Oração

Akáthistos celebra o mistério da Mãe de Deus

A Comunidade Shalom tem a tradição de rezar, no período de 16 de Dezembro até o Natal, este grande hino litúrgico da Igreja grega antiga. A composição poética celebra o mistério da Mãe de Deus.

comshalom

O hino do Akáthistos não foi tirado de arquivos nem jamais sepultado em bibliotecas: há 15 séculos, o Akáthistos vive no coração de incontáveis gerações, que nele encontram alimento e verdadeira devoção à Virgem. Sem qualquer dúvida é o mais belo hino mariano da Antiguidade e de todas as épocas, um monumento de altíssimo valor, uma obra prima litúrgica de importância eclesial.

Este hino foi projetado com base em dois planos sobrepostos, o da história e o da fé, e em duas perspectivas entrelaçadas e complementares, a cristológica e a eclesial, nas quais se radica e ilumina o mistério de Maria, a Mãe de Deus. Aliás, no pano de fundo desse desígnio de salvação está inscrita a história do homem, de cada homem, chamado a tornar-se transparência e presença divina, como foi e é Maria. A figura de Maria é ao mesmo tempo imagem e plena revelação daquilo que todo homem e toda a Igreja devem se tornar.

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Rei Celeste

Rei celeste, Espírito Consolador,
Espírito de Verdade, presente em toda parte 
E tudo cumulando. 
Tesouro de todo bem  
E fonte da Vida,
Vinde, habitai em nós! 
Vinde, habitai em nós!
Purificai-nos e salvai-nos, 
Ó Vós, que sois bom!

 

O Mistério anunciado da encarnação se realiza em Maria 
O PRECURSOR E JOSÉ O RECONHECEM 

Primeira Estância 
O Mistério da Encarnação é anunciado a Maria e nela se cumpre. 

HOMENS 
O mais excelso dos anjos foi enviado do Céu para dizer “Ave” à Mãe de Deus. À saudação angélica, vendo-vos nela feito homem, Senhor, em êxtase permaneceu, aclamando assim a Mãe: 

TODOS 
Ave, por vós a glória resplandece
Ave, por vós a dor se extingue
Ave, salvação de Adão decaído
Ave, resgate do pranto de Eva
Ave, meta sublime do humano entendimento
Ave, abismo profundo aos olhos dos anjos
Ave, em vós foi erguido o trono do Rei
Ave, vós carregais Aquele que tudo sustenta
Ave, estrela que ao sol antecedeis
Ave, seio do Deus que se encarna
Ave, por vós a Criação se renova
Ave, por vós o Criador é criança.
Ave, Virgem e Esposa! 

Segunda Estância 
A virgem reflete sobre o anúncio. 

HOMENS 
Maria bem sabia ser a Virgem sagrada e a Gabriel assim dizia:

MULHERES
“A vossa singular mensagem incompreensível à minh’alma se apresenta; de seio virginal um parto predizeis, exclamando: Aleluia!” 

Terceira Estância 
Maria é iniciada no Mistério Divino. 

HOMENS 
Desejava a Virgem entender o Mistério e ao Núncio Divino perguntava: 

MULHERES 
“Poderá meu seio virginal dar à luz uma criança? Dizei-me?”

HOMENS 
E Aquele, reverente, aclamando-a assim dizia: 

TODOS 
Ave, guia ao supremo conselho
Ave, prova de angélico mistério
Ave, o primeiro prodígio de Cristo
Ave, compêndio de suas verdades
Ave, escada celeste pela qual o Eterno desce
Ave, ponte que conduz os homens ao Céu
Ave, dos coros angélicos cantado prodígio
Ave, da horda demoníaca execrado flagelo
Ave, gerastes a Luz inefável
Ave, o “modo” jamais revelastes
Ave, transcendeis a ciência dos doutos
Ave, resplandeceis para o coração dos fiéis.
Ave, Virgem e Esposa! 

Quarta Estância
O Espírito torna Mãe a Virgem. 

HOMENS 
A Virtude do Altíssimo cobriu e tornou Mãe a Virgem que núpcias desconhecia; aquele seio fecundado pelo alto, qual campo fecundo tornou-se para todos que querem Salvação acolher, assim cantando: Aleluia! 

Quinta Estância 
João exulta de alegria espiritual diante da Portadora de Deus. 

