À diferença do que muitos poderiam pensar, a pobreza evangélica não é um chamado reservado apenas para uns poucos, como monges ou missionários, mas é para todos os cristãos. É um chamado a imitar Cristo, aquele que se fez pobre, se esvaziou, saindo do seio da Trindade e se fazendo homem como nós.
A pobreza evangélica não pretende ignorar a necessidade do homem de relacionar-se com os bens materiais, mas dá-lhes o devido lugar na vida humana: de meros instrumentos a meios para a nossa santificação e cuidado da criação. A pobreza não consiste em “não ter”, mas em ter sem apegar-se àquilo que se tem, sabendo que, com exceção de Deus, tudo passa.
A seguir algumas dicas práticas para viver essa virtude, afinal, diz Jesus no Evangelho: “Felizes os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos Céus”. Mt 5, 3.
1- Reze (oração, recitação do Rosário e sacramentos)
Contemple Aquele que “de rico que era se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza” (2 Cor 8,9)
2- Seja justo para com o outro em relação aos seus bens materiais
Pague suas dívidas, reponha o dano feito aos bens dos outros; devolva os bens emprestados, entre outras ações relativas à virtude da justiça que dispõe a dar ao próximo aquilo que lhe é devido.
3- Despoje-se do supérfluo
Os bens materiais que não precisamos (que estão sobrando) não nos pertencem. Acumulá-los pode ser um sinal de amor desmedido a eles (apego).
4- Faça memória da morte
Lembre-se que um dia será chamado pelo Pai à sua presença. Isso convida ao arrependimento dos pecados, suscita esperança na vida eterna e ajuda a lembrar que os bens deste mundo são passageiros.
5- Partilhe generosamente os seus bens materiais
(sem ser o supérfluo)
“Há mais alegria em dar do que em receber” (At 20,35)
6- Esteja aberto à condução de Deus
Aceite de bom grado as moções que o Espírito Santo inspirar no seu interior e deixe-se conduzir por elas: faça o que Deus lhe pedir (pobreza espiritual positiva)
7- Seja grato sempre
Agradeça a Deus pelo que você tem e pelo que você não tem, em toda circunstância, lembrando que Ele é o nosso Pai, que sabe do que temos necessidade (cf. Mt 6) e que sempre cuida de nós, dando-nos o melhor para a nossa santidade (nem sempre para a nossa satisfação). A gratidão é grande sinal de pobreza evangélica. Traduz-se no louvor.