O Santo Padre publicou na terça-feira (8), dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a Carta Apostólica Com o Coração de Pai. Nela, o pontífice traz reflexões sobre São José, Padroeiro da Igreja Católica. Papa Francisco conta, no documento, que o desejo de escrever sobre o Pai Adotivo de Jesus foi crescendo especialmente neste período de pandemia, tempo em que muitas pessoas, como São José, ajudaram a escrever a história de forma discreta, porém crucial.
“As nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiras e enfermeiros, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho” (Papa Francisco)
Também na carta Francisco destaca: “São José lembra-nos que todos aqueles que estão, aparentemente, escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de reconhecimento e gratidão”.
A ternura de São José
O acolhimento, a coragem e a obediência são algumas das características que o Santo Padre apresenta na carta. Entre elas, vale destacar a forma como o pontífice comenta sobre a ternura de São José. Francisco afirma: “Jesus viu a ternura de Deus em José”.
“Muitas vezes pensamos que Deus conta apenas com a nossa parte boa e vitoriosa, quando, na verdade, a maior parte dos seus desígnios se cumpre através e apesar da nossa fraqueza […] Se esta é a perspectiva da economia da salvação, devemos aprender a aceitar, com profunda ternura, a nossa fraqueza”
Nesse sentido, São José, mesmo em meio às suas fragilidades, tornou-se o pai que viu e ajudou Jesus a crescer, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens (Lc 2, 52). “Como o Senhor fez com Israel, assim ele ensinou Jesus a andar, segurando-O pela mão: era para Ele como o pai que levanta o filho contra o seu rosto, inclinava-se para Ele a fim de Lhe dar de comer (cf. Os 11, 3-4)”.