada momento de oração, você pode usufruir da contemplação. A contemplação é olhar de fé fito em Jesus. “Eu olho para Ele e Ele olha para mim”, dizia, no tempo de seu santo pároco, o camponês de Ars em oração diante do Tabernáculo. Essa atenção a Ele é renúncia ao “eu”. Seu olhar purifica o coração; A luz do olhar de Jesus ilumina os olhos de nosso coração; ensina-nos a ver tudo na luz de sua verdade e de sua compaixão por todos os homens. A contemplação considera também os mistérios da vida de Cristo, proporcionando-nos “o conhecimento íntimo do Senhor”, para mais O amar e seguir” (CIC 2715).
Se puder, releia o trecho sugerido desde o início seguindo os passos da Lectio: leitura, meditação, oração e contemplação. Notou como o método da lectio nos ajuda a orar? É esse o objetivo, ler, meditar, orar, contemplar e colocar em prática.
Ao final da lectio sugerimos anotar num caderno as graças e rhemas que o Senhor o (a) concedeu neste dia.
Shalom!
Revista Shalom Maná – Ed. Shalom