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O que é castidade?
O QUE É SER CASTO?
POR QUE SER CASTO?
COMO SER CASTO HOJE?
Confira texto de dom Rafael Llano Cifuentes:
O tabu dos nossos dias não é o sexo, mas a pureza de vida, um mandamento evangélico, que muitas vezes se “recaIca”, produzindo distúrbios não só espirituais mas também psicológicos.
O chamado tabu (sobre o sexo) de tempos idos foi substituído por outro novo e agressivo tabu, que é o “antitabu” (1).
Permanecer casto, eis o grande tabu dos nossos dias. Como vimos no texto acima, o sexo tomou-se um ” anti-tabu ” , um modo de contestação e auto-afirmação próprio das personalidades e sociedades imaturas. É “moderno” não se dar valor nenhum à virgindade. No melhor dos casos, ela toma-se uma “opção de vida que eu respeito”. O mais comum, porém, é que o jovem desejoso de manter-se casto seja objeto de vergonha. A castidade, hoje em dia, é objeto de vergonha ou de combate aberto.
Quando se fala de castidade com referência às moças (e aí costuma¬se reduzir o conceito ao de “virgindade”) ainda se encontra aqui e ali alguns, não muito convictos, defensores. Quando se toca no mesmo assunto com relação aos rapazes, porém, a resposta vai de uma vaia coletiva a uma gargalhada acompanhada de chacotas.
Hoje responderemos à primeira pergunta: O que é ser casto?
Ser casto é muito mais do que ser virgem. No entanto, a pureza, ou castidade, inclui necessariamente a vivência da virgindade. Ser casto abrange toda a pureza de coração, de intenções e de desejo sincero de fazer a vontade de Deus. Inclui a determinação de não pecar (e isso não somente com relação ao sexo, mas em todas as áreas da vida). Inclui, ainda, uma compreensão madura do que seja a vida e a decisão de viver para cumprir a vontade de Deus.
Viver a pureza é uma grande graça, da qual hoje todos zombam abertamente. É correr o grande risco de ser in¬compreendido, chacoteado, caluniado, humilhado, mal¬tratado. No entanto, vale a pena buscar esta graça. Vale a pena pedi¬Ia a Deus e colaborar com toda a nossa vontade para que ela seja efetiva na nossa vida.
No meio do “Anti-tabu” do sexo, agressiva e desafiadoramente praticado nos dias de hoje como algo muito natural, a busca da vida pura é um desafio para jovens de têmpera. Os tolos e imaturos nem sequer o entendem. Aqueles, porém, que encaram a vida com a serena alegria dos que crêem em Deus abraçam o desafio com grande confiança de que a graça irá socorrê-los.
Falar de maneira genérica sobre a castidade nos levaria a todo um tratado sobre a vida santa, o que é muito além de nossas possibilidades e das desta revista. Como sabemos que o que mais questiona o jovem é a razão para a castidade com relação à vivência da sexualidade, é sobre ela que falaremos.
A pureza de vida é um mandamento evangélico.
Parece óbvio demais? Engano! Há educadores (desculpe, “educadores”) que não mais entendem ou ensinam o sexto mandamento da lei de Deus. O “Não pecar contra a castidade” não faz parte de suas pregações ou é covardemente omitido. Conheço dezenas de casos de ensinos, pregações, aulas, debates, mesas ¬redondas, onde o representante do pensa¬mento cristão, de quem todos esperam respostas esclarecedoras e firmes, se perde em observações esquivas, omissões e relativismos. Com certeza, infelizmente, você conhece outras dezenas.
No entanto, a Palavra e a Doutrina continuam como antes. Não mudaram. Não mudou tampouco (ao contrário do que muitos meios de comunicação divulgaram) a visão da Igreja sobre o sexo pré-marital, a masturbação, o homossexualismo, o adultério, a fornicação, a luxúria. No Cate¬cismo da Igreja Católica em língua francesa (sua língua original) estes conceitos continuam imutáveis. Pensando bem, quem se atreveria a mudar um mandamento da lei de Deus e, ao mesmo tempo, um mandamento evangélico, eXJm1dido por Jesus pua “bem¬aventurados os puros porque verão a Deus?” (Mt 5,8).
Enganam-se os que pensam poder-se relativizar o que está bem claro tanto no Novo quanto no Antigo Testamento, tanto na Doutrina quanto na Tradição e Magistério da Igreja. O problema é que hoje tem gente que nem a isso dá impoI1ância.
Enganam-se, também, 0s que pensam que o casamento seria uma “‘quebra” da castidade ou uma “concessão” feita quanto a este mandamento. Muito pelo contrário: a noção correta de castidade envolve o mandamento evangélico da pure2’1i que deve, obrigatoriamente, estar presente tanto no matrimônio quanto no sacerdócio ou no celibato. O conceito evangélico de pureza ultrapassa o de estado de vida.