MULHERES 
Com o Senhor no seio, Solícita, Maria subiu e falou a Isabel. O menino no seio da mãe ouviu a virginal saudação, exultou e pulando de alegria cantava à Mãe de Deus: 

TODOS 
Ave, sarmento de santo Rebento
Ave, ramo de fruto ilibado
Ave, cultivais o divino Agricultor
Ave, dais vida ao Autor da vida
Ave, sois campo que produzis riquíssimas graças
Ave, sois mesa repleta de todos os dons
Ave, pastagem amena fazeis brotar
Ave, pronto refúgio aos fiéis preparais
Ave, de súplicas incenso agradável
Ave, do mundo suave perdão
Ave, para o homem clemência de Deus
Ave, do homem confiança em Deus.
Ave, Virgem e Esposa! 

Sexta Estância
O Mistério é revelado a José. 

HOMENS 
Com o coração agitado entre pensamentos contrários, o sábio José oscilava; embora vendo-vos intacta suspeita secretos esponsais, ó ilibada! Ao saber que Mãe éreis pelo Espírito Santo, exclamou: Aleluia! 

 

II 

O Mistério se manifesta 

VIZINHOS E DISTANTES VÊM ATÉ O SENHOR 

 

Sétima Estância 
A adoração dos pastores. 

MULHERES
Os pastores ouviram o cântico dos anjos ao Cristo que desceu até nós. Correndo para ver o Pastor, O viram como cordeirinho inocente, nutrindo-se no seio da Virgem, e a ela alçaram o canto: 

TODOS 
Ave, Mãe do Cordeiro-Pastor
Ave, redil de fiel rebanho
Ave, defendeis das feras malignas
Ave, abris as portas do Céu
Ave, por vós com a terra exultam os Céus
Ave, por vós com os Céus se alegra a terra
Ave, sois dos Apóstolos a voz perene
Ave, dos Mártires sois o indômito ardor
Ave, sustento poderoso da fé
Ave, estandarte esplendoroso de graça
Ave, por vós despojado foi o inferno
Ave, por vós nos vestimos de glória.
Ave, Virgem e Esposa! 

Oitava Estância 
A chegada dos Magos guiados pela estrela. 

HOMENS 
Observando a estrela que guiava ao Eterno, seguiram os Magos o seu fulgor. Foi para eles segura candeia na procura do Poderoso, o Senhor. O Deus inefável tendo-O alcançado, O aclamam felizes: Aleluia! 

Nona Estância 
A adoração dos magos. 

MULHERES 
Os magos contemplaram nos braços maternos o sumo Artífice do homem. Sabendo que Ele era o Senhor, ainda que em aspecto de servo, solícitos, apresentaram-Lhe os dons, dizendo à Mãe feliz: 

TODOS 
Ave, Mãe do Astro perene
Ave, aurora de místico dia
Ave, fornalha de erro apagais
Ave, brilhando a Deus conduzis
Ave, o odioso tirano do trono derrubastes
Ave, vós que nos dais o clemente Senhor
Ave, vós que nos resgatais de cruéis rituais
Ave, vós que nos salvais de fétidas lamas
Ave, destruís o culto do fogo
Ave, extinguis a chama dos vícios
Ave, sois mestra de ciência aos fiéis
Ave, sois o júbilo de todas as gentes.
Ave, Virgem e Esposa! 

Décima Estância 
O retorno dos magos. 

HOMENS 
Pregoeiros de Deus se fizeram os Magos no caminho de retorno. Cumpriram o vosso vaticínio e Vos anunciavam, ó Cristo, a todos, desprezando Herodes, o estulto, incapaz de cantar: Aleluia! 

Décima Primeira Estância 
A fuga para o Egito e a saída do Egito. 

MULHERES 
Irradiando para o Egito o esplendor da verdade, do erro a treva expulsastes; os ídolos então, Senhor, por força divina enfraquecidos, caíram; e os homens, salvos, à Mãe de Deus aclamavam: 

TODOS
Ave, desforra do gênero humano
Ave, destruidora do reino do inferno
Ave, o engano e o erro esmagastes
Ave, dos ídolos revelais a fraude
Ave, mar que engoliu o grande Faraó
Ave, rocha da qual brotam as águas da vida
Ave, coluna de fogo que guiais na escuridão
Ave, abrigo do mundo maior do que as nuvens
Ave, doadora do maná celeste
Ave, ministra de santas delícias
Ave, terra mística prometida
Ave, mina de leite e mel.
Ave, Virgem e Esposa! 

Décima segunda Estância 
O Encontro com Simeão. 

