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7 famílias santas na história da Igreja Católica

Toda vez que nasce uma família a Igreja se enche de alegria e a esperança floresce no mundo. Quer conhecer testemunhos belíssimos sobre famílias santas? Separe dez minutinhos para ler essa matéria. Vai valer a pena!

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Estava aqui pensado no dia dos namorados, no dia de Santo Antônio, da fama de “santo casamenteiro” e me ocorreu que há muitos tesouros na Igreja de famílias inteiras santas que chegaram ao céu porque viveram de fato a sua missão aqui na terra.

A nossa cultura fala sempre sobre a luta e as dificuldades de se viver harmonicamente em uma família, em manter o casamento por muito tempo. Sempre num pensamento massificado. Gosto de pensar em quem se fez forte e remou contra a maré e fez a diferença porque acreditou no contrário.

Esses exemplos me inspiram. Enchem o meu coração de esperança e me fazem olhar para o meu matrimônio como algo muito maior e cheio de sentido do que eu consigo vislumbrar. Me fazem enxergar que há beleza e graça em cada uma das lutas e das ofertas e que elas são infinitamente mais gratificantes de serem lembradas e eternizadas na minha vida.

Santa Teresinha, minha amiga, diz que Deus não coloca no nosso coração desejos irrealizáveis. Eu procuro manter acesa dentro de mim, em cada desafio, a chama da decisão alegre e repleta de sonhos afetivos acerca da vida em família, da união dos corpos e das almas… Ah, como é bom terminar o dia louvando e bendizendo a Deus pelas graças alcançadas!

Mas, disse no inicio que há muitas histórias inspiradoras de amores verdadeiros e provados e que santificaram famílias inteiras. Vamos conhecê-las um pouco.

1 – Sagrada Família

A Sagrada Família é o máximo da perfeição. Não sem lutas, não sem desafios, santificaram o mundo acerca das escolhas inspiradas de São José, Maria e Jesus. José, pai adotivo de Jesus, não deixou de cumprir com responsabilidade os seus deveres de pai, assistindo-os desde o nascimento do filho em Belém e até mesmo ensinando a Jesus o ofício de carpinteiro. É, para nós, modelo de todas as famílias cristãs, pois nela Deus está sempre no centro das decisões e ocupa sempre o primeiro lugar. A família é, antes de tudo, uma grande escola de virtudes.

Sagrada Família

2 – Santa Ana e São Joaquim

Santa Ana e São Joaquim, os avós de Jesus. A pureza, a simplicidade, a docilidade, a espiritualidade e a santidade de Maria atestam a santidade de seus pais. Ana e seu marido Joaquim já estavam com idade avançada e ainda não tinham filhos, o que, para os judeus de sua época, era quase um desgosto e uma vergonha também. Ana e Joaquim rezaram por muito tempo até que Ana engravidou.

Família Santa Ana e São Joaquim

3 – São Gregório e Santa Nonna

São Gregório e Santa Nonna – esses me surpreenderam, pois não os conhecia. Pais de três santos: Santa Gorgonia, São Cesário e São Gregório de Nazianzo, Doutor da Igreja. Filho de santo, santinho é! Brincadeiras à parte, Nonna convenceu seu marido a se converter ao cristianismo, sendo ele um membro dos Hipsistarianos (um grupo de pagãos simpatizantes do judaísmo do Segundo Templo). Sua conversão se deu com 60 anos de idade e fora eleito como bispo de Nazianzo.

Família São Gregório e Santa Nonna

Meu Deus, como terá sido a educação dessa família a ponto de elevar três filhos aos céus como santos? Que pedagogia fora utilizada? Certamente a dos bons exemplos. Quisera eu alcançar essa graça!

4 – Santa Mônica e seu filho

Santa Mônica (331-387), mãe de Santo Agostinho. Mônica casou-se aos 17 anos com Patrício. O marido tinha um temperamento violento, mas a oração e o testemunho de Mônica o levaram à conversão. O casal teve três filhos, sendo um deles Santo Agostinho, Doutor da Igreja, um dos maiores personagens da história do cristianismo. Um filho difícil, cheio de vaidade e avesso à fé cristã professada pela mãe, Agostinho deu trabalho.

