Um povo a caminhar, anunciando que peregrinamos rumo ao céu. Uma alma sedenta, encantada com aquele Corpo Santo a brilhar junto ao sol ardente de Teresina. O sol ardia, brilhava forte, mas o brilho que resplandecia daquele Ostensório era maior que qualquer luzeiro.
Era o Sol da justiça a dissipar as trevas do meu pecado, era o sol do Amor a aquecer em Misericórdia o meu pecado. Era o sol do Amor a aquecer em misericórdia a frieza que esterilizava o meu coração aprisionado às paixões passageiras.
Era a Luz, o Sol de minha vida que atrairia como um imã meu coração tão desejoso de ser preenchido. Era o próprio Deus a me suplicar que caminhasse com Ele já nesta terra como uma peregrina do céu e que ali, me prometia a Graça necessária para ser um sinal escatológico.
Que pobreza! Que felicidade! Que simplicidade!
De repente me vi ali a contemplá-lo e a parecer dançar de alegria em meio à multidão que não mais existia. Éramos só nós dois: pecado e Graça, fraqueza e Misericórdia, o nada e o Tudo.
Dali nunca mais separados, mas juntos numa união perfeita, embora toda a perfeição pertença a Ele. Ali os dois como num matrimônio santo, ali não mais eu, mas somente Ele.
Não houve mais volta.
Sou dEle e, como Paulo, posso dizer, sou Ele, pois é Ele quem vive em mim e nada mais quero senão a Sua Vontade, o Seu Amor, a Sua Vida. Eis-me aqui, Jesus, a renovar o sim daquele feliz dia até O dia que virá, o dia sem ocaso que nos unirá perfeitamente sem noites na Eterna Luz.