HOMENS 
Estava já para deixar este mundo falaz, Simeão, inspirado ancião. Como criança, fostes apresentado, mas em Vós reconheceu o Senhor perfeito, e, boquiaberto, admirando a eterna sabedoria, exclamou: Aleluia! 

III 

A Encarnação é uma Obra Divina

NOVA TERRA, NOVOS CÉUS, NOVA GERAÇÃO 

Décima terceira Estância
A Virgem, nova Eva, paraíso de Deus. 


MULHERES
As leis da natureza, inovou o Criador, aparecendo entre nós, Seus filhos: Seu filho, florescido no seio da Virgem, o preserva qual antes era, inviolado; e nós, que admiramos o prodígio, cantamos a Santa: 

TODOS 
Ave, flor de vida ilibada
Ave, coroa de casto trato
Ave, mostrais a sorte futura
Ave, revelais a vida dos anjos
Ave, magnífica planta que nutre os fiéis
Ave, árvore bela e copiosa que a todos abriga
Ave, carregastes no ventre o guia dos errantes
Ave, destes à luz ao que liberta os escravos
Ave, súplica ao justo Juiz
Ave, perdão para os transviados
Ave, vestis de graça os nus
Ave, amor que vence toda cobiça.
Ave, Virgem e Esposa! 

Décima quarta Estância 
Guiados pelo Verbo, os homens sobem espiritualmente ao Céu. 

HOMENS
Tal parto admirando, do mundo nos desapegamos, e ao Céu a mente volvemos. Para isso surgiu entre nós, em humildes humanas aparências, o Altíssimo, para conduzir à meta aqueles que alegres O aclamam: Aleluia! 

Décima quinta Estância 
A Mãe de Deus, Porta do Céu. 

MULHERES
Era tudo aqui na terra e de si todos os Céus preenchia o Deus Verbo infinito. Não mera mudança de lugar, mas um doce abaixar-se de Deus até o homem foi ter nascido da Virgem Mãe, que todos aclamamos: 

TODOS
Ave, morada de Deus, o infinito; Ave, porta do sagrado Mistério. Ave, doutrina insegura para os ímpios; Ave, dos piedosos certíssima honra. Ave, trono mais santo que o trono querúbico; Ave, cátedra mais bela que a cátedra seráfica. Ave, vós que conjugais contrárias grandezas; Ave, vós que sois uma Virgem e Mãe. Ave, por vós remida a culpa; Ave, por vós o paraíso foi aberto. Ave, chave do Reino de Cristo; Ave, esperança de eternos tesouros. Ave, Virgem e Esposa! 

Décima Sexta Estância 
Espantados, os anjos contemplam Deus feito homem. 

HOMENS 
Espantados ficaram os anjos por tão sublime evento da Vossa Encarnação divina; pois viam, o Deus a todos inacessível, O viam acessível, homem, morar entre nós e por todos ouvir-se aclamado: Aleluia! 

Décima Sétima Estância 
A Virgem que dá à luz, Mistério inefável. 

MULHERES 
Os oradores brilhantes, mudos como peixes, ficaram diante de vós, Genitora de Deus, de todo incapazes de dizer o modo como Virgem e Mãe vós sois. Nós, porém, que admiramos o Mistério, cantamos com fé: 

TODOS 
Ave, sacrário da eterna Sabedoria
Ave, tesouro de sua Providência
Ave, dos doutos a ignorância revelais
Ave, os retóricos ao silêncio forçais
Ave, para ti são estultos sutis doutores
Ave, para ti não importam míticos autores
Ave, de todos os sofistas as tramas desfazeis
Ave, dos pescadores as redes encheis
Ave, da profunda ignorância nos resgatais
Ave, a todos farol de ciência vos fazeis
Ave, barca de quem quer se salvar
Ave, porto de quem quer zarpar para a Vida.
Ave, Virgem e Esposa! 

Décima oitava Estância 
O Pastor se fez Cordeiro para nos atrair a si. 

HOMENS 
Para salvar a Criação, o Senhor do mundo voluntariamente aqui embaixo desceu. Como Deus, era nosso Pastor, mas quis aparecer entre nós como Cordeiro; como humano, atraía os humanos; como Deus, O aclamamos: Aleluia! 

IV 

Da Virgem Mãe nasce o Mistério Pascal

A IGREJA DOS SANTOS A CAMINHO DA PÁTRIA 

 

Décima nona Estância 
A sempre Virgem, Mestra da virgindade consagrada. 

