Um Disk Jockey (DJ) é a figura que seleciona diversas músicas trabalhando em composições para apresentá-las a um determinado público. Essa função nasceu alguns anos antes do nascimento da música eletrônica. Rock’n Roll, R&B, Disco, Hip-Hop, entre outros estilos já eram mixados principalmente nas estações de rádio até o surgimento das danceterias.
Costumeiramente associa-se a imagem de um DJ com festa, luzes e produções sonoras, mas a vida deste profissional inclui muito mais, e ainda é possível evangelizar através da música. Gabriel Kosta, discípulo da Comunidade Shalom, DJ, produtor musical e dentista, conta um pouco da profissão e os desafios deste universo musical.
Gabriel, teve a primeira experiência com o Carisma Shalom em 2013. Ele recorda como associou a vocação com o desejo de evangelização. “Sempre gostei muito de eletrônica e não via muitos DJs católicos na cena, mas tinha o desejo de evangelizar através da música, e de um estilo que sempre curti. Passaram os anos, hoje sou cirurgião dentista e discípulo de segundo ano da aliança, mas esse desejo continuava a arder no meu coração.”
Deus chama ao serviço e capacita com o Espírito Santo
Ainda no início da carreira como DJ, Kosta conta que foi se conhecendo sobre a missão musical. “Fui me aproximando da produção musical, buscando aprender, aprimorar e pedindo sempre o auxílio do Espírito para que me conduzisse em tudo, no quarto em que faço minhas músicas e no palco onde ofereço meu serviço. Sempre foi meu desejo a profissionalização, fazer diferente do que o mundo faz e com a ousadia que o Carisma me chama a viver. Sim, houveram dias que quis desistir e vender meus equipamentos, mas voltava sempre a arder no coração o desejo de tocar homens, jovens e todos que gostam do estilo. Por isso em 2019, com uma timidez enorme lancei meu primeiro podcast no YouTube. Lá falo um pouco dos lançamentos da cena eletrônica espiritual, todos sons que gosto de ouvir e partilho um pouco de testemunhos que vou conhecendo”.
Para o DJ, enfrentar os palcos foi outra grande dificuldade. No início, controlar o nervosismo, a ansiedade e o mix de sentimentos era desafiante, mas ele afirma que perseverou e reconheceu o chamado de Deus nesta missão tão específica.
Mas como evangelizar no universo da música eletrônica?
“Muita gente me faz essa pergunta, como consigo evangelizar nos sets, Deus sempre se voltou a mim com uma face alegre, cheia de energia. Então, é assim que busco evangelizar nos meus sets, trazendo essa alegria que é ser de Deus, que não busca os apelos que o mundo consome.”
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Como em outras áreas marcadas pelo secularismo, Gabriel conta que já foi julgado por se dedicar ao trabalho como DJ. “Por muitas vezes já fui julgado por estar servindo em algo que talvez só gera frutos se o público estiver sob efeito de álcool ou drogas, e não! Muito pelo contrário, já recebi testemunhos fortes de pessoas que conheceram Deus e o Carisma por meio do meu set. Inclusive, uma pessoa que estava trabalhando no show, um operador de som, me ligou agradecendo depois pela apresentação. Ele me contou que nunca tinha experimentado algo tão diferente, tão puro e tão belo.”
Há preconceito na música eletrônica católica?
De acordo com o discípulo há um certo preconceito. “As pessoas, infelizmente, relacionam eletrônico a algo mundano, álcool drogas, etc. Tem muitas músicas que realmente não trazem acréscimo na nossa busca pela santidade, mas sempre filtro muito até nas minhas playlists no Spotify”, explica
Historicamente falando, a música eletrônica foi se alterando ao longo do tempo, passando por muitas mudanças. Para o jovem, “apesar dessas mudanças, a atualização do público para as drogas e o uso sem limites do álcool, fez com que a festa, a música fosse só um detalhe para a “vibe” que a droga produz”. Sabendo disso, segundo Gabriel, muitas pessoas têm preconceito em convidar um DJ mesmo com o propósito de evangelizar para algum evento.
“Muitas paróquias, pessoas e comunidades não gostam porque já remetem a algo que é distante de Deus. Mas o caminho que faço é seguir. Eu busco referências sim no ‘mundo’, não vivo numa bolha, mas atualizo num modo como gosto e como vejo que evangeliza. Imagina se evangelizarmos como santos do ano 140 e não como os de hoje? Jamais chegaríamos a quem precisa”, relata.
A evangelização não para
Por fim, o jovem discípulo da Comunidade afirma sem hesitar que tudo é depender da graça divina. “Ser DJ, dentista e Shalom é viver dependendo inteiramente da graça, não tem outra palavra para definir, é graça.”
Graça na hora de produzir alguma música, graça na hora de sofrer as dores junto aos pacientes que atende no consultório, graça em evangelizar em qualquer lugar que esteja. “Graça de viver um Carisma que me chama no mundo de hoje a ser luz, a buscar a santidade em todas as dimensões da minha vida, na minha casa, no meu trabalho, no meu serviço, no meu namoro… em tudo! É desafiante, mas por Deus, o que a gente não faz sabendo que temos a graça Dele conosco?”
Ele finaliza: “Ao criar um novo trabalho, sinto que Deus age muito na nossa criatividade, em fazer algo novo com o que aprendemos por graça Dele. Gosto sempre de compartilhar o que aprendi ou fiz com DJs da gravadora que faço parte, a Sacramix. Eles ajudam a melhorar e dão sempre um bom apoio na hora de produzir.”