Igreja

Papa Francisco deseja que a Copa do mundo seja “uma ocasião de encontro e harmonia entre as nações”

Durante a Audiência Geral, o Santo Padre recordou do evento esportivo mundial; confira essas e outras notícias da semana do Pontifíce.

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(Imagem/ Vatican Media)

O Papa Francisco voltou a incentivar o uso do esporte como instrumento de paz. Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (23), o Pontífice recordou os jogos da Copa do Mundo que começaram no domingo (20), no Catar:

Gostaria de enviar a minha saudação aos jogadores, aos torcedores e aos espectadores que acompanham, de vários continentes, a Copa do Mundo, que está sendo disputada no Catar. Que este importante evento seja uma ocasião de encontro e de harmonia entre as Nações, promovendo a fraternidade e a paz entre os povos. Oremos pela paz no mundo e pelo fim de todos os conflitos, com um pensamento especial pelos sofrimentos terríveis do querido e martirizado povo ucraniano.”

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Novos e jovens sacerdotes

No início da homilia deste domingo (20), na Catedral de Asti, no segundo dia de visita pastoral à região italiana do Piemonte, o Papa afirmou que a Igreja precisa de sacerdotes jovens. Durante a missa, Stefano Acoornero foi apresentado para o ministério de Acólito, uma tarefa para ajudar os presbíteros e diáconos no desempenho das funções e, como ministro extraordinário.

Antes de receber a bênção, Francisco continuou a apresentação encorajando o jovem a se comprometer a viver cada vez mais intensamente o sacrifício do Senhor, em uma procura de compreender o profundo significado de se oferecer diariamente em Cristo como sacrifício espiritual que agrada a Deus”. E no início da homilia, o Papa prosseguiu:

“Vimos este jovem, o Stefano, pedir para receber o ministério de Acólito no seu percurso rumo ao sacerdócio. Temos de rezar por ele, para que continue para diante na sua vocação e seja fiel; mas devemos rezar também por esta Igreja de Asti, para que o Senhor envie vocações sacerdotais, porque, como vocês veem, a maioria são idosos como eu: precisamos de sacerdotes jovens, como alguns aqui que são muito bons. Rezemos ao Senhor para que abençoe esta terra.”

A consolação de Deus nos dá paz

“A consolação” foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira,23, realizada na Praça São Pedro. “O que é a consolação espiritual? É uma profunda experiência de alegria interior, que permite ver a presença de Deus em tudo; ela revigora a fé e a esperança, assim como a capacidade de fazer o bem. Trata-se de um grande dom para a vida espiritual e para a vida no seu conjunto. É viver esta alegria interior“, disse o Papa, ressaltando que “a consolação é um movimento íntimo “. A pessoa se sente abraçada pela presença de Deus, de uma maneira sempre respeitosa da própria liberdade“.

Segundo o Pontífice, “a consolação refere-se, primeiramente, à esperança, propõe para o futuro, põe a caminho, permite tomar iniciativas até àquele momento adiadas, ou nem sequer imaginadas, como o Batismo para Edith Stein…  A consolação é uma paz tal, não para ficar sentados saboreando-a, mas dá paz, atrai ao Senhor, põe você a caminho para fazer coisas boas. Em tempos de consolação, quando somos consolados, nos vem a vontade de fazer o bem sempre, e quando há o momento da desolação nos vem a vontade de nos fechar em nós mesmos e não fazer nada. A consolação nos leva para frente, a serviço dos outros, da sociedade, das pessoas”, explicou.

O Papa disse que é necessário fazer discernimento, até quando se sente consolado. Pois a falsa consolação pode tornar-se um perigo, se a procurars como um fim em si mesma, de modo obsessivo, e nos esquecendo do Senhor. Citou ainda São Bernardo, que procurou ser consolado por Deus com as consolações de Deus. 

Alegria em esperar pela JMJ

Faltando menos de 250 dias para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Papa Francisco foi o primeiro inscrito, e de acordo com  os dados divulgados pelo Comitê de Organização Local, já foram mais de 200 mil jovens de todo o mundo inscritos para a JMJ. Segundo o Comitê, há representantes de mais de 120 países inscritos, da Europa, África e América do Norte, Central e do Sul.

“Desde o ano passado, a Jornada Mundial da Juventude é celebrada nas Igrejas particulares precisamente na Solenidade de Cristo Rei. O tema, o mesmo da próxima JMJ, em Lisboa, para a qual renovo o convite para participarem, é ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1,39).”

Francisco reforçou que “o segredo para permanecer jovem” está precisamente nestes dois verbos – levantar e partir. Dirigindo-se aos jovens, pediu para que “não fiquem parados pensando em si mesmos, desperdiçando a sua vida em busca de conforto ou da última moda”, mas que “se façam à estrada, saiam dos seus medos para estender a mão a quem precisa.”

Hoje precisamos de jovens que sejam verdadeiramente transgressores. Não conformistas. Que não sejam escravos dos celulares, mas mudem o mundo como Maria, levando Jesus aos outros, tratando dos outros, construindo comunidades fraternas com os outros, realizando sonhos de paz”, afirmou o Papa.

Oração de Paz

A Oração pela paz e pelo fim de todos os conflitos, em particular pela martirizada Ucrânia ocorreu no final da Audiência Geral, quando o Santo Padre voltou a falar do sofrimentos dos ucranianos, que “sofrem o martírio da agressão”, recordando o aniversário do “terrível genocídio do Holodomor”.:

Rezemos pela paz no mundo e pelo fim de todos os conflitos, com um pensamento especial pelo terrível sofrimento do querido e martirizado povo ucraniano. E pensemos na martirizada Ucrânia. Este sábado marca o aniversário do terrível genocídio do Holodomor, o extermínio pela fome em 1932-33 causado artificialmente por Stalin. Rezemos pelas vítimas deste genocídio e rezemos por tantos ucranianos, crianças, mulheres e idosos, crianças, que hoje sofrem o martírio da agressão.

Catequista e teólogos

O Papa Francisco traçou uma distinção entre teólogos e catequistas na relação com a doutrina da Igreja. Os comentários foram feitos na quinta-feira durante reunião com um grupo de 28 pessoas da Comissão Teológica Internacional (CTI), uma instituição cinquentenária que é fruto do Concílio Vaticano II. Estabelecida por Paulo VI em 1969, João Paulo II a descreveu em 1994 como um trabalho pós-conciliar de estreita colaboração entre pastores e teólogos.

Segundo o papa, um teólogo tem a vocação de ir além da doutrina existente, pois “ele está tentando tornar a teologia mais explícita.” Já um catequista, “deve dar a doutrina correta, a doutrina sólida”, ao instruir crianças e adultos na fé. Os teólogos devem ir além, tentar ir além. “Quero distinguir isto do catequista: o catequista deve dar a doutrina correta, a doutrina sólida; não as possíveis novidades, das quais algumas são boa”,  e continua:  “O teólogo corre o risco de ir além e será o Magistério a detê-lo.. mas nunca dê catequese às crianças e às pessoas com doutrinas novas que são incertas”, complementou

Francisco disse que essa distinção vem de santo Inácio de Loyola, fundador da ordem jesuíta que pertence. A Comissão Teológica Internacional existe para assessorar o Dicastério para a Doutrina da Fé. Os membros são nomeados pelo papa para mandatos de cinco anos, durante os quais são estudadas questões teológicas específicas e resultados são publicados.


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