Dom Aldo Di Cillo Paggoto
Escuta teu pai que te gerou e não desprezes tua mãe envelhecida.Adquire a verdade, mas, não a vendas. Adquire sabedoria, a instrução eo entendimento. O pai do justo alegra-se intensamente, pois quem gerouum sábio nele se alegrará (Provérbios 23, 22-25). Esses ensinosproverbiais de experiências exaradas como lições práticas de vida esabedoria sempre foram temas apaixonantes das rodas de conversa emfamília.
Quem viveu nesse espaço e nesse tempo sente saudades. Confortam-seaqueles, como eu, com o conteúdo de um autêntico aprendizado, absorvidonas fontes originais das raízes familiares, verdadeira escola que nosprepara para a vida, acompanhadas de habilidades laborais. Não se tratade viver do passado, mas de reviver valores que jamais passarão.
Valores não envelhecem e sim se transmitem como o sangue que correnas veias dos pais que nos ensinaram sermos homens de bem. O que épreciso para ser um pai de verdade, formador dos filhos como pessoas debem, orientador dos filhos nos caminhos da vida? Como se conservaríntegro e tentar transmitir as lições práticas senão as praticando comopai e tutor?
Corrige teu filho enquanto há esperança. Não te descontroles, porém,a ponto de lhe tirares a vida e se quiseres isentá-lo tu o incitas arecair no erro. Ouve o conselho e aceita a correção para te tornaressábio (Provérbios19, 18-20). A Palavra do Senhor está permeada deconselhos, frutos da experiência vivenciada na lida diária dos séculos.São diretrizes. Não podem vir a faltar.
Certo tipo de (pseudo) pedagogia moderna não aceita expressões dasabedoria bíblica, rejeitadas, pois, como formas repressivas. Por outrolado, o que se vê são filhos soltos, distante do olhar vigilante eafetuoso dos pais. Correção não é repressão. Conselho não é “pegar nopé”, inibindo um filho. Após a dita revolução sexual de 1968, com ofamigerado slogan “é proibido proibir”, a liberdade perverteu-se emlibertinagem; os referenciais formativos do caráter de uma pessoa sadiasão taxados de censura, manipulação.
Quem sabe por isso os pais se intimidam, não conseguem educar osfilhos, corrigi-los, orientá-los, colocar limites e balizas entre o queé certo e o que está errado. Daí a tendência dos pais “terceirizarem” aeducação dos filhos, remetendo-os à escola e a uma porção deatividades. Ora, ninguém educa os filhos dos outros se na própria casanão recebe educação… Percebem?
Estamos precisando de uma “escola de pais”, mobilizando-nos comofamílias, igrejas, entidades, associações, filantropias. Quem topa aparada?