Está se aproximando a Expedição Renascer de 2024 para Chaves (PA). Ao todo são mais de 30 voluntários que prestarão serviço gratuito à população marajoara.
Com um clima agradável, quente e úmido, os voluntários desfrutarão de uma experiência única com a beleza da natureza local, mas também com o contato com um povo acolhedor e rico culturalmente.
Selecionamos alguns aspectos culturais da região para você conhecer um pouquinho do município que acolhe voluntários.
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Culinária marajoara
Em Chaves, como em toda a Ilha do Marajó, há uma variedade de pratos que conquistam aqueles que estão de passagem ou que vêm para se estabelecer na região.
O açaí é alimento certo na mesa do chaviense. Muitas famílias o cultivam e o produzem no seu quintal. Ele costuma ser tomado após o almoço com farinha ou junto da refeição. Na hora do almoço também é bem vindo um suco de cupuaçu ou de taperebá.
Vale salientar que a culinária de Chaves está relacionada a um dos principais meios de subsistência da população, que é a pesca. Os peixes e crustáceos que servem de alimento são: ‘Filhote’, raia, camarão. Outros alimentos que se encontram na refeição são os de caça, como é a carne de jacaré e de capivara – cuja comercialização é proibida.
Além deles, um que é característico do município: a carne de búfalo e o queijo de búfala. A pecuária bubalina foi a solução para o desafio da criação de animais em meio às muitas cheias que acontecem na região, visto que os búfalos são animais resistentes, pesando em média, mais de 500 kg.
Conta-se que cerca de 70% do rebanho bubalino brasileiro está em Chaves.
Dois pratos típicos famosos na região são a maniçoba e o tacacá. Semelhante a feijoada, a maniçoba não leva feijão, mas é preparada com a folha da maniva. Já o tacacá é feito com o caldo do tucupi (extraído da raiz da mandioca), folha de jambu, goma e camarão.
Carimbó
O carimbó é a dança mais expressiva da região. Na letra de suas músicas, o carimbó enaltece a vida do povo marajoara e a natureza da ilha. Segundo Frei Salvador Aguirre, “a dança é feita com dançarinos pares, moço e moça, formando uma roda. O rapaz convida a moça para dançar, batendo palmas. A moça, com saia volumosa entra no meio…”
O traje é elemento importante para os movimentos da coreografia. As dançarinas costumam usar saias longas e volumosas e trazem um rosa no cabelo, já os rapazes vestem uma camisa colorida, calça branca que costuma estar “arregaçada” até os joelhos e um chapéu de palha.
Pororoca
Chaves se destaca pelo turismo ecológico por causa do fenômeno da natureza chamado de Pororoca. Trata-se de um fenômeno natural produzido pelo encontro das correntes fluviais com as águas oceânicas. Frei Salvador Aguirre explica:
“…acontece quando as águas do Oceano, sendo visível nas mudanças de lua, nas marés da Lua Nova e Lua Cheia. A elevação da maré freia a ação dos rios no estuário, fazendo com que suas águas recuem, formando uma grande corrente em sentido contrário, ao seu curso normal.”
“Dizem que o Rio Amazonas despeja 12 bilhões de litros por minuto no Oceano Atlântico. Ao mesmo tempo, nas marés grandes, o nível do mar pode alcançar 7 metros de altura. Nessa situação o encontro das águas salobras do mar e as águas doces do rio Amazonas, provocam um forte atrito e impacto, que se materializa na formação de ondas de até 3 metros, que a 30km.”
Igarapés e lagos
Além da praia, os igarapés e lagos de Chaves são ótimas opções de lazer para quem deseja tranquilidade e diversão entrando em contato com a natureza.
Os igarapés são cursos d’água amazônica formados por um canal do rio. Os lagos são formados por depressões naturais que acumulam quantidade considerável de água.
Devoção a Santo Antônio dos Aruans
Segundo Ana Amélia Barros (O Manto do Marajó), registros históricos informam que a origem do município de Chaves derivou de uma antiga aldeia de índios Aruan, catequizados pelos padres Capuchinhos, da Província de Santo Antônio, que instalaram seus assentamentos no ponto em que hoje é a cidade de Chaves.
A devoção ao santo português foi inserida pelo clero de tal forma que o município já chegou a ser chamado de “Santo Antônio dos Aruans”. E hoje o fervor ao santo constitui a maior festa religiosa do município, que é comemorada no mês de junho com novenas, procissão e celebração eucarística.
HINO DE SANTO ANTÔNIO
Exulta berço glorioso
Oh! Terra nobre genitriz
De Santo Antônio poderoso
Lisboa vezes mil feliz
(Refrão)
Cheios de fé e confiança
De ti rogamos proteção
Vem, nos dá a perseverança
Que nos valha
A eterna visão
E tu que em horas poderosas
Os teus despojos com amor
Festeja Pádua pressurosa
Dos muros teus defensores
(Refrão)
Não pode o vosso humilde verso
Cantar melhor o teu louvor
O belo pleito do universo
São teus milagres, teus favores
A abertura da Festividade de Santo Antônio em Chaves acontece anualmente com o Círio Fluvial, que é uma “procissão” pelo Rio Amazonas com a imagem do santo. Todas as embarcações do município são decoradas e os fiéis cantam, fazem orações ao padroeiro.
Confira algumas fotos do Festa do Padroeiro de Chaves (PA):
Noite Cultural
Para a Expedição deste mês está sendo organizada uma Noite Cultural que será um momento de descontração para os voluntários e degustação de pratos típicos. Esta é uma forma que a Comunidade Shalom de Chaves encontrou de agradecer aos voluntários pela sua generosa oferta.
Todas as atividades da expedição acontecerão no Espaço de Paz.