Formação

Santa Clara, a pobrezinha de Assis

Conheça a belíssima história de vida e doação de uma linda flor que foi plantada no jardim do Céu e que por onde passou espalhou os perfumes de Deus e contagiou a todos com fé, docilidade e coragem.

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Hoje, como anima a Igreja, vamos fazer memória de mais uma fiel serva de Deus. Essa santa mulher aceitou Jesus como único amor e centro de sua vida.   O nome dessa gigante é Santa Clara de Assis, Chiara D’Offreducci, no original italiano. 

Clara nasceu no ano de 1194, em Assis, Itália, e pertencia a uma rica família. Era neta e filha de fidalgos, títulos dados àqueles que pertenciam à alta nobreza. Seu pai chamava-se Favarone Scifi, e era um importante conde. Sua mãe se chamava Hortolana Fiuni. Sua família, como era de práxis entre os nobres, tinha muitas propriedades, inclusive um castelo. Além de Clara, seus pais tiveram mais 4 filhos, 2 meninos e 2 meninas. Inclusive, suas duas irmãs, cujos nomes eram Catarina e Beatriz, mais tarde, entraram juntas com a mãe viúva para a obra feminina que Santa Clara abraçava, iluminada pelo testemunho de São Francisco. Quanto a Clara, já na sua infância, Deus dava as primeiras “piscadelas” para ela, sinais espirituais da obra que Ele realizaria na vida desta serva.  

Ações amorosas e providentes de Deus

Quando Clara tinha por volta de 12 anos, sua família foi morar em Corozano e depois foram para Perugia, refugiando-se de uma forte revolução. Ainda bem jovem, Clara já dava sinais de grandes virtudes, então, os que a conheciam  comentavam com frequência sobre suas posturas e comportamentos diferenciados.  Aos 18 anos, fugiu com uma amiga, Felipa de Guelfucci, para encontrar-se com São Francisco de Assis, na Porciúncula, (capelinha, onde nasceu a obra dos dois). São Francisco a esperava e, ali, ela pôde realizar seus os primeiros votos.

Na ocasião, o próprio pobrezinho de Assis cortou os cabelos, sinal do voto de pobreza e despojamento, prática tradicional para os que abraçavam a vida religiosa. Depois da cerimônia, ela foi levada para o Mosteiro das irmãs Beneditinas. Clara vendeu tudo o que possuía, inclusive seu dote para o casamento, e distribuiu aos pobres. Era uma exigência de São Francisco para poder entrar para a vida religiosa. A família de Santa Clara de Assis tentou buscá-la, mas ela se recusou a voltar, inclusive, mostrando para seu tio Monaldo seus cabelos cortados. Ao ver os cabelos e a decisão da jovem, ele então desistiu de levá-la. Entrementes, sua irmã Catarina também fugiu para o convento, aos 15 anos de idade. A família enviou novamente o Tio Monaldo para buscá-la à força. Monaldo amarrou a jovem e preparou-se para arrastá-la de volta para casa. Sua busca, assim como com Clara, fracassou.

A confiança na providência de Deus

Por causa de algumas invasões, a região de Assis passou por muitas necessidades. Tanto que, certa vez, as irmãs clarissas, que já eram mais de 50, não tinham o que comer. Então, a irmã cozinheira chegou desesperada e disse a Clara de Assis que havia somente um pão na cozinha. Ela respondeu, dizendo: “Confie em Deus e divida o pão em 50 pedaços.” A irmã cozinheira, mesmo sem entender, obedeceu. Então, de repente, dezenas de pães aparecem na cozinha e as irmãs conseguem se sustentar por vários dias. 

Não foram poucos os milagres que Deus realizou por intermédio dessa Santa Serva ainda em vida. Um dos mais expressivos foi quando os sarracenos (muçulmanos) invadiram Assis e tentaram entrar no convento. Na ocasião, Santa Clara pegou o ostensório com o Santíssimo Sacramento e disse aos invasores: “Cristo é mais forte do que todos vocês!” Então, de modo inexplicável, fugiram apavorados e desistiram de saquear o convento. Por isso, Santa Clara é representada em suas imagens e ícones segurando o ostensório.

Padroeira da televisão

Santa Clara também é conhecida como padroeira dos meios de comunicação audiovisuais, sobretudo a TV. Isso se deve também a uma de suas experiências milagrosas. Um ano antes de Santa Clara falecer, precisamente em 11 de agosto de 1253, ela queria muito ir a uma missa na Igreja dedicada a São Francisco, na época, já falecido. Não tendo condições de ir devido à doença, ela entrou em oração e conseguiu assistir milagrosamente toda a celebração de seu leito, dentro do convento. 

Em seus relatos, partilhava que a santa Missa aparecia para ela como que projetada na parede de seu humilde quarto. Conseguia, assim, por virtude da graça de Deus, acompanhar toda a celebração sem sair de sua cama. Segundo o testemunho das irmãs, Clara contava para elas detalhes da celebração com mais precisão do que as pessoas que estavam fisicamente na missa. Tais como: cânticos, frases e exortações da homilia do padre, etc.

Assim, devido a esse fenômeno místico, em 14 de fevereiro de 1958, o Papa Pio XII proclamou-a oficialmente como padroeira da televisão. Ela ainda escreveu a Regra para as mulheres religiosas (forma de vida), a regra que ensinava a viver o mistério de Jesus Cristo de acordo com as propostas de São Francisco de Assis. Regra, tempos depois, aprovada pelo Papa. Santa Clara fez sua páscoa em Assis, no dia 11 de agosto de 1253, aos 60 anos de idade. 

Páscoa de Santa Clara 

Um dia antes de sua morte, recebeu a visita do Papa Inocêncio IV, que lhe entregou a Regra escrita por ela, aprovada e aplicada a todas as monjas. Na hora de sua morte, ela disse: “Vá segura, minha alma, porque você tem uma boa escolha para o caminho. Vá, porque Aquele que a criou também a santificou. E, guardando-a sempre como uma mãe guarda o filho, amou-a com eterno amor. E Bendito sejais Vós, Senhor, que me criastes.”

O Papa ordenou que ela fosse sepultada na Igreja de São Jorge, onde São Francisco já havia sido enterrado. Em 1260, depois de construída a Basílica de Santa Clara, ao lado da Igreja de São Jorge, seu corpo foi transladado com todas as honras para lá. Sua canonização foi oficializada pelo Papa Alexandre IV, no ano de 1255, dois anos após sua morte. 

Que Deus nos abençoe, por intercessão desta Santa Serva. Que, a seu exemplo, não tenhamos medo de ter a Deus como centro de nossas vidas. Nenhum tesouro deste mundo é maior do que o Senhor.   

Santa Clara de Assis, rogai por nós.  

 


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