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Testemunhas da Ressurreição: Emaús, ao partir do Pão

Neste sexto episódio Cléofas e o outro discípulo relatam como reconheceram Jesus ressuscitado no partir do pão.

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Aqueles 12 quilômetros pareciam intermináveis! Andávamos a passos lentos, rumo a Emaús. Decidimos ir embora de Jerusalém depois da crucifixão do Mestre. Nem me lembro porque decidimos ir naquela direção. Nos sentíamos meio perdidos. Quem sabe, tomando distância da situação, as coisas podiam melhorar. 

Cléofas e eu estávamos numa tristeza só. Como aquilo tudo poderia ter acontecido? O pior eram aquelas conversas sobre o sumiço do Corpo do Mestre. E como se isso não fosse suficiente, as ameaças contra os discípulos do Nazareno estavam ficando cada vez mais sérias. Era perigoso permanecer em Jerusalém. Decidimos partir. 

Episódio 1 | Maria, a primeira testemunha da ressurreição

Episódio 2| Tomé, a fé que vê e crê

No meio do caminho, no entanto, um forasteiro se aproximou enquanto falávamos sobre os acontecimentos dos últimos dias, e começou a caminhar conosco. Era o que faltava!, pensei. Não estou a fim de ser hospitaleiro neste exato momento. Cléofas, que era mais simpático, deu um sorriso amarelo quando o sujeito perguntou: De que estais falando pelo caminho e por que estais tristes? E respondeu: Meu caro, será que só tu não sabes o que aconteceu? Só podes ser forasteiro! O homem não sabia de nada! Então, Cléofas, com a paciência de sempre, começou a falar sobre o Mestre, dizendo que era um grande profeta e que havia sido morto pelos romanos, a pedido dos nossos magistrados e sumo-sacerdotes. 

Quanto mais Cléofas falava, mais frustrado eu ficava. Lembrei das promessas de restauração de Israel, da prisão do Mestre, das torturas, da Cruz, das mulheres que voltaram transtornadas do sepulcro, do sumiço do Corpo, de como o meu coração ardia de esperança toda vez que Ele falava e de como ardeu de decepção por Sua morte.

Ô gente sem inteligência! Quê? Sim! Como vocês são lentos para crer em tudo o que nossos profetas nos disseram! Nossos profetas? Não és estrangeiro? Então aquele homem começou a falar sobre as Escrituras, a partir de Moisés, sobre aquilo que o Senhor nos havia prometido. Enquanto falava, sentia como se uma centelha de esperança voltasse a queimar em meu peito. Nem vi o tempo passar. A caminhada, que antes parecia interminável, acabou sem que percebêssemos. E logo chegamos a Emaús. O nosso companheiro de viagem queria seguir adiante, mas insistimos para que ficasse conosco, pois já estava anoitecendo. 

Episódio 3 | Madalena, no teu caminho, o que havia?

Episódio 4| João, a testemunha mais jovem

Chegamos à casa de um dos nossos. Serviram-nos pão e vinho. O forasteiro foi encarregado de abençoar a refeição. Depois, partiu o pão e nos entregou. Vi que os olhos de Cléofas se arregalaram. Tudo isso aconteceu em menos de um segundo. Quando recebi o meu pedaço, caí em mim. E, num instante, o forasteiro desapareceu. Afinal, descobrimos que não era um estrangeiro, mas o próprio Cristo, o mesmo que, depois, permaneceu conosco, no partir do Pão. 

Assim, sem conter a alegria, corremos de volta a Jerusalém. Nossos corações ardiam de esperança muito mais que nossas pernas, pelo cansaço. Os demais discípulos continuavam reunidos. Estavam todos acordados, celebrando a aparição do Mestre a Pedro. Nós também O vimos!, dissemos. A paz esteja convosco! Que susto! Mestre, és Tu ou és um espírito? Vem cá, Cléofas, toca minhas mãos. Já viu espírito de carne e osso? Tem comida aí? Estou sentindo o cheiro daquele peixe assado da Maria, tua mulher. Está uma delícia. Mas, Mestre, como? Não vos disse que era preciso que acontecesse tudo o que estava escrito sobre mim? Por fim, abriu-se nossa inteligência. Era o terceiro dia. Fomos enviados a pregar a penitência e a remissão dos pecados ao mundo inteiro. O que eram agora os 12 quilômetros até Emaús, diante da grandeza dessa missão? E foi assim que também nós nos tornamos testemunhas de Sua Ressurreição.               

Episódio 5| Pedro, um testemunho provado pelo fogo


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