Lidar com os desafios que nos são apresentados pela vida e mesmo nossas imperfeições não é tarefa fácil. Exige esforço, dedicação, mergulhar muitas vezes de forma profunda na infinita misericórdia de Deus e no Seu amor, que nunca cansa de nos levantar. A própria santidade por vezes, vista como loucura para este mundo nos ensina que é possível ser feliz mesmo suportando uma doença ou uma condição desfavorável. Vários santos viveram sua fé e lutaram contra os males desse mundo carregando uma cruz, um espinho na carne e mesmo assim foram felizes porque mantinham dentro de si a certeza de serem cuidados e amados por Deus.
Hoje em dia com o aumento das doenças relacionadas ao estresse e ansiedade entre jovens e adultos, homens e mulheres tendem a não se abrir e conversar sobre seus problemas e suas fraquezas, sobretudo quando se trata de alguma patologia na área psíquica, pois de uma forma ou de outra isso pode atrapalhar sua vida pessoal e profissional.
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Em ambos os casos é necessário o apoio e a ajuda da família e o auxílio da medicina a fim de que a pessoa possa melhorar sua saúde e sua qualidade de vida. Favorecer e manter um ambiente onde a presença de Deus é visível e sentida é essencial no enfrentamento dos desafios psicológicos.
Apresentamos aqui alguns santos que podem nos ajudar a viver melhor e nos dar esperança para seguir em frente, em vista da nosso bem estar e do acolhimento de uma pessoa que nunca nos abandonará nas dificuldades: o próprio Jesus.
São Luís Martin
Os santos Luís e Zélia Martin construíram um lar cheio de fé, amor e alegria, criando cinco filhas que abraçaram a vida religiosa, entre elas Santa Teresinha do Menino Jesus. Zélia morreu de câncer aos 45 anos, deixando Luís com as cinco filhas com idades entre 04 e 17 anos. Ele criou um ambiente alegre, organizado e centrado na vida de oração e leituras espirituais para que elas pudessem crescer em um ambiente saudável.
No entanto, com o passar do tempo, sua saúde mental se arruinou por causa de derrames cerebrais sofridos continuamente. Luís começou a apresentar sinais de tristeza, solidão, comportamento errante e chegou a desaparecer por dias, o que causava enorme preocupação nas suas filhas.
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O seu comportamento estranho e imprevisível virou um problema para a família, que o internou em um hospital psiquiátrico dirigido por freiras para recuperar sua saúde física e mental.
Luís e sua família enfrentaram esse desafio com fé e esperança, acreditando que sua doença era uma prova concedida por Deus para lhes purificar. Em um momento de reflexão, disse ao médico: “Eu sei por que o bom Deus me enviou essa prova: nunca passei por nenhuma humilhação em minha vida e preciso experimentar alguma.”
São Luís Martin foi um pai de família excepcional que não mediu esforços, mesmo na sua enfermidade, para garantir a segurança e uma vida feliz para sua família. Para os homens ele deve ser sempre um exemplo a ser seguido, e seu testemunho de deixar-se ser cuidado por suas filhas nos lembra que devemos abrir nossos corações com confiança para sermos amparados por quem mais amamos.
Para rezar | Novena a São Luís e Santa Zélia Martin
São Francisco de Assis
Em 1202, quando Assis decide lutar contra Perugia, Francisco é capturado após sua primeira e única batalha, e por um ano permanece nas prisões perugianas. Durante aquele ano, Francisco contraiu algumas enfermidades que o acompanharam por toda a vida como a Malária e outras doenças crônicas estomacais e no fígado. Somado a isso, um grande abatimento tomou conta de sua vida e o jovem cheio de planos e sonhos experimentou também da depressão.
Após uma nova tentativa de se tornar cavaleiro, ele faz uma parada em Spoleto devido a uma febre alta e lá ele ouve a voz de Deus, que lhe disse para retornar a Assis: “A quem é melhor servir: ao servo ou ao senhor?”
