Formação

A experiência do Sagrado na Evangelização

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Daniela Neves

Comunidade Católica Shalom em Fortaleza

 

O homem é um ser religioso. Esta afirmação contém uma grandechave para entendermos como a experiência com o Sagrado é uma porta aberta eeficaz para a evangelização.

Mergulhando um pouco na dimensão antropológica do sagrado,percebemos que é essencial ao ser humano a sede de encontrar respostas, debuscar em si e nas situações, verdades sobre si mesmo, sobre Deus, sobre a suaalma. Isso o impele a buscar algo que seja transcendente à sua existência,dando-lhe respostas que atinjam a satisfação de sua alma, continuando esta, noentanto, perenemente insatisfeita. Nisso percebe-se que o ser humano traz noseu coração o sentido do tempo, da eternidade (Ecle 3,11) e este sensor não éalgo automático e mecânico, mas, pulsa, tem vida e tende a crescer à medida queele experimenta o sagrado. Ainda que o homem não creia no transcendente,persiste constantemente em seu íntimo a indagação sobre a presença de algo quesupõe a sua existência.

Muitos estudos atuais afirmam que a experiência do sagradosurge bem antes que o ser humano tenha qualquer tipo de ciência ou representaçãosobre Deus. Essa experiência é intrínseca à sua vida. “O sentido do sagradoestá relacionado à dimensão ontológica da pessoa. Entendemos então, osentimento religioso como uma tentativa de busca do sagrado, entendido comoanseio da potência do ser. ” Podemos fazer uma alusão com a criança que éconcebida no ventre de sua mãe. A mãe e o filho desenvolvem uma relação tãoíntima que, ao nascer, a criança reconhece na sua genitora os seus própriostraços. A criança, portanto, identifica-se ao primeiro contato com a mãe; vive,assim, a sua primeira experiência de júbilo e encantamento.

O contato com o Sagrado provoca em nós essa identificaçãoperfeita, uma identificação como filho de Deus, gerando em nossa alma aexperiência de júbilo e encantamento, porque o Sagrado é parte de nossacondição humana. Esta condição não é anulada, mesmo que o homem encontre-sedistanciado de Deus. Contudo, quando este retorna à sua condição filial, odivino é concebido como absoluto, potencializando sua identificação com Aqueleque o criou. O inverso desta experiência é provocado pelo relativismo, no qualo homem absolutiza o que é temporal. Podemos chamar essa experiência de‘coisificação’ do ser humano, ocultando qualquer semelhança com o Divino elevando o homem a negar a si mesmo.

Esta análise muito nos ajuda a compreendermos como aexperiência com aquilo que é sacro é importante para a evangelização. As nossasações evangelizadoras devem despertar no coração do homem ferido e afastado deDeus, a profunda identificação que ele possui com Aquele que o criou. Eleencontra o real sentido de sua existência e, profundamente identificado comDeus, ele vê-se profundamente amado. Nesta experiência o homem pressente oDivino, se vê como fruto das entranhas do Criador, percebe-se pertencente a umarealidade que é superior a dele e ao que poderia pensar sobre si mesmo, suadignidade é resgatada e ele vive uma transformação em seu ser.

Nesse contexto vemos que a liturgia supõe a experiência como Sagrado. Sendo ponte para a comunhão com toda a Igreja da terra e do céu,torna-se, então, um poderoso e eficaz meio de conhecimento do Pai Criador detodas as coisas, do Filho que deu seu Corpo e seu Sangue para a redenção dahumanidade e do Espírito, o amor do Pai e do Filho e o santificador de todas asalmas. Nisso vemos a importância dos ícones, da simbologia litúrgica, queinsere o nosso ser, por meio dos sentidos, a uma contemplação mais profunda dosmistérios celebrados. As imagens sacras e iconográficas são como portas abertasà experiência com o Sagrado, pois revelam os traços da Palavra de Deus,permitindo a quem contempla ser purificado em seus sentidos. Os cantoslitúrgicos também muito colaboram para a vivência da celebração, sendo elesexecutados com harmonia e sobriedade.

Destacamos também a importância de uma catequesemistagógica, que leve os participantes da celebração litúrgica a penetrarem nomistério que está sendo revelado por meio da Eucaristia. As monições feitaspelo comentarista durante as Celebrações Eucarísticas, sendo bem preparadas,claras e querigmáticas, são meios eficazes de evangelização, pois, nestesmomentos, muitas almas compreendem e retomam o sentido de suas vidas, e voltampara Deus. 

Sejamos reveladores do Sagrado em nossa evangelização, paraque o homem sofrido e desfigurado pelo pecado encontre a sua verdadeiraidentificação como filho de Deus, o seu Criador. 


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