Formação

Violência: reflexo exterior de uma guerra interior

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Hoje se vive em todo o país uma terrível crise. Ela perpassa os mais diversos setores da sociedade sem deixar de fora ao menos os três poderes que deveriam ser um tripé de sustentação da nação. As autoridades multiplicam as promessas de resolução destes sérios problemas. São apresentadas de modo convincente, retórico mas, sempre no gerúndio, o que não nos dá exatidão e certeza da concretitude destas ações.
A violência em meio a esta crise torna-se um gigante cada dia mais forte alimentando-se de vidas ceifadas brutal e impiedosamente. O homem carente dos mais básicos valores de respeito à vida de outrem matam indistintamente demonstrando, em suas sanguinárias ações uma consciência laxada.
Quem não se comove com a tragédia acontecida na família Belchior? A esposa testemunhou o assassinato de seu cônjuge à porta de sua residência quando vinham dos festejos referentes à Nossa Senhora da Assunção na catedral de nossa capital.
Em certa faculdade, também em Fortaleza, uma jovem recebera um telefonema que lhes anunciou o assassinato de seu pai. Havia levado um tiro fatal durante um assalto. Aos prantos saiu da sala mais uma vítima das conseqüências mortais da violência.
Não existe de veras uma fórmula mágica ou etérea capaz de erradicar ou suplantar esse clima de insegurança que se metasta na nação. No entanto, não se pode deixar que o medo nos paralise e nos encerre nas garras afiadas do desespero e do desamor.
Infelizmente muitas emissoras de televisão abusam da exposição da violência vigente. Dedicam-se exclusivamente à cobertura de fatos cruentos. Isto gera cada vez mais, uma sensação generalizada de insegurança. Não critico o fato de noticiar os atos violentos, mas a forma que isto é feito, muitas vezes explorando através das imagens e manchetes sensacionalistas à mera busca de audiência, sem uma real preocupação em sanar o problema.
De certo, não é colocando a violência na vitrine nem com respostas brutais que se conseguirá contornar esta situação. No filme de Mel Gibson, A Paixão, no episódio da prisão de Jesus no Horto das Oliveiras, Pedro é repreendido por sua atitude violenta. O Apóstolo lançou mão de sua espada e decepou a orelha direita do soldado que veio prender seu mestre. Jesus ordena que Pedro ‘enfie sua espada na bainha’ e sara a ferida do soldado.
A violência é na verdade, um reflexo exterior da guerra interior que trava muito de nossos coetâneos por ainda não conhecem a Paz. É preciso acreditar piamente que esta situação pode mudar e que devemos fazer alguma coisa. Algo importante é continuar acreditando que o homem, mesmo o violento, pode encontrar o manancial de Paz que habita dentro de si. Outra coisa importante a fazer é zelar pela justiça, para que esta se preste à sua missão de corrigir os que infringem a boa conduta.

Francisco Vanderlúcio Souza
Membro da Comunidade Católica Shalom
vanderluciosz@yahoo.com.br


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