O segundo domingo do mês de outubro, dia 11, é uma data especial para o povo paraense. É quando Belém do Pará festeja o Círio de Nazaré. Este ano, a 228ª edição vai ser diferente por causa das restrições sanitárias impostas pela pandemia da Covid-19.
Segundo a arquidiocese, a festa será sem as procissões e sem a tradicional caminhada dos fiéis pelas ruas históricas de Belém, mas será forte nos corações e lares dos paraenses e de milhares de devotos espalhados pelo mundo.
Diante dessa realidade, o Papa Francisco, por meio da Nunciatura Apostólica no Brasil, enviou uma mensagem à Arquidiocese de Belém do Pará e aos fiéis devotos de Nossa Senhora de Nazaré em todo o Brasil.
Na carta, o Santo Padre convida o povo a levantar o “olhar para Maria, a Mãe que Cristo nos deixou” e a rezar pelo fim do sofrimento do mundo e para que todas as famílias mergulhadas no sofrimento possam encontrar o consolo e a paz.
Ao final, o Papa concedeu sua Bênção Apostólica e pediu aos fiéis para que não deixem de rezar por ele.
O Círio
O Círio é o momento para entender o mistério do “sim” de Maria, um dos eventos fundamentais para a Igreja, que convida multidões à comunhão com Jesus. As manifestações marianas estão espalhadas pelo mundo com o propósito de anunciar o Evangelho. Entre as manifestações está o Círio, a festa da Rainha da Amazônia, padroeira dos paraenses, celebrada desde o dia 8 de setembro de 1793, passando a ser realizado no segundo domingo de outubro a partir de 1901.
Este ano, o Círio será diferente, sem as procissões e os fiéis caminhando nas ruas históricas de Belém, e claro, seguindo todos os protocolos de segurança e, também, possibilitando ao máximo que todos vivam a sua devoção.
Leia a mensagem na íntegra:
Excelentíssimo e Reverendíssimo
Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém do Pará
Ao celebrar-se as festividades do Círio de Nazaré, o Papa Francisco envia uma calorosa saudação a todos os devotos de Nossa Senhora que, neste ano marcado por numerosos desafios e tribulações, recorrem a Santa Mãe de Deus refugiando-se sob a sua materna proteção. No meio desta pandemia que causa tanta aflição e transtorno, impedindo inclusive que se realize a tradicional procissão do Círio, o Santo Padre convida a levantar o “olhar para Maria, a Mãe que Cristo nos deixou” e que “embora seja única Mãe de todos, manifesta-Se de distintas maneiras na Amazônia” (Exort. Apost. Querida Amazônia, 111), pedindo-Lhe que interceda junto ao seu divino Filho a fim de que esta dura prova termine e todas as famílias mergulhadas no sofrimento possam encontrar o consolo e a paz.
Além disso, seguindo o exemplo da Virgem de Nazaré, que nunca esmoreceu perante as dificuldades, todos batizados não deixem diminuir o ardor missionário, certos de que, “para quantos encontraram (Jesus Cristo), vivem na sua amizade e se identificam com a sua mensagem, é inevitável falar d’Ele e levar aos outros a sua proposta de vida nova: “Ai de mim, se eu não evangelizar” (1 Cor 9, 16) (Ibid., 62). E para confirmar tais votos e orações o Papa Francisco lhes concede a Bênção Apostólica, pedindo também que, por favor, não deixem de rezar por ele.
Cardeal Pietro Parolin
Secretário de Estado da Santa Sé
Unindo-me aos votos do Santo Padre e assegurando minhas orações, envio-lhe cordiais saudações.
Giovanni d’Aniello
Núncio Apostólico