Imagino as mães de hoje… Se enfrentassem os problemas dos filhos com a oração, penso que a nossa sociedade seria outra. Foi com as suas orações e as lágrimas que Agostinho se converteu e pediu o batismo. É o que ele reconhece em suas Confissões: “Deu-me a vida temporal segundo a carne e, pelo coração, fez-me nascer para a vida eterna”.

5 – Luigi e Maria Beltrame

O casal se conheceu em Roma – bem romântico a meu ver – quando eram adolescentes, e se casaram em 25 de novembro de 1905, na Basílica Santa Maria Maior. Linda igreja, já a conheci pessoalmente. A história deles estava no início e em 1913 a jovem família atravessou um momento doloroso e bastante incerto, quando a gravidez de Maria teve sérias complicações e os médicos diagnosticaram que nem mãe e nem filho sobreviveriam a um parto.

Maria deu à luz a uma menina. Ainda que os doutores manifestassem que um aborto poderia salvar a vida de Maria, o casal preferiu confiar na proteção divina. E, embora a gravidez tenha sido dura, tanto mãe como filho milagrosamente sobreviveram. Eles tiveram mais três filhos: dois meninos e uma menina. Todos com vocação ao sacerdócio e à vida religiosa. O casal ia à missa pela manhã todos os dias e de noite rezavam o terço. Tiveram quatro filhos e foram beatificados juntos, em 2001, por São João Paulo II. Sua última filha ainda viva morreu em 2012. Se tivesse vivido nessa época certamente teria dito: Deus é bom o tempo todo! Porque, eu tenho essa certeza hoje no meu matrimônio.

6 – Louis e Zelia Martin

Louis e Zelia Martin, os pais de Santa Teresinha… Tente imaginar o meu suspiro profundo e um leve sorriso em meus lábios. Sou apaixonada pela vida dessa família!

Os esposos Luís Martin e Maria Zelia Guérin viveram o serviço cristão na família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor. Neste clima, germinaram as vocações de três das filhas e, entre elas, Santa Teresinha. Eles tiveram nove filhos, sendo sete meninas e dois meninos. Zélia faleceu de um câncer de mama, quando Santa Teresinha ainda era uma criança de quatro anos. Louis faleceu após perder as faculdades mentais e esteve internado no sanatório de Caen.

O Papa Francisco, muito sensível, canonizou o casal em 18 de outubro de 2015, em meio ao Sínodo Ordinário dos Bispos, que tratou do tema da família. Não é maravilhoso tudo isso? Mais um exemplo de família simples e fiel a Deus, inspiradora de muitas famílias santas.

7 – Santa Gianna De Beretta Molla

Santa Gianna De Beretta Molla – a família de Santa Gianna testemunhou lindamente a fé cristã e a cultura. Dentre os oito irmãos, um deles formado em engenharia, chamado José, mais tarde se tornou padre, e dois dos médicos decidiram seguir a vida religiosa, tornando-se missionários: Padre Alberto e Madre Virgínia.

Em 1955, Gianna se casou com o diretor industrial Pedro Molla. O casal viveu seguindo a tradição cristã familiar: oração, missa e eucaristia. Ao mesmo tempo, eram inseridos com harmonia na vida moderna. Tiveram três filhos. Felizes, tiveram a notícia de uma quarta gravidez em setembro de 1961. Pouco tempo, depois, porém, Gianna sentiu-se mal e teve que ser internada. Após exames, foi descoberto um fibroma no útero. 

O caso foi se agravando. E a gravidade chegou a tal ponto que a única perspectiva para a sobrevivência de Gianna seria interromper a gravidez, para que seus três filhos não ficassem órfãos. Gianna Baretta Molla tinha os valores cristãos profundamente enraizados em seu coração. Por isso, ela colocava sempre, em primeiro lugar, o direito à vida. Assim, ela decidiu ter o bebê, sabendo, como médica, que pagaria por esta decisão com o preço da própria sua vida. E assim aconteceu. Uma menina nasceu. Joana Emanuela. Santa Gianna segurou-a nos braços antes de falecer. Era o dia 28 de abril, de 1962. Sua morte se tornou uma mensagem do amor de Cristo para o mundo.

