Depois de um dia cheio, você chega em casa, conversa com os filhos e o cônjuge e já se organiza para dormir e se preparar para o dia seguinte.
Esse é o retrato de um dia comum de uma pessoa casada que vive na Comunidade de Aliança. Ainda que tenha algumas mudanças, sei que você se identifica, pelo menos em alguma parte, com esse corre-corre do consagrado.
Muitas pessoas vivem essa correria por necessidade financeira, espiritual, afetiva etc. Contudo, apesar de necessária, uma má vivencia dessa rotina acelerada pode prejudicar a saúde mental e afetar todas as áreas da vida da pessoa que a vive.
Tente desacelerar
De estarmos tanto em movimento, podemos acabar não percebendo as situações que estão nos prejudicando. Vamos “deixando passar” muitas situações de pessoas que nos ferem ou que nós ferimos. Dessa forma, encobrimos dores, angústias, medos, feridas.
BOOM! Chega uma hora que explode… Em algum momento, em algum grau, nós acabamos por não conseguir dar conta. Nos sentimos esgotados, sem forças. Sequer temos vontade de levantar-se da cama e conviver com pessoas próximas.
A conta sempre chega para quem não deu atenção a si mesmo. Quando percebe, já é tarde. Às vezes é necessário até parar as atividades. O trabalho, a vivência da vocação. É só nesse momento em que nos damos conta: precisamos parar! Precisamos entender o que se passa em nossa vida e dentro de nós. Precisamos olhar para o essencial. Precisamos cuidar do nosso interior. Precisamos aprender a viver bem em meio a correria.
Veja bem, não estou dizendo que devemos parar de trabalhar, de estudar, de participar das atividades religiosas ou de ver os filhos e o marido. Mas devemos estar atentos para não sermos levados pela onda de acontecimentos que nos cega e perceber como está o nosso interior para não chegarmos a um momento de crise.
O que caracteriza uma crise?
A crise pode ser considerado uma “manifestação súbita de um estado emocional (ex.: crise de choro; crise nervosa).” Mas quando sabemos que estamos a ponto de uma crise? Como reconhecer quando estamos nos sentindo esgotados?
Antes de responder a essas questões, quero dizer o que é comum e normal que aconteça para que tenhamos uma boa comparação.
É comum chegar em casa cansado depois de um dia cheio. É comum você chorar por uma situação estressante no trabalho. É comum você sentir tristeza em decorrência de um momento específico. É comum você se sentir ansioso diante de uma prova que você não gosta da matéria. Quero deixar claro que é comum termos sentimentos. Tristeza, angústia, raiva, ansiedade. Não a nada de mal em termos esses sentimentos e é até saudável que possamos senti-los.
Contudo, é importante prestarmos atenção quando esses sentimentos estão atrapalhando o nosso cotidiano.
Vou colocar alguns exemplos do que pode acontecer. Quando você não tem mais o mesmo foco no trabalho que antes. Quando você não consegue mais dormir ou sente muito sono. Quando você não tem mais vontade de comer ou come muito mais do que o comum.
Esteja atento aos sinais! Quando você perceber que não consegue mais viver a sua rotina como antes: BUSQUE AJUDA! Não deixe para amanhã resolver as suas dores. Pare um pouco, se dedique mais à momentos de contemplação e PEÇA AJUDA, para que esse quadro não evolua e você chegue a um momento de crise.
Sua saúde mental é mais importante que o seu diploma, o seu emprego e sua conta bancária.
Liza Studart
Consagrada Comunidade de Aliança
Psicóloga CRP 11/17359
Logoterapeuta com formação em suicidologia
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