Faz um bom tempo que ando contemplando com os olhos esbugalhados e sem entender nada, o cenário do mundo. Vejo por todos os lados, guerras, sonhos de paz que morrem antes de começar a existir, crianças que morrem sem saber o porquê, milhões de pessoas que se veem obrigados a fugir da guerra para cair numa guerra pior. Não há mais lugar seguro nem na Igreja, nem na rua, nem no cemitério porque até os mortos são mortos duas vezes. A única pergunta que se agita em minha cabeça é “por que?”. Por que tudo isso? E não encontro causa a não ser uma explicação que pode parecer estúpida e boba mas para mim tem um sentido.
Entramos numa “loucura coletiva”, de tanto falar de guerra amamos a guerra, amamos a morte mais do que a vida. E para poder salvar-nos é necessário eliminar o outro que temos medo e que nos agride. E o outro pensando que nós vamos agredi-lo também tenta nos agredir primeiro. É uma espiral que nos sufoca em todos os momentos, tu me faz sombra, devo te eliminar para que eu tenha o sol. Tu es sol e eu te elimino porque quero sombra. O que fazer?
Ir dentro de nós mesmos e dizer: eu sou a paz, eu quero a paz.
Jesus antes de todos deu-nos conselhos que hoje parecem idiotice: “se quiserem o teu manto, dá também a túnica”, “se alguém quiser que faça com ele um km, faz dois”. O caminho para fazer nascer a paz, a sabedoria popular tem razão “quando um não quer dois não brigam” mas a nova filosofia da filosofia coletiva é outra: se você não briga eu brigo e se você briga eu brigo.
As vezes essa “loucura coletiva” parece estar longe de nós mas não; está na Igreja quando se veem pessoas no facebook durante a missa ou falando no celular, não prestando atenção quando o outro fala, atender o telefone no meio de uma conversa com outra pessoa, passar no sinal vermelho sem se importar com os pedestres, ser o “senhor sem lei” achando que nós somos a lei.
Sem Cristo somos baratas tontas. A paz é a única flor que nasce no lenho da cruz e se alimenta do sangue de Cristo.
Que Santa Teresinha nos envie do céu uma chuva de rosas e bençãos.