Institucional

Um milagre em família

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Cátia, Manoel Raimundo e Maria Letícia
Cátia, Manoel Raimundo e Maria Letícia
Cátia, Manoel Raimundo e Maria Letícia

Eu me chamo Cátia Cilene. Eu e meu esposo, Manoel Raimundo, somos discípulos de segundo ano da  Comunidade de Aliança Shalom. Conheci o Shalom em um tempo de tribulação, quando meu esposo estava mergulhado no vício das drogas e resolvi buscar ajuda, clamando a Deus em sua infinita misericórdia. Ele veio em meu auxílio.

Em uma evangelização “porta a porta” na casa de minha irmã, fui convidada a conhecer o Shalom. Foi quando meu esposo começou a frequentar as noites de oração e aconselhamento. Em uma vigília de adoração a Jesus Eucarístico, ele teve uma forte experiência com amor de Deus, foi então que começamos um rumo novo na nossa história, mas meus questionamentos não acabavam por aí. Não tínhamos filhos, não conseguia chegar ao final de nenhuma gravidez, pois tive sete e todas resultaram em abortos espontâneos. Começamos a caminhar no grupo de casais em 2007. Em 2008, entramos no vocacional. Em 2010, ingressamos no postulantado.

Começamos um caminho de grandes descobertas. Em 2008, engravidei novamente e, aos quatro meses, perdi todo o líquido amniótico, mas o bebê continuou vivo. Ao internar-me na maternidade, o médico de plantão procurou meu esposo e pediu autorização para me aplicar um medicamento para induzir um aborto, pois o bebê não tinha mais chance de vida e eu poderia ter uma infecção generalizada que me levaria à morte. Meu esposo buscou forças em Deus e disse “não”, porque permitir isso seria um ato contra sua fé, contra o valor da vida. Três horas depois perdi o bebê, mais uma vez. Foi um tempo difícil. Em 2009, engravidei novamente, era a minha sétima gravidez.

Fui às consultas do pré-natal e em uma delas o médico descobriu, através de uma ultrassonografia, a causa das perdas: eu tinha incompetência cervical, ou seja, abertura no colo do útero, que levava ao aborto espontâneo. O médico falava que tinha uma notícia boa, porque acabava o mistério, e outra notícia ruim, porque o colo do útero já estava no processo de dilatação. O procedimento era fazer uma cerclagem, ou seja, a amarra do colo do útero para impedir a dilatação. Mas como já estava dilatando, não tinha muita chance de salvar o meu bebê.

Depois do procedimento, dois dias depois da cerclagem, voltei para casa e fiquei esperando, e sempre me voltava para Nossa Senhora, para que me encorajasse e me ajudasse a não tirar os olhos de Jesus e não perdesse a fé, mas sempre acreditasse que Deus estava à frente e que não cabia a mim entender, mas confiar no Senhor e no que Ele tinha para nós. Depois de alguns dias, comecei a passar mal, voltei para a maternidade e, novamente, a minha gravidez foi interrompida no momento em que o médico fazia todos os procedimentos para que eu não perdesse o bebê. Meu esposo intercedia na capela do hospital, pedindo a Deus que Ele fosse à frente, e que eu e nosso bebê estivéssemos em Suas mãos. Que fosse feita a vontade de Deus, porque Deus é fiel, jamais nos abandona. O Senhor colocava no seu coração que Ele era a nossa luz.  Deus seja louvado! Ele nunca nos deixa!

Passadas algumas horas, acabei perdendo o bebê. Era uma menina. Mas Deus nos consolava e nos amava diante a dor. Em minhas orações, pedia muito ao Senhor que não me deixasse passar por mais esta dor. Um dia, Ele me deu uma palavra que eu guardei em meu coração e que serviu de sustento e de esperança nos momentos em que eu estava desanimada. Que alegria pelo Seu cuidado e amor! O Senhor me dava a palavra de Isaías 51, 22: “Eis o que diz o Senhor, teu Deus, que toma a defesa de seu povo: vou retirar de tua mão a taça que dá a vertigem, não mais terá para beber o cálice de minha cólera”.

Em 2011, tendo as orações da Comunidade, o Senhor começou a falar através das minhas autoridades, dos irmãos e nas minhas orações, sobre filhos que eu teria. Na reciclagem (retiro de 10 dias realizado por membros do Shalom) desse mesmo ano, Deus continuou a falar de suas promessas. Em uma das minhas formações pessoais, Deus falava que realizaria um milagre em minha vida e, no mesmo momento, eu tomei posse e comentei com minha formadora, Verastela, que o Senhor dizia que eu teria um filho, mesmo com minhas limitações. Eu tomava posse de Suas promessas. Um mês depois, descobri que estava grávida de um mês e meio. Aí começou um tratamento, no pré-natal, de gravidez de alto risco. Durante minha gestação, pude ver a mão de Deus sobre cada momento. No quarto mês, foram feitos os procedimentos de cerclagem no colo do útero. Pude viver também de forma muito concreta a providência de Deus em tudo. Ele ia à frente, Ele foi realmente a nossa luz, a nossa única luz.

Durante os procedimentos do pré-natal, a médica que me acompanhou, Dra. Cristiane, dizia para mim que Deus faria um milagre na minha vida, que era ter a minha filha e que já tinha realizado outro milagre, quando não permitiu que outras complicações surgissem nas outras gestações devido ao meu sangue e do meu esposo não serem compatíveis. Isso não deixava de ser outra provação a ser superada pela graça de Deus.

Em toda a minha gravidez, o que sustentou a mim e a meu esposo foram a oração, a Eucaristia e o rosário. Podíamos perceber o quanto Deus cuida, ama, e nos dá além do que imaginamos. O Senhor nos dava um caminho de abandono em Suas mãos e Nossa Senhora nos ajudava a acreditar, acolher e trilhá-lo.

Maria Letícia e seus padrinhos Humberto e Verastela

Passaram-se os nove meses e Maria Letícia nasceu linda, cheia de saúde, um dia depois de recebermos a resposta para ingressarmos no discipulado da Comunidade de Aliança Shalom, em uma sexta-feira santa, onde a cruz é a vitória de Deus sobre nossas misérias e sua ressurreição é o fruto. Eu, meu esposo e todos aqueles que nos acompanharam fomos transbordados de alegria e gratidão a Deus por Sua fidelidade e infinita misericórdia, que vence em nós e nos faz saber que a obediência da fé nos leva para caminhos de grande graça. Deus não nos abandona, mas nos ama, cuida,  restaura-nos e nos faz famílias novas. Hoje, a Letícia tem um ano e cinco meses e já estou em uma nova gravidez.

Bendito seja Deus por tanto amor que Ele nos dá.

Shalom,

Cátia Cilene


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