Após a morte de Santa Gianna, Pedro Molla, o viúvo, encontrou anotações pessoais da esposa. Essas anotações eram feitas antes dos retiros espirituais. Nas notas de Santa Gianna descobre-se uma conexão indissolúvel de seu coração com o amor, com o sacrifício e com a fé inabalável. A opção de Santa Gianna pela vida da filha em seu ventre foi totalmente consciente, repleta de amor e respeito à vida.

Santa Gianna Baretta Molla foi canonizada pelo Papa João Paulo II em 2004. Na ocasião, o Papa exaltou não só seu heroísmo final, mas também sua vida inteira como exemplo mulher, esposa, mãe, profissional e evangelizadora. Um verdadeiro exemplo para as mulheres e os casais modernos. Ufa! Essa viveu muito próximo do mundo que temos hoje. Parece-me mais possível a santidade, parece-me que ela se aproxima de nós, famílias dos dias de hoje, ou melhor, famílias santas dos dias de hoje.

A Igreja se enche de alegria

“Vós famílias, sois a esperança da Igreja e do mundo”, diz o Papa Francisco, e toda vez que nasce uma família a Igreja se enche de alegria e a esperança floresce no mundo.

No livro “Casamento e Família”, do Papa Pio XII, como nossa sociedade frequentemente gosta de nos lembrar, o casamento não é uma tarefa fácil. Viver a vocação do matrimônio requer auto-sacrifício e auto-disciplina. Nela, ambos os esposos fazem uma promessa diante de Deus em permanecer comprometidos um com o outro não importa o quão difícil a situação se torne.

Eles prometem assistir e confortar um ao outro no meio de qualquer circunstância. Juntos, eles irão enfrentar provações e dificuldades que irão passar pelos seus caminhos e juntos eles irão desfrutar as maiores bênçãos da vida, mas o objetivo final do casamento, tem mais a ver com aonde eles irão passar a eternidade.

Deus, ainda segundo o livro, usa o casamento para nos ajudar no crescimento da santidade. Ele revela nossas forças e nossas fraquezas na maneira em que respondemos ao nosso esposo. Ele nos chama a confiramos inteiramente n’Ele e em Seu plano para nossa família nas nossas decisões diárias.

Os esposos devem se esforçar e encorajar um ao outro a crescerem no relacionamento com Jesus para que então eles possam finalmente irem juntos em busca do prêmio que é o Céu.

“Quanto mais santa e isenta de pecado for a vossa união, tanto mais vos abençoarão Deus e Sua Mãe puríssima, até o dia em que a Bondade Suprema unir para sempre no céu aqueles que se amaram cristãmente na Terra” (p. 13)

Precisamos, segundo o livro, tomar cuidado com o egoísmo e amor-próprio que surgirão no casamento ao longo dos anos. Amar é doar-se! Marido e mulher devem ser os melhores amigos um do outro. Inclusive, devem procurar, por caridade, se interessarem pelos gostos um do outro.

Será que os solteiros recorrem aos santos?

Alguns homens e mulheres foram capazes de viver a vocação do matrimônio por inteiro e agora estão desfrutando da eternidade com Nosso Senhor. Aprendamos por meio dessas vidas, desses santos que foram casados, e peçamos a intercessão deles para seu casamento! Nós esperamos que você se inspire, também, por essa lista incrível de santos que foram casados.  Sempre existirão adversidades e problemas, por mais santos que sejam os esposos e santas as famílias, cabe confiar em Deus e fazer o possível para superar tudo com amor.

Ah… como é maravilhoso olhar para vidas reais! Vidas que lutaram para manter a chama de Cristo acesa no seio familiar e conseguiram se manter unidas até o céu. Quisera eu que pudéssemos chegar com essa inspiração a tantos lares que nunca ouviram essas histórias de amor que levam à eternidade!

Retorno aos primeiros pensamentos antes dessa viagem: será que os solteiros que recorrem aos santos, pelo envio breve de um(a) companheiro(a), ou mesmo quem se une pelo casamento, pensam, desejam essas virtudes para si, para seus lares?

Sim, eu desejo!

Aline Rosa, casada com Daniel Rosa
Consagrada da Comunidade de Aliança

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