Há quem tenha medo das novas tecnologias. Porém, o problema,seguramente, não são as novas tecnologias. O grande problema é o que se traz nocoração, para que esse conteúdo seja positivo, iluminado pela Palavra e, assim,se comunique com os demais. Por isso o Papa Bento XVI, na sua mensagem para oDia Mundial das Comunicações, afirmou que os sacerdotes (e por conseguinte,todos os agentes de pastoral) deveriam ser anunciadores apaixonados da Palavra.
Perceba: não simples anunciadores, mas apaixonados, porquesomente assim quem receber o conteúdo dessa comunicação se dará conta de quenaquela Palavra estão as razões de sua vida.
A Igreja, com suas atividades e também com sua comunicação,deve se comunicar com o homem de hoje, a mulher de hoje, que caminha no mundo,que são amados por Deus, e lhes comunicar essa verdade: que Deus os amaapaixonadamente. Acredito que hoje essa é a grande mensagem que a Igrejaprecisa comunicar ao mundo: a ternura de Deus para com o outro. O mundo carecedessa experiência de amor gratuito e incondicional.
Mas como fazer isso se o comunicar não tiver experimentado primeirodessa ternura? Como falar daquilo que não se conhece? É por esse motivo que,embora seja necessário investir na capacitação técnica para atuar nesses meios,nessa nova cultura, a Igreja precisa, igualmente, cuidar da espiritualidade deseus agentes.
De fato, a capacitação técnica é um dos grandes desafiospara o crescimento da comunicação eclesial, pois não cabe aqui amadorismos. Masnos meios de comunicação da Igreja a espiritualidade do comunicador e otrabalho de unidade na diversidade são outros dois pontos essenciais eigualmente desafiantes.
Unidade na diversidade
O presidente da Comissão Episcopal para a Cultura, Educaçãoe Comunicação Social da CNBB, o Arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta, destacouno Encontro Nacional da Comunicação, realizado no Santuário de Aparecida, emjulho de 2010, destacou que o profissional de comunicação na Igreja deve tercapacitação técnica, porém precisa, especialmente, ter uma profundaespiritualidade e uma visão de Igreja que possibilite a partilha, a ajuda mútuae a unidade.
O Arcebispo manifestou a sua preocupação com o trabalho emunidade, pelos diversos serviços e carismas na Igreja. Esse é, segundo ele, onosso grande desafio interno. “Devemos pensar como poderemos trabalhar juntos,valorizando a diversidade, porque não existe um modo de pensar único. Temos,portanto, como grande desafio o trabalhar sentindo com a Igreja, unido um com ooutro, valorizando a diversidade.”