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Cristo aponta para a Amazônia

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Por ocasião da visita de Bento XVI ao Brasil, o Presidente Lula chamou a atenção para a índole laical do Estado Brasileiro. A Igreja Católica reconhece a autonomia das realidades terrestres, inclusive do Estado laico (cf GS, nº 36). Mas isto não significa a renúncia à sua missão evangelizadora nem o silêncio ante as questões que atingem a vida e a dignidade do ser humano. Uma destas questões é a Amazônia.

A 45ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), realizada de 1º a 09 de maio de 2007, lembrou alguns passos dados pela própria Igreja em prol da Amazônia, tais como:

1º) A partir de 1970, a pedido da própria CNBB, a Santa Sé (Vaticano) foi transformando as Prelazias, mais dependentes de congregações religiosas e do exterior, em Dioceses, com seu Bispo próprio e com seu clero autóctone. Assim as Igrejas particulares da Amazônia se fortalecem.

2º) Em 1972 foi criado o projeto “Igrejas-Irmãs”: Dioceses já solidamente estabelecidas assumem um programa de intercâmbio e de ajuda mútua com Dioceses da Amazônia legal. Assim a Diocese de Santa Cruz do Sul assumiu como Igrejas-Irmãs as Dioceses de Diamantino e Sinop, Mato Grosso. Já celebramos o jubileu deste projeto.

3º) Em 2002 foi criada a Comissão Episcopal para a Amazônia, sob a coordenação de Dom Jayme Chemello, Bispo de Pelotas (RS). O objetivo é articular melhor, em nível nacional, com agentes de pastoral e com recursos financeiros, a solidariedade de todo o Brasil para com a Igreja que “está naquele chão”.

4º) Em 2007 foi lançada a Campanha da Fraternidade, melhor campanha de conscientização da Igreja Católica, sobre a Amazônia, com o lema: “Vida e Missão neste chão”. Os próprios Bispos observaram: “A previsão de alguns de que a Campanha não iria decolar fora a própria Amazônia foi desmentida pela participação maciça nos eventos em todos os quadrantes do país”.

5º) Para o futuro a CNBB propõe a participação de toda a sociedade brasileira em defesa da Amazônia. E mais: propõe a união dos países que constituem a Amazônia Continental, a saber: Brasil, Bolívia, Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Juntos estes países têm mais condições para analisar a problemática, sugerir saídas comuns para a Pan-Amazônia e defendê-la da cobiça internacional.

Finalmente, os Bispos apelam em favor da vida de vários bispos (Dom Erwin Kräutler, Dom Antônio Possamai, Dom Geraldo Verdier) e de padres, religiosos e leigos, ameaçados de morte. Depois do frio assassinato de Irmã Dorothy, a cobiça ilimitada ameaça de morte a quem defende os povos amazônidos, a Amazônia e, por extensão, a vida do planeta terra.

A profecia de Paulo VI nunca foi tão atual: “Cristo aponta para a Amazônia”.

Dom Sinésio Bohn

Bispo de Santa Cruz do Sul

Fonte: CNBB


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