Formação

Caminhar na Luz

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François Callens (Dudu)
Membro da Comunidade das Beatitudes – França
Mantido o tom coloquial

      O primeiro passo para caminhar na luz é saber que estamos plantados sobre o Rochedo, que é Jesus, e por isso podemos dizer: “Eu não tenho medo! Não tenho medo do mundo que hoje me diz “procure o prazer”; não tenho medo do ridículo; não tenho medo de ser cristão; eu quero permanecer puro”.

     E a você que diz: “Eu sinto raiva no meu coração; tenho medo de viver; de ficar sozinho; tenho medo de perder meu namorado, se eu não dormir com ele; tenho medo de que todos digam que eu sou ridículo, se eu for um homem e disser: não, eu não quero dormir com você; e porque eu sou medroso muitas vezes eu traio Jesus, traio a Vida. E eu, sendo uma jovem, pratico o aborto, e assim traio o Amor”. Pois eu digo a você, agora: “Procure um sacerdote e conte para ele essa sua fraqueza. Jesus, através do sacerdote, vai romper com este pecado. Você sairá da confissão sem medo, porque o veneno terá sido destruído”.

     O segundo passo, para caminhar e permanecer na luz, é aceitar os mandamentos de Deus, e nós conhecemos bem os seus mandamentos. O terceiro passo que é muito importante, é: proteger-se da mídia; proteger-se do que a propaganda diz; daquilo que o mundo diz, porque tudo isto é mentira, é falso. Ter paz não significa ter dólares; não é ser belo ou poderoso, mas, sim, ser filho e filha de Deus, do Pai. Deus mesmo se ocupa de suas necessidades; Ele se preocupa com você.

     Eu tenho uma resposta, também, para você que tem medo do futuro. Como é que você vai viver, você que tem problemas materiais? Como vai achar uma casa, como vai comer, se você nem sequer tem uma família? Hoje, nesta noite, grite para Deus: “Pai, ocupa-te de mim, cuida de mim”. O mundo não diz isso, mas, sim: “Seja o mais forte, lute por você mesmo, procure ganhar, seja o vencedor”. Mas aquele que é filho e filha de Deus diz: “O meu Pai é o mais rico, é o mais forte, é o mais poderoso e o mais terno”.

     A quarta condição, e a última, é também muito importante: guardar-se do inimigo que injeta mentiras contra a Verdade. Jesus é Deus e Senhor. Foi Ele quem criou tudo. Isso você não deve colocar em dúvida. Preste atenção no que dizem as seitas, o espiritismo, o esoterismo. Se você aceita estas coisas, recusa Jesus, e estará morto, escravizado e ficará cheio de medo. Mas se você é amado e quer viver como filho e filha de Deus, então diga com toda a sua alma: “Por toda a minha vida eu quero caminhar em direção à casa de meu Pai”.

     E haverá um momento em que você estará à porta para entrar na casa do Pai, e este momento chama-se morte. Você deve pensar no momento da sua morte, para que possa amar mais. O que acontece na morte? O mundo diz: “Não pense na morte!” Ele quer enganar você, pois ele não diz a verdade. Não acredite nele. A morte é o caminho para entrar na casa do Pai. Você caminha, como o filho pródigo ao voltar para a casa de seu Pai.

    Talvez você chegue na casa de seu Pai jovem como você é hoje; talvez bem velhinho, não sabemos; ou talvez você chegue correndo ou mal se mantendo em pé, mas chegará à porta. E o que você fará neste momento? O que você dirá ou rezará nesta hora? Será que você vai bater na porta e dizer: “Por favor, sou eu, deixe-me entrar” ou “desculpe, desculpe”. Tarde demais para fazer isto.

     Existe somente uma coisa, preste bem atenção, que se dirá quando se estiver à porta, e é a mesma coisa que você diz ao se confessar. Você vai gritar: “Eis-me aqui, eu estou aqui”. E a porta se abrirá. São Pedro vai dar um empurrão em você, e com ele, todos os anjos e santos e todos os que precederam você: seus avós, seus bisavós, tataravós etc., eles vão gritar no céu: “Ah, lá está ele, lá está ela! Ele chegou, ela chegou! Vem, vem, entre!” Vai ser como o grito dos torcedores do melhor time de futebol num estádio. Vão todos fazer uma “ôla” quando você entrar.

     E você entrará. Talvez seja um pouco difícil no começo, pois será necessário que você se habitue, mas a quê? A deixar-se amar. O que se faz no Paraíso? Não há computador, nem CD; não existe telefone, nem celular, mas lá nós nos deixaremos amar. Desculpem, mas o que as jovens fazem para se sentirem amadas?

