No dia de Santa Marta, relembramos a importância de ter um espírito de prontidão para o serviço, mas sempre priorizando o que é realmente essencial. Isso porque, em meio à rotina agitada e cheia de tarefas, corremos o risco de nos perder de Deus, dos outros e de nós mesmos; das coisas que de fato importam, enfim.
O Evangelho de São Lucas traz a famosa passagem em que Marta é, carinhosamente, repreendida por Jesus. Ao acolher Cristo em sua casa, ela teve um comportamento que podemos compreender (e talvez até o fizéssemos também): se empenhou em servi-Lo da melhor forma possível. Somos chamados a esta prontidão, a este servir com amor, contanto que o nosso coração esteja preocupado em “amar” (como Maria), e não somente em “fazer” (como Marta).
Muitas vezes, temos tantos afazeres que mal nos sobra tempo para a oração. Deveríamos então parar tudo para, como Maria, ficar aos pés do Senhor? Na maioria dos casos, isso seria imprudente. Precisamos trabalhar, estudar, cuidar da nossa família e tantas outras coisas importantes; a grande questão é que, em todas elas, devemos ter os olhos fixos na “única coisa necessária” da qual Cristo fala para Marta. Muitas coisas são importantes, mas só uma é essencial.
Diante do que temos vivido, será que também não ouviríamos do Senhor um: “Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas”? A agitação é um sinal de que perdemos o essencial de vista. Quando nosso coração não está em paz, quando os afazeres nos deixam inquietos e ansiosos, é hora de parar e assentar aos pés do Senhor. Por isso que, mesmo quando nos falta tempo, devemos ter um momento próprio para estar com Deus, para relembrar o que é essencial.
É só assim que, mesmo em meio à agitação do mundo, poderemos servir como Marta, com o amor de Maria. Sem esquecer que o serviço também é necessário e forma de amor, no entanto, estar aos pés do Senhor é o que nos sustenta.
Peçamos a intercessão de Santa Marta, que soube amar e servir, para que também nós possamos ter um espírito de prontidão e um coração fixo em Deus. Que não nos percamos, nem por um segundo, do que é realmente essencial.
Ser uma pessoa humilde não significa se privar das coisas materiais, é ter um espírito de humildade. Conheço várias pessoas materialmente pobres, mas que são soberbas se acham o suprassumo. Elas não percebem que agindo dessa forma só aumenta o suplício. Se manter no controle das coisas pra garantir a continuidade do sofrimento.