Mais tarde, em seu encontro com o leproso que marca um ponto de referência em sua conversão definitiva, Francisco recorda nesse momento a dor e a amargura de sua alma em contraste com a misericórdia e doçura de Deus: “Quando estava ainda nos vícios e pecados, me parecia muito amargo até mesmo ver os leprosos, mas o Senhor me conduziu para o meio deles, e eu os tratei com misericórdia. E então, o que era doce se tornou amargo, e o que era amargo tornou-se doce”.
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Ao sofrimento das enfermidades físicas, soma-se o sofrimento de sua alma relacionado aos estigmas. A terceira consideração sobre os estigmas que são relatadas, é uma oração muito bonita do próprio Francisco na mesma noite que recebeu este grande dom. Nesta oração ele pede para experimentar na própria carne tanto quanto humanamente possível, o sofrimento que Cristo experimentou em Sua paixão, e depois acrescenta o desejo de experimentar um amor muito maior, um amor exagerado e extraordinário que levou Cristo a suportar todo sofrimento para nossa salvação.
Portanto, Francisco não busca e não pede o sofrimento pelo sofrimento, mas busca e pede o AMOR para unir-se as dores de Jesus. O amor a Jesus então será para Francisco a fonte de sua cura habitual, colhida na oração profunda e partilhada através de sua vida em suas obras e no amor aos irmãos.
Santa Faustina Kowalska
Santa Faustina desde muito jovem sentiu o chamado de Deus na sua vida, porém num primeiro momento não lhe foi permitido ingressar na vida religiosa. Tempos depois, Helena Kowalska (seu nome de batismo) foi acolhida no dia 01 de agosto de 1925, no convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia em Varsóvia, na Polônia.
O Senhor a escolheu para uma missão especial e foi a ela revelando, de um modo extraordinário, a centralidade do mistério da misericórdia divina para o mundo inteiro. Depois de atravessar noites escuras e provações físicas, morais e espirituais, a partir de 22 fevereiro de 1931 o próprio Jesus Cristo se manifestou a Irmã Faustina de modo particular e ela começa a escrever sobre seus encontros com Ele.
Entretanto, nem sempre as pessoas lhe compreendiam e ela ficava mal, levava as suas queixas a Jesus e Ele a consolava. Já no começo de sua vida religiosa, Santa Faustina viveu o sofrimento em seu próprio corpo, em expiação dos seus pecados e das outras pessoas. Muitas vezes não era compreendida por seus superiores e confessores, entretanto vivia em obediência e acolhimento de tudo o que o bom Deus lhe enviara.
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Em determinados momentos, ela relata em seu diário que não tinha forças nem mesmo para se levantar de sua cama, não tinha forças para encarar suas tarefas diárias, por menores que fossem. Como ela, muitos santos padeceram de muitos males e ainda hoje pessoas do nosso tempo sofrem com a depressão, estafa e ansiedade.
Em seu diário, ela relata esses momentos e como a santa comunhão foi um grande auxílio para superar seus momentos de fraqueza:
“Quando a gente está doente e fraca, esforça-se sem cessar para dar conta do que todos fazem habitualmente, mas nem desse “habitualmente” a gente pode sempre dar conta. Mas agradeço-Vos, Jesus por tudo. Não é a grandeza dos trabalhos, mas a grandeza do esforço que será recompensada. O que se faz por amor não é pequeno, ó meu Jesus, visto que o Vosso olhar tudo vê. Não sei por que me sinto tão excepcionalmente mal pela manhã. Para levantar da cama tenho que concentrar todas as forças, e algumas vezes até preciso de heroísmo. Só ao me lembrar da Santa Comunhão recupero um pouco de forças. De modo que meu dia começa com luta e termina com luta. Quando vou descansar, sinto-me como um soldado que volta do campo de batalha. O que esse dia contém em si, só Vós o sabeis, meu Mestre e Senhor” (Diário, 1310).
Com a graça de Deus podemos vencer toda e qualquer enfermidade, seja ela física, psíquica ou da alma. O poder da oração, o apoio dos familiares e amigos e nosso próprio desejo de buscar uma vida melhor, por mais simples que seja nos ajudarão a superar nossas dificuldades, pois Deus nos criou para a vida e a liberdade, para amar e sermos amados.
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