Ele despertou para a fé quando ainda menino e depois, mesmo soldadoda cavalaria do exército romano, jamais abandonou os ensinamentos deCristo. A sua vida foi uma verdadeira cruzada contra os pagãos e emfavor do cristianismo. Quatro mil igrejas dedicadas a ele na França, e o seu nome dado a milhares de localidades, povoados e vilas; como emtoda a Europa, nas Américas. Enfim, em todos os países do mundo.
Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia, por volta do ano 316, epertencia a uma família pagã. Seu pai era comandante do exércitoromano. Por curiosidade começou a freqüentar uma Igreja cristã, aindacriança, sendo instruído na doutrina cristã, porém sem receber obatismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais à sua volta, seupai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas se o intuito dopai era afastá-lo da Igreja, o resultado foi inverso, pois Martinhocontinuava praticando os ensinamentos cristãos, principalmente acaridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na Gália, atualFrança.
O manto que cobriu Jesus
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia, ummendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, ocavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade aopedinte. Durante a noite, o próprio Jesus apareceu-lhe em sonho usandoo pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-loaquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria asfileiras militares para dedicar-se à religião.
Com vinte e dois anos, já estava batizado, provavelmente pelo bispode Amiens, afastado da vida da Corte e do exército. Tornou-se monge ediscípulo do famoso bispo de Poitiers, santo Hilário, que o ordenoudiácono. Mais tarde, quando voltou do exílio, em 360, doou a Martinhoum terreno em Ligugé, a doze quilômetros de Poitiers. Lá, Martinhofundou uma comunidade de monges. Mas logo eram tantos jovens religiososque buscavam sua orientação que Martinho construiu o primeiro mosteiroda França e da Europa ocidental.
No Ocidente, ao contrário do Oriente, os monges podiam exercer osacerdócio para que se tornassem apóstolos na evangelização. Martinholiderou, então, a conversão de muitos e muitos habitantes da regiãorural. Com seus monges, ele visitava as aldeias pagãs, pregava oEvangelho, derrubava templos e ídolos e construía igrejas. Ondeencontrava resistência, fundava um mosteiro. Com os mongesevangelizando pelo exemplo da caridade cristã, logo todo o povo seconvertia. Dizem os escritos que, nessa época, havia recebido donsmísticos, operando muitos prodígios em beneficio dos pobres e doentesque tanto amparava.
Bispo de Tours
Quando ficou vaga a diocese de Tours, em 371, o povo aclamou-o,unanimemente, para ser o bispo. Martinho aceitou, apesar de resistir noinício. Mas não abandonou sua peregrinação apostólica: visitava todasas paróquias, zelava pelo culto e não desistiu de converter pagãos eexercer exemplarmente a caridade. Nas proximidades da cidade, fundououtro mosteiro, chamado de Marmoutier. A influência não se limitoua Tours, tendo se expandido por toda a França, tornando-o querido eamado por todo o povo.
Martinho exerceu o bispado por 25 anos. Morreu, aosoitenta e um anos, na cidade de Candes, no dia 8 de novembro de 397.Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidadede Tours.
Venerado como São Martinho de Tours, ele se tornou o primeiro santonão-mártir a receber culto oficial da Igreja e também um dos santos mais populares da Europa medieval.
São Martinho de Tours, rogai por nós!