Formação

São Tito

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A festa de S. Tito entrou no Missal Romano no ano de 1854, no tempo de Pio IX. Sobretudo os Padres Gregos apresentam extraordinárias ponderações sobre a santidade e o zelo deste discípulo de São Paulo; e os bizantinos dão-lhe mesmo o título de apóstolo, seguindo São Paulo que lhe chama "apóstolo das igrejas e glória de Cristo". A sua basílica da ilha de Creta remonta pelo menos ao século VI.

      Nada sabemos ao certo sobre a sua origem e lugar de nascimento. Uma coisa é certa: que era gentio, não judeu; e é probabilíssimo que se tenha convertido devido à pregação de S. Paulo, pois este chama-lhe "filho verdadeiro seu, segundo a fé".

       Pelo ano de 48 a 50, subiu S. Paulo a Jerusalém para o Concílio e levou Tito; apresentou-o aos Apóstolos e opôs-se energicamente a que fosse circuncidado, como desejavam os cristãos judaizantes.

       Na terceira viagem apostólica, Tito substitui Silas, cristão de Jerusalém, e segue constantemente S. Paulo nas suas várias missões e fundações. Os dois detiveram-se longamente em Éfeso, e daqui passou Tito a Corinto com uma incumbência difícil. Devia substituir Timóteo, caráter mais suave e ingênuo, pacificar os ânimos dos fiéis e organizar a coleta para os pobres de Jerusalém. O zelo, a ponderação e a energia conseguiram a finalidade que S. Paulo se propusera. A paz voltou à Igreja de Corinto e todos ficaram reconhecidos ao missionário.

       São Paulo seguira, com verdadeira inquietação, o desempenho de tal incumbência, pois reconhecia quanto era árdua. Trocaram impressões e Paulo animou-se a destinar Tito para uma segunda viagem a Corinto, onde anunciasse a sua próxima chegada e completasse a recolha das esmolas que devia levar ele próprio a Jerusalém.

      Já não volta S. Lucas a falar de Tito. Sem as pastorais de S. Paulo perderíamos completamente os vestígios dele, dum dos operários mais notáveis da Igreja primitiva.

      A carta a Tito, escrita provavelmente da Macedônia depois da viagem à Hispânia, pelo ano de 65, não revela que tenha ficado à frente da Igreja de Creta. São-lhe dadas instruções para que proveja de bons superiores aqueles fiéis e saia depressa a caminho do Epiro, onde Paulo conta passar o inverno na cidade de Nicópolis.

       Teve de seguir as indicações de São Paulo e pôr-se a caminho para o Epiro. O mestre e o discípulo encontraram-se na Dalmácia, quando foi escrita a segunda carta a Timóteo.

       Os fatos posteriores relativos a este grande companheiro de São Paulo são desconhecidos. Tito deve ter sido mais idoso e experimentado que Timóteo, o outro companheiro inseparável de S. Paulo. Não sendo judeu, teve mais aceitação entre os cristãos de origem pagã.  


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