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Semana pela Vida: a vida é bela!

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Por decisão da CNBB, a Igreja no Brasil realiza cada ano, noinício de outubro, a semana pela defesa da vida. Não é que somente nesta semanadevamos fazê-lo, mas todos os dias, ao longo do ano inteiro. Os cristãos sãochamados a escolher, amparar, defender e proteger a vida: “escolhe, pois, avida”, recordava-nos a Campanha da Fraternidade em 2008. Nós cremos no Deus davida, que ordenou – “não matarás” -, e somos discípulos daquele que é vencedorda morte e restaurador da vida: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

 O início de outubro nos traz boas motivações adicionais paramanifestarmos nossa posição em defesa da vida, ameaçada de diversas formas,inclusive a vida humana. Estamos no início da primavera, uma explosão de vida,de cores e beleza. O papa Bento XVI, na encíclica Caritas in Veritate, nosadverte sobre a importância de preservar a vida e o meio ambiente no planetaTerra, nossa casa comum (cf. n. 48-50). Cuidar bem da natureza e da nossa casacomum é questão de justiça e solidariedade para com os demais seres que povoameste belo e abençoado paraíso da vida, talvez único no universo; é questãotambém de justiça e solidariedade paracom as futuras gerações, para as quais não deveremos deixar em herança um mundoestragado e sem condições boas de abrigar a vida.

 A Igreja também recorda, no dia 4 de outubro, São Franciscode Assis, poeta e cantor da natureza; ele, santo e alma pura, não se deixoucorromper pela ganância e o egoísmo, que matam a vida; por isso podia dizer“mãe terra” e reconhecer em cada criatura um irmão e uma irmã; ele se reconhecia como filho querido do Pai muitoamado, que fez boas todas as coisas e as abençoou. Por essa mesma razão, tambémo Papa Bento XVI nos diz na encíclica citada acima que a questão ecológica nãodeve ser o sonho de alguns ativistas e sonhadores, mas um assunto que envolvenossa fé em Deus Criador e nossos deveres morais. Respeitar e defender a vida éprestar homenagem ao Deus da vida. O contrário seria ofensa ao Criador e pecadocontra os irmãos.

 A semana de defesa da vida, porém, tem um significadoespecífico para nós: Manifestamos nosso grito de alerta diante dos desprezos,ameaças e agressões contra a vida humana e, assim, queremos desenvolver mais emais uma cultura favorável à vida humana. De muitas formas a vida humana édesrespeitada e ameaçada: pela miséria, que não permite viver dignamente; pelosvícios, que estragam a saúde e roubam a vida prematuramente; pela violênciadifusa, de tantas formas, onde muitas pessoas perdem a vida de maneira trágica;pelo aborto, que ceifa um número assombroso de vidas inocentes e indefesas. Nãopodemos ficar indiferentes diante da cultura da morte, que faz, inclusive, negóciosmuito rentáveis com o comércio de morte! Lembramos a advertência do Papa BentoXVI, na Fazenda da Esperança, no dia 12 de maio de 2007, contra os que tiramlucros vultosos do comércio da droga: deverão dar contas a Deus pelas vidas quefizeram perder em decorrência desse comércio de morte!

 Muito grave é a questão do aborto provocado. Há projetos delei para legalizar esta prática, até mesmo para que possa ser realizada comdinheiro público! Há mesmo quem argumente que isso é um “direito humano”. Tirara vida de seres humanos inocentes e indefesos seria um direito humano?! Fala-seem “despenalização”, ou “descriminalização” do aborto, ou em “interrupção dagravidez”, ou “parto antecipado”. São formas de linguagem que escondem arealidade, mas o objetivo e a dura realidade é a mesma: A supressão da vida deum ser humano inocente e indefeso. A interrupção da gravidez, ou o parto feitoantes de certo tempo de gestação levam inevitavelmente à morte do feto, oubebê. Espalhou-se o uso da pílula do dia seguinte (“método contraceptivo deemergência”), que também pode ser abortiva se já houve fecundação após umarelação sexual.

 Há quem argumente pelo direito que as mulheres teriam paradecidir sobre seu corpo; tratando-se de uma gravidez, há nisso um equívoco primário,pois o feto ou bebê que a mulher traz no seu útero não é parte do seu corpo,mas é um outro corpo, diverso do dela; melhor dito, é um outro ser humano,diverso dela; a natureza da mulher recebeu de Deus a bela e gratificante missãode acolher a vida, de dar-lhe condições para nascer, de amparar e proteger estavida frágil. Evidentemente, se somos contrários ao aborto, não significa issoque queremos a todo custo o castigo das mulheres que, por alguma razão, opraticam. Mas como proteger a vida nascente, se o aborto fosse legalizado? Adefesa da vida, além disso, também requer a cobrança das autoridades para que oEstatuto do Nascituro seja aprovado quanto antes e que seja usado o rigor dalei contra as clínicas clandestinas (ou pouco clandestinas), que exploram ocomércio do aborto, para tirar lucros.

 Além disso, a defesa da vida nascente também requer, denossa parte, o amparo e a solidariedade para com a mulher que gera um filho, outem uma gravidez problemática, ou até indesejada. A medicina, a psicologia e aassistência social podem fazer muito por ela, sem precisar fazer o aborto; asorganizações da Igreja podem estar ao lado dela para ajudá-la. A semana peladefesa da vida deveria ainda ser marcada por homenagens às mulheres grávidas,ou que têm filhos pequenos; elas prestam um grande serviço à humanidade! Emnossas igrejas poderiam ser realizadas celebrações especiais para elas,inclusive previstas no ritual de bênçãos.

 Dia 8 de outubro, por iniciativa da CNBB, é o Dia doNascituro em todo o Brasil. Seja um dia para dizer: Bem-vindos à vida! Felizessão as mães de vocês! Sejam abençoados e abençoadas por Deus!


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