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São Miguel Arcanjo, nosso intercessor contra as forças malignas

São Miguel é considerado o guardião celeste, o príncipe e guerreiro que defende o trono celestial. É o defensor e protetor do Povo de Deus e Padroeiro da Igreja Católica, chefe supremo do Exército Celestial, conhecido também como o Arcanjo da Justiça e do arrependimento.

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Se você acredita em Deus, você acredita em anjos. Trata-se de uma verdade de fé. O testemunho da Escritura Sagrada a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição. Do Livro de Gênesis ao Apocalipse os anjos estão presentes. No entanto, muitas pessoas desconhecem que na angelologia – a ciência que estuda os anjos – teólogos desde os primeiros séculos até hoje identificaram nove camadas, coros ou níveis de anjos. Baseando-nos em São Tomás de Aquino e nos pais da Igreja são os seguintes níveis, em ordem decrescente: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.

Santo Agostinho diz a respeito deles: “Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz. Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10), são “poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra” (Sl 103,20). (Catecismo, § 329). A Igreja ainda acrescenta que “os anjos cooperam para todos os nossos bens” (Catecismo, § 350).

Dentre eles, no oitavo nível você provavelmente está familiarizado com o Arcanjo. Arcanjos são anjos normais com o poder de governar. Ele aparece duas vezes no Novo Testamento (1Tes 4,16 e Jud 1,9). Na tradição católica, reconhecemos três arcanjos por nome, embora existam sete citados no Apocalipse: São Miguel, São Gabriel e São Rafael. Estes atendem diretamente ao trono de Deus. Como função, são mensageiros dos decretos de Deus aqui neste mundo. Os nomes de cada um deles testemunham também a missão que têm.

Hoje vamos nos ater a Miguel. Seu nome vem da língua Hebraica e significa uma pergunta: “Quem como Deus?” É, na verdade, uma pergunta afirmação, pois ninguém é como Deus. São Miguel é considerado o guardião celeste, o príncipe e guerreiro que defende o trono celestial. É o defensor e protetor do Povo de Deus e Padroeiro da Igreja Católica, chefe supremo do Exército Celestial, conhecido também como o Arcanjo da Justiça e do arrependimento. É ainda o grande combatente e vencedor das forças do mal. Seu nome é citado três vezes nas Sagradas Escrituras. No Antigo Testamento, está no capítulo 12 do livro de Daniel. A segunda, já no Novo Testamento, na carta de são Judas e a terceira, no capítulo 12 do livro do Apocalipse.

Ao longo da história da Igreja São Miguel Arcanjo desempenhou um papel significativo.

Aqui estão alguns fatos notáveis:

Aparições e Proteção: São João Evangelista profetizou que São Miguel protegeria a cidade de Colossos. Uma fonte surgiu na porta da cidade, onde os doentes, ao fazer o sinal da cruz e invocar o Arcanjo, encontrariam cura para seus males físicos e espirituais.

Intervenção do Papa Leão XIII: este testemunhou a eficácia da oração a São Miguel Arcanjo. Relatou a intervenção protetora do Arcanjo contra ataques demoníacos que ameaçavam a Igreja.

São Miguel vence o demônio com sua humildade. Ao invés de acusá-lo, simplesmente lhe diz: “Reprima-te o Senhor”; em latim: Imperet tibi Dominus. O Papa Leão XIII introduziu as mesmas palavras em sua famosa oração a São Miguel, só substituindo o tibi (“te”) por illi (“lhe”) — já que a prece se dirige ao arcanjo, e não ao demônio. Daí o “Ordene-lhe Deus” que rezamos no meio dessa invocação ao príncipe das milícias celestes.

A nossa luta não é contra os poderes deste mundo, mas contra as forças do inferno, nem são homens o que combatemos, mas os espíritos malignos espalhados pelos ares. Não têm eles o poder de coagir nossa vontade, mas podem incliná-la de mil modos ao pecado. Não podem obrigar-nos a pecar, mas a isso nos tentam sem descanso. Por isto nos lembra o convertido a Santa Igreja o ex-pastor Scott Hahn em seu livro “A Ceia do Cordeiro”: “Dois terços dos anjos estão lutando por nós constantemente, até mesmo quando dormimos. O arcanjo São Miguel, o guerreiro mais poderoso do Céu, é nosso incansável e imbatível aliado (…) e o mais alentador de tudo é que ao final ganhamos. São João vê (no livro Apocalipse, grifo meu) a batalha desde a perspectiva da eternidade e por isto pode revelar o final tão vividamente.

Não por coincidência, a Quaresma de São Miguel começa no mesmo dia em que a Igreja comemora a Assunção de Nossa Senhora aos Céus (15 de agosto). No capítulo 12 do Apocalipse de São João se lê:

“Depois apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete coroas. Varria com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que, quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. (…) Houve uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para eles. Foi então precipitado o grande Dragão, a primitiva Serpente, chamado Demônio e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Foi precipitado na terra, e com ele os seus anjos.” (Apo 12, 3s.7-9)

Ora, se satanás leva consigo um terço das milícias celestiais, dois terços mantêm fiéis a Deus. E, como nos recorda São Paulo, “não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Efe 6,12). Não se trata de uma luta “carnal”, em que um mata o outro. Não. São espíritos e, portanto, esta luta se dá pela palavra, justiça e humildade (sempre representada por uma espada na mão de São Miguel).

Portanto, nesta batalha temos além de nossa Mãe Santíssima, São Miguel. Afinal, queremos todos entrar por esta porta estreita que nos recorda Nosso Senhor: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição e numerosos são os que por aí entram” (Mt 7,13s). Se o caminho da porta estreita é o caminho de cruz e renúncia (Mt 16,24), entreguemos nossas vidas a Virgem Santíssima, aquela que na primeira vinda de Jesus não sofreu dores de parto, como nos ensina a Sagrada Tradição, mas agora as sofre, e esta dor se dá porque ela nos gera para Deus, mas também a São Miguel cuja proteção, justiça e força espiritual temos e por nós combate com seus anjos.

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Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana

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