O segundo ponto ressalta que “o mandamento é muitas vezes recalcado devido à mentalidade de hoje”.
De fato. Tem-se medo de pensar diferente, de ser diferente da imensa maioria das pessoas, _am jovens ou jovens adultos. Tem-se medo de testemunhar o que pensa Deus a este respeito, o que a Igreja ensina, o que todo nós, no fundo no fundo, temos desejo de viver, pois Deus nos criou para sermos santos.
O medo e a covardia, sem falar na ingratidão, nos levam a calar, a sermos omissos, a preferirmos a mentalidade do mundo à vontade de Deus. Desta forma, “recalcamos” o manda¬mento evangélico da pureza, isto é, abafamo-lo, ignoramo-lo, tratamos de relativizá-lo para sermos mais “normais”, mais bem aceitos. Corre¬mos até o risco de achar que se fizer¬mos isso vamos ter mais facilidade de nos aproximar dos jovens e levá-los a Jesus.
Terrível engano! Como se pode levar alguém a Jesus deixando-o em seu pecado? O método de Jesus era bem diferente. Ele se aproximava amorosamente do pecador, mas não admitia seu pecado. Claro, não condenou jamais o pecador e, no entanto, nunca deixou de condenar o pecado abertamente e a ordenar com clareza: “Vai e não peque mais” .
Quanto mais a gente conhece a beleza de alma que Deus deu ao jovem, mais a gente se convence que o que ele quer é Jesus. Jesus como Ele é: verdadeiro; radical quanto à perfeição de vida, mas extremamente misericordioso para com o pecador; absolutamente radical quando se trata de 00nir ou retratar o pecado (veja-se Zaqueu), mas extrema¬mente flexível quanto à regeneração do homem aviltado por seus pecados. Jovem quer Jesus. Um Jesus corajoso, radical, misericordioso, livre, como o jovem deseja ser.
O terceiro ponto é contundente: este recalque do mandamento, seja por medo e covardia, seja na ilusão do ser aceito para “evangelizar”, “produz distúrbios espirituais e psíquicos”.
Nada mais previsível. Se Deus criou o homem pua o amor a Ele, a seus irmãos e a si mesmo, tudo o que venha deturpar esta finalidade última de amor e santificação deforma o homem. A isto se dá o nome de pecado.
O recalque do princípio evangélico da pureza, visto aqui principalmente como o princípio de castidade, traz enormes prejuízo espirituais, especialmente devido à intemperança e ao vício. E, veja, aqui não estamos falando somente de coisas “‘fortes” como relações sexuais antes do matrimônio ou masturbação e homossexualismo masculino ou feminino. Estamos falando de toda uma caminhada de relacionamento também no namoro e no noivado, caso a vocação do jovem seja a do matrimônio. Estamos falando também dos pensamentos, das fantasias, dos filmes e revistas, dos programas de televisão (mesmo aqueles que parecem meros programas de variedades, mas contêm centenas de sentidos duplos em cada palavra dos apresentadores) das conversas; da maneira de vestir; do comportamento sensual ao andar, falar, sentar; das diversões;, da busca desenfreada de mais prazer, de mais emoções, de mais “coisas novas”.
Tudo o que, no campo da sexualidade, for uma manipulação do meu irmão para o meu próprio prazer é contrário à castidade, seja fora, seja dentro do matrimônio, fora ou dentro do namoro, na amizade ou no relacionamento superficial. O que for uma manipulação do outro ou de mim mesmo (pois só sou manipulado, usado, se o permitir, exceto no caso do estupro) vai, obviamente, ser lU11 ultraje para a minha alma e para o meu psiquismo. Mais que isso, vai produzir distúrbios espirituais como o vício, a incontinência, a falta de auto-domínio, o afastamento de Deus e da Igreja, o afastamento da oração e da Eucaristia, o esfriamento da alma, a falta de temor a Deus, a relativização dos valores evangélicos, só para citar alguns.
No campo dos distúrbios psíquicos teremos a insegurança, a dependência emocional do outro, a dependência emocional de sensações, a culpa, o medo, o sentimento de ser sujo, de não servir mais para nada, entre muitos outros prejuízos, por vezes, irreversíveis.
POR QUE SER CASTO?
A resposta para essa pergunta você encontrará aqui no comshalom.org amanhã, 4 de outubro.
(1)- 274 Perguntas sobre Sexo e Amor – D. Rafael Llano Cifuentes
274 Perguntas sobre Sexo e Amor