MULHERES 
Defesa dos virgens sois vós, Mãe Virgem, e de todos os que a vós recorrem; pois assim vos fez o Senhor da terra e do Céu, ó ilibada, que habitou o vosso seio, convidando todos nós a cantar: 

TODOS 
Ave, coluna de sagrada pureza
Ave, porta da eterna Salvação
Ave, início da nova geração
Ave, doadora de bens divinos
Ave, fizestes renascer os nascidos na vergonha
Ave, destes sabedoria aos desprovidos
Ave, vós que imobilizastes o grande sedutor
Ave, vós que dos castos nos dais o Autor
Ave, seio de núpcias divinas
Ave, que unis os fiéis ao Senhor
Ave, dos virgens a alma nutris
Ave, que as almas ao Esposo conduzis.
Ave, Virgem e Esposa! 

Vigésima Estância 
O serviço de incessante louvor ao Senhor.

HOMENS 
Na verdade sucumbe qualquer canto que pretenda narrar todas as Vossas inumeráveis graças. Se Vos oferecêssemos hinos por todos os grãos de areia, Senhor, jamais conseguiríamos contar os Vossos dons que destes a quem canta: Aleluia! 

Vigésima primeira Estância 
Maria, fonte dos sagrados Mistérios, Mãe espiritual de vida. 

MULHERES
Como chama ardente para os que jazem nas sombras, contemplamos a Virgem Santa, que acendeu a luz divina e a todos guia à ciência divina, iluminando as mentes por todos louvada com o canto: 

TODOS 
Ave, raio-do-Sol divino
Ave, feixe de perene luz
Ave, qual relâmpago as mentes iluminais
Ave, qual trovão os inimigos espantais
Ave, dos sagrados Mistérios sois a fonte
Ave, sois a mina das Águas abundantes
Ave, em vós se representa a antiga piscina
Ave, as manchas limpais dos nossos pecados
Ave, fonte que as almas purificais
Ave, cálice transbordante de alegria
Ave, fragrância do crisma de Cristo
Ave, ó vida do sagrado banquete.
Ave, Virgem e Esposa! 

Vigésima segunda Estância
A graça jorra do Mistério Pascal. 

MULHERES 
Perdoar querendo toda dívida antiga, entre nós o Redentor do homem desceu e habitou em pessoa, entre nós, que havíamos perdido a graça. Rasgou a promissória da dívida e todos O aclamam: Aleluia! 

Vigésima terceira Estância
Maria, templo e arca santa, protetora da Igreja peregrina. 

HOMENS
Cantando vosso parto, o universo vos saúda qual templo vivo, ó Rainha! Fazendo em vós a morada, Aquele que o todo em Sua mão retém, o Senhor, toda santa e gloriosa vos fez e nos ensina a louvar-vos: 

TODOS 
Ave, tenda do Verbo de Deus;
Ave, maior que o Santo dos Santos.
Ave, arca pelo Espírito dourada;
Ave, tesouro inesgotável de vida.
Ave, diadema precioso dos santos soberanos;
Ave, dos pios sacerdotes nobre ufania.
Ave, sois para a Igreja qual torre poderosa;
Ave, sois para o Império qual forte muralha.
Ave, por vós erguemos troféus;
Ave, por vós caem vencidos os inimigos.
Ave, remédio de meus membros;
Ave, Salvação da minha alma.
Ave, Virgem e Esposa!

Vigésima quarta Estância 
Maria, a suplicante. 

TODOS
Grande e ínclita Mãe,
Genitora do Sumo entre os santos,
Santíssimo Verbo,
dignai-vos agora acolher o canto!
Preservai-nos de toda desgraça, todos!
Do castigo merecido, libertai-nos,
a nós que gritamos: Aleluia! 

 

Saiba mais sobre o Akathistos

Divide-se o Akáthistos em duas partes

A primeira parte (estâncias de 1 a 12), seguindo o Evangelho da infância (Lc 1-2; Mt 1-2), propõe e comenta a teofania, isto é, o aparecimento e a primeira revelação histórica de Deus na carne humana assumida, com os efeitos salvíficos que daí derivam.

As primeiras seis (de 1 a 6) estâncias do hino, de conotação cristológica, encenam e cantam a descida do Verbo e sua manifestação às primeiras testemunhas: a Virgem-Mãe, João Batista, Isabel e José. As outras seis estâncias (de 6 a 12), de conotação eclesial, mostram a epifania de Deus no mundo, portadora de luz e graça para todos: os protagonistas e beneficiários os pastores, os magos, os redimidos da escravidão dos ídolos e o justo Simeão, modelo da espera de Israel.

