Institucional

“O Senhor não deixa Sua obra inacabada”

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aline2Meu nome é Aline, tenho 23 anos, sou consagrada na Comunidade de Vida (CV), moro atualmente na Parquelândia em Fortaleza-CE. Em 2011 ingressei na comunidade em Belo Horizonte, sou filha única, tinha 19 anos na época. Para os meus pais foi uma realidade nova e muito desafiante, porque sendo católicos tradicionais, não compreendiam a realidade da missionariedade na Igreja, não concordavam com o fato de deixar tudo: estudos, emprego, namoro, família, que são realidades lícitas dadas por Deus.

Eu não soube prepará-los, porque apesar de ter ido como “jovem em missão” para a missão do Rio de Janeiro em 2010, era muito convicta da Comunidade de Aliança (CA) e de certa forma rejeitava a CV. Porém, no retiro vocacional final, Deus foi muito claro e  me fez perceber para que me criou, lembrando me da alegria da vida comunitária como CV, do silencio da manhã, da realidade da Divina Providencia que de forma muito concreta toquei no meu período de jovem em missão. Assim, me atraiu ainda mais irresistivelmente para dar o meu sim de forma definitiva a Ele e à Comunidade.

Desde então vivi muitas ‘batalhas’ na relação com meus pais. Minha mãe não aceitou, entrou em depressão, passou um mês sem falar comigo. Depois que fui para o postulantado, recebia ligações pedindo para que eu voltasse, ela até chegou a tomar uma dosagem maior de medicamentos por falta de sentido de vida. Ainda no meu postulantado meu pai esteve entre a vida e a morte, e a comunidade me enviou para Belo Horizonte para cuidar dele, mas Deus em sua infinita misericórdia o manteve vivo e me deu forças para voltar para a Comunidade.

Minha mãe, porém, permanecia relutante, não compreendia, brigava. Mas Deus me dava uma certeza muito grande em todas as minhas orações que da mesma forma que Seu chamado em minha vida era a minha salvação, era também a salvação da minha família, que tudo isso era o Seu caminho de santidade e conversão também na vida deles através do sacrifício e do abandono, e me pedia que esperasse Ele realizar a Sua obra.

Então, nesse ano de tantas graças, ano da minha consagração, de forma inesperada, Deus quis mais uma vez me surpreender, como é próprio Dele, é próprio do amor. Minha mãe veio me visitar, passou seis dias em minha casa, experimentou comigo a cada dia o ver e o tocar na Providência Divina, na graça e na alegria da vida comunitária, percebeu nossa vida de oração, nosso zelo com a casa de Deus, e voltou para casa com a certeza de que sou feliz e sou cuidada por Deus nos mínimos detalhes.

No dia que ela chegou, o salmo da liturgia dizia: “O Senhor não deixa Sua obra inacabada”, e isso foi o que eu experimentei. Se tivesse desistido por ver os desafios, por me sentir só, por me paralisar na dor, jamais teria sentido a alegria imensa que é ver os frutos daqueles que esperam em Deus, Ele que não me abandonou, Ele que quis me amar na cruz para que hoje, de forma concreta, eu tocasse a força da Sua ressurreição! Bendito Seja Deus para sempre, pela graça e alegria de ser escolhida. Percebo que escolhi então o que é mais perfeito: O amor! Shalom!

 

Aline Cristina


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