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A visita do Papa

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Um magistrado brasileiro se manifestou contra os gastos do país com a visita do Papa Bento XVI, alegando que o Brasil não é um Estado confessional e, portanto, não pode financiar a visita de um líder de determinada religião.

Que o Brasil não é uma república de aiatolás, onde o clero mande, está claro. Nosso Estado é laico.

É também verdade que a grande maioria do povo brasileiro é de cultura católica. Nós gostamos do papa e nos alegramos com sua visita. Ele é o sucessor do Apóstolo Pedro, a pedra sobre a qual Jesus prometeu construir a sua Igreja e lhe deu o poder das chaves, para ligar e desligar (Mt 18, 18-19). Ele é o fundamento e o sinal visível de unidade da Igreja. É o Vigário de Cristo, tem a missão petrina de testemunhar a doutrina apostólica e de presidir o colégio apostólico. Ele é muito bem-vindo entre nós.

Mas o papa vem ao Brasil também como representante supremo do Estado da Cidade do Vaticano. É um Estado pequeno, mas soberano, neutro, inviolável, colocado sob a proteção da Convenção de Haia. É reconhecido pela ONU como patrimônio cultural da humanidade e “sacrário da cultura humana”.

Como Estado, o Vaticano é pequeno: tem uma superfície de 440 mil metros quadrados, dos quais 260 metros são área coberta; tem 1045 metros de comprimento e 850 metros de largura; está cercado de muros por todos os lados, menos na frente, onde fica a Praça de São Pedro, com a magnífica coluna de Bernini. Tem bandeira própria, central telefônica, rádio, sigilo, selos postais e cunha sua própria moeda. Se dentro do Vaticano mal vivem mil habitantes, o Sumo Pontífice preside mais de um bilhão e cem milhões (1.100.000) de seres humanos que constituem a Igreja Católica Apostólica Romana.

Como Estado soberano, o Vaticano participa dos organismos internacionais, assina tratados e tem relações diplomáticas com inúmeros países. A diplomacia vaticana é um dos segredos de sua eficácia na promoção da paz, da cooperação entre os povos e da defesa dos direitos humanos, entre os quais o direito à liberdade religiosa.

A visita de Bento XVI ao Brasil acontece no contexto da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe. A atenção do mundo estará voltada para Aparecida , sede do evento, que o Papa há de inaugurar dia 13 de maio de 2007. Foi a 13 de maio de 1917 que a Mãe de Jesus apareceu em Fátima, pedindo oração, penitência e conversão ao Evangelho. O povo está convidado a acompanhar o Papa e o Episcopado reunido em Aparecida também com oração e disposição para viver como discípulos e missionários de Jesus Cristo, “para que nossos povos nele tenham vida”.

Dom Sinésio Bohn
Bispo de Santa Cruz do Sul


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