A segunda parte do hino (estâncias de 13 a 24) propõe a teologia da Igreja antiga, isto é, a profissão dos dogmas de fé relacionados a Maria: as primeiras seis estâncias (de 13 a 18) a contemplam imersa no mistério de Cristo, enquanto as últimas seis (de 19 a 24) a cantam presente no mistério da Igreja em curso.

Instâncias do Akáthistos

1. Deus envia o anjo para fazer a saudação; o mistério se realiza em Maria; explode a alegria, cessa a condenação, renova-se a criação.

2. A estupefação de Maria: a criatura encontra-se diante da misteriosa iniciativa de Deus.

3. Diante do evento misterioso surge espontaneamente a pergunta: “como?”. Respondendo-lhe o anjo lhe revela que somente ela‚ tão profundamente iniciada na experiência do divino a ponto de tornar-se guia para a ascensão do homem.

4. Descendo, o Espírito Santo cobre a Virgem, tornando seu ventre em terra-virgem fecunda de graças.

5. A visitação: à saudação de Maria, o mistério se revela a João e o toca em seu íntimo; floresce o perdão, a misericórdia se difunde; Maria é a sua mediadora e o seu altar.

6. O mistério é revelado a José, a “testemunha” virginal.

7. A adoração dos pastores: prefiguração dos apóstolos, dos pastores e dos mártires, que ao longo dos tempos anunciam e confessam Cristo, nascido da Virgem, que assim como vestiu de carne o Senhor, reveste de glória os fiéis.

8. A chegada dos magos: ao anúncio de fé pregado pelos pastores, o homem que o acolhe encaminha-se em busca de Deus. Inicia-se o itinerário catecumenal, que se conclui em Maria, de quem, se fez carne a Palavra do Pai.

9. A adoração dos magos: o caminho catecumenal do homem se conclui com a renúncia a Satanás e aos vícios e com alegre adesão ao único Senhor, de que é artífice e marco a Mãe de Deus.

10. Os magos retornam à sua terra e, na própria vida, o neófito torna-se arauto de Cristo.

11. Como prenunciava Isaías (Is 19,1), Cristo entra no Egito, levado por Maria; Desmoronam os ídolos e atrás dela inicia-se o êxodo no novo povo em direção à terra prometida.

12. O encontro com Simeão; a espera e a sabedoria do homem se iluminam em Cristo.

13. A concepção virginal : com novo prodígio, renasce a vida; a santidade e a obediência virginal da nova Eva se contrapõem à obediência da antiga e a cancelam reconciliando o mundo com Deus.

14. Em Cristo, o homem retorna às origens, no Verbo encarnado se lhe abrem os céus.

15. A maternidade divina como vértice supremo, trono de Deus e único caminho para que o homem perdoado torne-se “deus”.

16. Também para os anjos o mistério do Verbo encarnado é nova luz de conhecimento e de êxtase.

17. O parto virginal, abismo de sabedoria divina: a luz da sabedoria humana rejeita o mistério; a verdadeira sabedoria é a fé dos simples, que encontra em Maria a sua luz.

18. Nós jamais teríamos podido nos aproximar de Deus, se ele não houvesse descido, humilde, entre nós, para nos salvar e atrair-nos suavemente para si.

19. A virgindade perpétua de Maria, início da santa Igreja, sublime modelo para os virgens; Maria, que no seu ventre desposou Deus, ao homem, agora conduz os virgens e os desposa ao Verbo de Deus.

20. o primeiro dever dos virgens é o culto a Deus; por mais que prolongue suas louvações, o homem nunca chega a celebrar dignamente os benefícios divinos.

21. A maternidade espiritual de Maria, a “Mãe da Igreja” , da mesma forma que gerou a Cabeça segundo a carne, não cessa de nela regenerar os seus membros, com os sacramentos que infundem a luz e a vida, tendo brotado do seu seio e do seu coração.

22. A nossa regeneração nasce do mistério pascal, que tem suas raízes no seio virginal, com efeito, para a nossa salvação, Cristo desceu do céu e se encarnou em Maria Virgem.

23. A mediação celeste: Maria é templo e arca que acompanha e protege a Igreja peregrina na santa conquista da pátria celeste; é refúgio e esperança de cada fiel.

