1 – Posso dar nome ao meu Anjo da Guarda?
A resposta é simples: não! Segundo a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos no documento Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia: “A prática de atribuir nomes aos Santos Anjos deve ser desencorajada, exceto nos casos de Gabriel, Rafael e Miguel, cujos nomes estão contidos na Sagrada Escritura” (217).
Para referir-se ao nosso anjo, podemos usar os termos “Anjo da Guarda”, “Santo Anjo da Guarda” ou “Santo Anjo do Senhor”, pois eles já expressam o profundo vínculo entre nós e o fiel guardião que nos acompanha desde toda a eternidade.
2 – Todas as pessoas têm um Anjo da Guarda?
Sim, e isso deve nos animar, pois somos, a todo instante, guardados por Deus por meio de seus mensageiros. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica:
“Desde o seu começo até à morte, a vida humana é acompanhada pela sua assistência e intercessão. «Cada fiel tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para o guiar na vida». Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus” (CIC 336).
Na Sagrada Escritura, encontramos também uma passagem nas palavras de Jesus que expressa esse ensinamento: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus.”
A essa pergunta, Santo Tomás de Aquino, o Doutor Angélico, responde que: “Para cada homem é delegado um anjo da guarda. E a razão é que a guarda dos anjos é uma execução da divina Providência, em relação aos homens” (Suma Teológica, I, 113, 4).
> Clique aqui para seguir o canal da “Comunidade Católica Shalom” no Whatsapp
3 – Como o Anjo da guarda se comunica conosco?
Primeiro, é preciso saber que os Anjos da Guarda não leem nossos pensamentos. Somente Deus sabe exatamente o que se passa em nossa mente, uma vez que de longe penetra nossos pensamentos e todos os nossos caminhos são familiares a Ele (Salmo 138).
Contudo, podemos revelar aos Anjos da Guarda o que se passa em nossas mentes de maneira espiritual, conversando com eles em oração, da mesma forma que fazemos com os santos. Além disso, por terem uma inteligência muito superior à nossa e estarem sempre conosco, os Anjos da Guarda têm a capacidade de saber o que estamos pensando por meio de semblantes, comportamentos e emoções:
“Por isso Agostinho diz que, por vezes, compreendem mui facilmente as disposições humanas, não só as exteriorizadas pela voz, mas ainda as concebidas no pensamento, por serem sinais expressos no corpo pela alma; embora também diga não se possa afirmar como isso se realiza” (Suma Teológica, I, 57, 4).
5 – Jesus tinha um Anjo da Guarda?
Segundo o Doutor Angélico: “Cristo, enquanto homem, sendo regido imediatamente pelo Verbo de Deus, não precisava da guarda dos anjos”. Ou seja, todas as faculdades humanas de Jesus estavam sob a direção imediata do próprio Deus. Assim, Jesus não tinha um Anjo para O guiar, mas Anjos para O servir: “e eis que vieram anjos, e o serviram” (Mateus 4, 11).
Leia também | O Padre Pio e os Anjos da Guarda
6 – O Anjo da Guarda se afasta de nós quando pecamos?
O Anjo da Guarda permanece sempre conosco, mesmo quando pecamos. No entanto, ao pecar, nosso relacionamento com ele é comprometido, e pode ser mais difícil estar aberto às suas inspirações. Isso ocorre porque o pecado adoece a alma, endurece o coração e nos afasta da graça de Deus.
7 – Posso pedir para o meu Anjo da Guarda falar com o Anjo da Guarda de outra pessoa?
Sim, por um simples ato de vontade, sem qualquer presença física, os Anjos da Guarda podem entrar em contato um com o outro. Sobre isso, Santo Tomás de Aquino afirma que:
“A locução do anjo consiste numa operação intelectual […] é interior; percebida, todavia, por outro anjo. Logo, está no anjo que fala e, por conseguinte, onde está esse anjo. Mas, como a distância local não impede que um anjo possa ver outro, assim, também não impede que um perceba, em outro, o que, neste, está ordenado para aquele […]” (Suma Teológica, I, 107, 4).
São Padre Pio, por exemplo, tinha uma grande devoção ao Santo Anjo da Guarda e sempre pedia a seus filhos espirituais que enviassem seus Anjos da Guarda para ele. Durante horas, ele se ocupava em ouvir as mensagens de seus filhos que os Anjos lhe traziam.
Referências:
Suma Teológica | Catecismo da Igreja Católica | Opus Sanctorum Angelorum
Saiba mais sobre os Anjos da Guarda:
Santos Anjos da Guarda, zelosos e fiéis guardiões
“A presença dos anjos em minha vida”, testemunho de Emmir Nogueira