O livro de Provérbios afirma que “quem se apieda do pobre empresta ao Senhor, que lhe restituirá o benefício” (Pr 19,17). Mas como viver a caridade com os pobres? A Igreja apresenta algumas formas concretas para se viver este mandato de Deus: as chamadas Obras de Misericórdia. Por elas, nós podemos ir ao encontro do próximo em suas necessidades corporais ou espirituais, afinal pobre não é só aquele que está privado de bens materiais, mas também o que desconhece a Deus.
No entanto, a Igreja alerta: “dentre estes gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna. É também uma prática de justiça que agrada a Deus” (CIC § 2447).
O que dar ao pobre?
Em sua mensagem para o Dia Mundial dos Pobres deste ano, o Papa Francisco escreveu:
“A parábola do bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37) não é história do passado; desafia o presente de cada um de nós. Delegar a outros é fácil; oferecer dinheiro para que outros pratiquem a caridade é um gesto generoso; envolver-se pessoalmente é a vocação de todo o cristão”.
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Muito mais que dar dinheiro ao pobre, a Igreja ensina a olhar com compaixão suas necessidades. Quanto as corporais ela apresenta o seguinte roteiro:
1) Dar de comer a que tem fome
2) Dar de beber a quem tem sede
3) Dar pousada aos peregrinos
4) Vestir os nus
5) Visitar os enfermos
6) Visitar os presos
7) Enterrar os mortos
Já em relação as necessidades espirituais, a Igreja afirma que se vive a caridade ao:
1)Ensinar os ignorantes
2) Dar bom conselho
3) Corrigir os que erram
4) Perdoar as injúrias
5) Consolar os tristes
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos
Tornar o Reino de Deus visível no mundo
Para o Papa Francisco, a vivência dessas obras torna o Reino de Deus presente e visível no mundo. Sobre aqueles que lutam contra a indiferença e buscam seguir o mandato de Jesus, o Pontífice diz:
“Não são super-homens, mas «vizinhos de casa» que encontramos cada dia e que, no silêncio, se fazem pobres com os pobres. Não se limitam a dar qualquer coisa: escutam, dialogam, procuram compreender a situação e as suas causas, para dar conselhos adequados e indicações justas. Estão atentos tanto à necessidade material como à espiritual, ou seja, à promoção integral da pessoa”. (Mensagem para o VII Dia Mundial dos Pobres nº 5).