     Elas tentam ficar mais bonitas e os rapazes tentam ficar mais fortes. Mas não é isso o amor. O amor é também deixar-se amar. É muito difícil nós aprendermos, compreendermos isto. Vejam uma criancinha, um bebezinho de três meses. O que ela faz? Ela simplesmente deixa-se amar. Quando a mãe coloca uma roupa nela, ela se deixa amar, somente. A única coisa que você terá de fazer é: deixar-se amar. E isto é ser cristão.

     Daqui a pouco teremos a Missa. E como iremos começar? Com uma “ôla”, com cantos de louvor, enquanto o sacerdote chega. E cada um de nós fará isto, enquanto o padre dirá a Deus: “Olha lá, o fulano e o sicrano, eles estão chegando!” E irá acolhê-los. Isso me deixa louco, porque é verdade! E como posso enriquecer-me com isto!

     E depois, o que acontece ? A gente diz: “Eu confesso a Deus Todo-poderoso…" Quando você for ao confessionário, como aproveitará deste sacramento? Deixando-se amar. Você voltará aos braços do seu Pai, seja qual for seu pecado. E o pior pecado, o maior pecado é impedir que o Pai o ame. E isso não é justo. Pelo simples fato de você não estar bem consigo mesmo, jogar a culpa em Deus e ficar descontente com Ele.

     Ao chegar perto de Deus e começar a pedir “perdão”, dizendo: “Senhor, ajuda-me”, ou “eu te adoro”, e “obrigado”, é muito bonitinho, mas não é isso, que Ele espera que você diga. Ele quer ouvir você dizer: “Pai, eis-me aqui, eu quero deixar-me amar por Ti. Apossa-te de mim”.

     Então, Ele correrá para abraçar, acolher e cobrir você de beijos. Deus tem uma pele suave, Ele não é bruto. Deus é doce, terno. Por isso, ao se confessar, diga: “Senhor, eu não me deixei beijar por Ti, eu me afastei e não deixei que você me amasse; e isto é o pecado. Deus quer beijar você! Deixe-se amar por Ele!

     Depois da parte penitencial da Missa, temos a Liturgia da Palavra, onde Deus mesmo vai falar com você. E a primeira leitura de hoje fala de uma viúva (I Rs 17, 7-16). A maioria aqui é jovem, talvez não exista nenhuma viúva aqui, mas, no entanto, você que evangelizou durante toda a semana é como a viúva, e escutará o que o profeta Elias dirá a ela. Ele chama a viúva. Ele não diz: “Por favor, será que você poderia…? Ele diz simplesmente: “Você pode pegar água para mim?

    Evidentemente que ela não poderia trazer água nas mãos. E veja o que Deus diz a você: “Você é jovem, mas é pobre como esta viúva, pobre no amor, pobre de caridade. Por ser jovem, você acha que a vida está à sua disposição? Não, pois na verdade, você é pobre. Se seu pai é rico, você acha que vai conseguir trabalho fácil? Não, você é pobre como a viúva de Sarepta. Eu chamo você. Grite hoje: ‘Eis-me aqui’”. E não pergunte por que Deus o chama, apenas responda: “Eis-me aqui”. Não diga: “Como é? Fale um pouco mais alto”.

     Ele o chama hoje. E, depois… Ele pedirá que você vá buscar um pouquinho de água numa vasilha e um pouco de pão também. Você será a viúva, porque a viúva de Sarepta representa a pobreza da Igreja. A Igreja não é viúva, ela é casada com Aquele que vive. Mas ela é pobre, e nós, por nosso batismo, somos Igreja. E quando Jesus nos chama, mesmo que não ousemos responder, toda a Igreja vai responder por nós: “Eis-me aqui”.

     Agora passamos para a última parte da Missa. Deus diz: “Eu reconheço que você respondeu quando o chamei. Você respondeu: ‘Eis-me aqui’. Então também eu respondo: ‘Eu estou aqui, aqui está meu Filho vivo’. E Jesus também responde: ‘Eis-me aqui’”. Mas muitas vezes você não comunga por ter cometido impurezas. Então, confesse os seus pecados e deposite suas impurezas no coração misericordioso do Pai. Ao comungar o Corpo de Cristo, Jesus, em você, vai dizer ao Pai em seu nome: “Eis-nos aqui”. Isso é “massa”, “é só o poder”. Assim, quando Jesus chama, você não pode responder: “Só se der”, mas tem que dizer: “Eis-me aqui".

     É preciso que nesta noite o número de evangelizadores, de anunciadores da paz, triplique. Clame, então, com a Virgem Maria, ela que realmente leva a sério todas as nossas necessidades, a coragem para dizer com Jesus: “Eis-me aqui, Pai, para fazer Tua vontade”.


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