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Padres da Igreja: Testemunhas privilegiadas da Fé!

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 No decorrer doano litúrgico algumas memórias e festas são dedicadas àqueles que foramchamados pela Sagrada Tradição de "Padres da Igreja". Receberam deinício este nome todos os escritores eclesiásticos que se distinguiram pelareflexão e construção da reta e Autêntica Doutrina Cristã (ortodoxia) nosprimeiros sete séculos do cristianismo.

 Sendo osPadres da Igreja testemunhas da Tradição viva recebida dos Apóstolos, os seusescritos contêm uma comunhão fiel professada por toda a Igreja. Esses escritosforam tantas vezes de caráter apologético (defesa da Fé diante das heresias, ouseja, dos erros acerca do ensinamento da doutrina cristã).

 Daí resulta onome "Patrística" (do Latim Pater = Pai). Os Padres da Igreja eramresponsáveis pela explicitação da doutrina cristã. Inseriam os fiéis,especialmente os mais jovens, numa nova vida gerada pelo conhecimento daVerdade. Desse mesmo radical vem o nome "Presbíteros" (Padres). OsPresbíteros (Sacerdotes) têm a missão de gerar e regenerar os filhos da Igreja.Depois o termo "Padres da Igreja" passou a ser usado para todos osque deram Testemunho da Fé (Não somente os Bispos), mesmo que não tenhamdeixado "nenhum escrito" e mesmo que não tenham sido canonizados.

 A Teologia dosPadres da Igreja nasceu de ocasiões precisas, de problemas da época que iamaparecendo nas comunidades cristãs. Não só em vista da catequese, mas uma viasegura quanto à aquisição da doutrina cristã e da profissão do Credo Católico.A Teologia dos Padres da Igreja sempre teve como base as Sagradas Escrituras("Norma non normata", a norma fundamental) e a Sagrada Tradição (aherança da fé dos apóstolos). 

 Ao longo dotempo quatro características foram delineadas para ser considerado um"Padre da Igreja": Doutrina autêntica, Santidade de vida, Aprovaçãoda Igreja e Antiguidade. Podemos dizer que dos Padres da Igreja, SantoAgostinho é a maior expressão. Situado no mundo medieval “Agostinho” foi oapogeu do pensamento antigo.

 O estudo dosPadres da Igreja sempre foi uma necessidade, e hoje ainda mais. "Recorrerà herança do passado e ouví-lo é, portanto, uma forma de preservar a identidadee a liberdade do homem". Tradição cristã é fidelidade ao que Cristoensinou e não lamentação por um passado. A Fé que recebemos dos apóstolos e dosque deram a vida pela Verdade continua viva na Igreja porque Cristo permanececom ela.

 A palavra dosPadres da Igreja continua inspirando o presente da Igreja e ajudando-a a darrespostas novas para um tempo novo e com desafios novos, no entanto, aautêntica transmissão é sustentada pela condução do Espírito Santo. Ele é agarantia de que a Verdade não muda e não envelhece. A autoridade dos Padres daIgreja sempre foi muito reconhecida, pois o que falaram e escreveram foramusados pelos mais importantes Concílios Ecumênicos da história no processo dedefinições da Fé e esclarecimentos ao Povo.

Também os Padres da Igreja falam para o homem contemporâneoatravés da volta do mesmo às fontes. Bem definiu o Cardeal Aloísio Lorscheiderquando se referia aos padres da Igreja: "Quem estuda as fontes é capaz decompreender qualquer situação da atualidade e fazer uma nova Teologia".

 

Santo Irineu e São Cirilo de Alexandria

Durante o mês de junho a Igreja faz a memória de dois Padresda Igreja: Santo Irineu e São Cirilo de Alexandria. “Irineu” (ano 202) éconsiderado o “Pai da Teologia” (reflexão sobre Deus), no sentido cronológicode ter sido o primeiro teólogo. Recebeu o título de Doutor da Igreja por tersido o primeiro a apresentar uma visão do conjunto da doutrina cristã.

Santo Irineu deixou-nos escritos importantes, como o“Tratado contra as Heresias”, na luta acirrada contra os “gnósticos” (Heresiaque colocava o “homem natureza humana” contra o “homem imagem e semelhança deDeus”). Irineu não admite esse esfacelamento do homem ao dizer: “A redenção nãoé para sair da carne, mas para elevar a carne”. A Igreja acredita que tenhamorrido mártir por volta do ano de 202 ou 203.

“Cirilo de Alexandria” (ano 444) é considerado um dosmaiores Padres da língua grega. Chamado de “Doutor mariano”, Cirilo presidiu oConcílio Ecumênico de Éfeso (ano 431), no qual discursou contra o heregeNestório (julgado pelo Concílio como portador de uma doutrina incompatível coma fé cristã) que negava a expressão católica de “Mãe de Deus” aplicada à NossaSenhora. Bispo e confessor, São Cirilo recebeu o título de doutor da Igrejatreze séculos após sua morte, durante o Pontificado do Papa Leão XIII.

Concluímos nossa breve reflexão sobre os Padres da Igrejacom a certeza de que não podemos amar aquilo que não conhecemos. Portanto, épreciso voltar sempre ao tesouro inesgotável e atuante da doutrina dos Padresda Igreja para se viver uma fé autêntica, límpida, desprovida de enganos ousombras de desconfiança.

Viver a fé ou mesmo querer fazer uma interpretação dahistória e da realidade sem se interessar pelos fundamentos é ficar sem averdadeira água viva da presença de Cristo na história da Igreja e nas suasverdades de fé explicitadas na imensa riqueza do nosso “Credo”, tornando-seassim bálsamo, consolo, orientação segura para o homem de hoje, chamado a sertestemunha da fé, assim seja, amém! 

FONTES:

 – Congregação para aEducação Católica. O estudo dos padres da Igreja na formação sacerdotal, Vozes, 1990;
-Luigi Padovese. Introdução à Teologia Patrística, Loyola, 1999;
– C.Folch Gomes. Antologia dos Santos Padres. Paulinas, 1985.


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