24. A nossa advogada: que a Mãe de Deus nos salve de todo perigo e do último castigo.

Nossa Senhora Esposa e Mãe

A trama do hino gira em torno de três palavras: a saudação do anjo, “AVE”, que desencadeia toda a louvação, e os dois refrãos: “AVE, VIRGEM E ESPOSA” e “ALELUIA”.

AVE: o Akáthistos inicia quando o anjo desce do céu, enviado por Deus para dar anúncio de júbilo a Virgem e, por seu intermédio, a toda a terra: O mais excelso dos anjos foi enviado do céu para dizer “ave” à mãe de Deus(o termo grego Kaire = alegra-te = ave). Todo entrelaçamento do hino e o seu cenário estão envolvidos para a alegria do céu. Com efeito, é um evangelho de alegria que, em Maria, se abre para o mundo: o anúncio de que Deus se fez homem!

AVE VIRGEM ESPOSA: desposada com Deus, mas não desposada com homem; uma posse pessoal exclusiva do Pai, Filho e Espírito, mas virgem de toda posse de natureza humana. Assim, o refrão coloca a figura Virgem na própria fronteira entre o criado e o incriado, quase como vértice extremo da ascensão humana, que mergulha no esplendor divino e por ele é inteiramente revestida, sem perder as propriedades de criatura.

ALELUIA: o refrão das estâncias pares, glorifica só o Senhor, de quem parte a iniciativa, brota a vida, inicia a história e se difunde a graça e em quem terminam, mergulhados em Cristo, através do Espírito, na contemplação da divindade, o itinerário espiritual de todo homem e o itinerário cósmico.

Na visão teológica do Akáthistos, Maria está presente e ativa em toda a extensão do mistério: onde quer que a humanidade de Cristo seja fonte de vida, ali está Maria, que lhe deu sua carne, ali está inscrita a sua figura virgem e sua ação de Mãe.

Hoje como ontem, a Virgem é presença ativa na Igreja peregrina: sustentáculo para a fé, para os apóstolos, força para os mártires, já que todos, em toda parte, anunciam e testemunham Cristo, que ela nos deu.

Autor do Akáthistos

O autor do Akáthistos certamente foi um grande poeta, um insigne teólogo, um consumado contemplativo: tão grande que soube traduzir em síntese de oração a fé professada pela Igreja; tão humilde que desapareceu anonimamente. O seu nome é conhecido por Deus e ignorado pelo mundo. E é melhor que assim seja: desse modo, o hino é de todos, porque é da Igreja. Segundo os estudos mais recentes, a data de composição do Akáthistos oscila entre a segunda metade do século V e os primeiros anos do século VI.

Valor Ecumênico

O Akáthistos é comum aos irmãos ortodoxos e aos católicos de rito bizantino: é uma vetusta e solene ponte no sentido da plena comunhão de fé com as igrejas do Oriente. Para os irmãos evangélicos do ocidente, para os quais o culto a Maria ainda constitui pedra de tropeço, ele poderia representar um autêntico valor e uma base de diálogo: por sua antiguidade; pela fórmula laudatória, que, se bem compreendida, redunda em glória do Senhor; pelo substrato cristológico-eclesial; pela doutrina rica e sóbria, isenta de exaltações, que desemboca no próprio mistério da encarnação, isto é, no primeiro artigo de fé cristológica professado por todas as igrejas.

Reze conosco:

E.TONIOLO
Dicionário de Mariologia


Comentários

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  1. Vivi essa experiência muito renovadoura para o meu coração.
    Foi um ENCONTRO magnífico para eu está restaurada na .minha vida.
    Na minha família.
    Muito rico as pregações,Às laudes…orações.
    Eu me encontrei com DEUS.
    Que me senti de alma bem profunda…nergulhada no SENHOR.
    E a NOSSA SENHORA que sempre nunca largou MINHA mão.
    Obrigado família shalom.
    Sou muito FELIZ AQUI.
    Sou da Missão shalom MANAUS.
    🙌🙌🙌🙌❤

  2. Que alegria! Ao pesquisar para rezar, encontrei de maneira bem explicada, como também o vídeo com Pe. ANTONIO nos ensinando. Gratidão sempre! Ah! Encontrei também o de São José é já o fiquei para quem estava procurando e não encontrava. Shalom!

  3. Tive a felicidade de participar dessa santa oração, na igreja Nossa Senhora do Paraíso do rito Melquita, Deus é maravilhoso.