Você já parou para pensar que não precisa de ninguém para respirar ou falar, para comer e digerir, que seu coração bombeia sangue para todo o corpo sem ajuda de nada? Deus nos criou inteiros, com todos os órgãos e sistemas funcionantes integralmente, exceto por um: nosso sistema reprodutor! Nós precisamos um do outro, um homem de uma mulher e vice e versa para podermos gerar uma vida de maneira natural, e assim fomos destinados ao amor fecundo!
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“A fecundidade é um dom, uma finalidade do matrimônio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. O filho não vem de fora juntar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio coração deste dom mútuo, do qual é fruto e complemento. Por isso, a Igreja, que toma partido pela vida, ensina que todo o ato matrimonial deve, por si estar aberto à transmissão da vida.” (CIC 2366)
“Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus” (CIC 2367)
Sim de amor a Deus e ao outro
Quando damos nosso SIM ao sacramento do matrimônio, subimos no altar, diante de Deus, prometemos fidelidade, amor e respeito por toda vida, além de receber todos os filhos que Deus nos enviar, educando-os na igreja católica. Um cônjuge infiel sempre é julgado por seu erro, mas é parte da mesma promessa a descendência, que quando negada, às vezes não é ao menos questionada.
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Manter a castidade no casamento, sendo inteiramente de Deus, é entregar-se ao cônjuge e recebê-lo integralmente, inclusive a sua fertilidade. O unitivo e procriativo andam juntos e são indissociáveis para o bem do casal, ou a relação acabará voltando apenas para o prazer, se tornando algo egoísta, levando à materialização do outro, assim como previa a encíclica Humanae Vitae de São Paulo VI.
As mentalidades podem corromper o sacramental
Quando os filhos deixaram de ser bênçãos, como nos fala tão bem o salmo 127? Quando passaram a ser um mal que deve ser evitado a todo custo? A mentalidade contraceptiva adentrou em nossas casas e passamos a tomar um remédio, diariamente, para evitar os filhos, assim como se faz para tratar um mal, uma doença! A mulher nega a sua femilidade, que a diferencia do homem e que os tornam complementares.
E ainda negamos o dom maior, a vida que Deus nos dá e a vida que somos capazes de gerar, através de um ato sacramental, em união aos nossos esposos e à vontade Divina. E assim, conseguimos nossa liberdade sexual, nossa luxúria e perdemos um braço da virtude da temperança.
Responsabilidade e maturidade
Isso não quer dizer que não devemos agir com responsabilidade frente à paternidade, mas devemos usar dos períodos infecundos, conhecer o corpo que Deus nos deu e, para isso, usar os métodos naturais. Frente a motivos justos e graves, assim o casal vai dialogando, dia após dia do ciclo da mulher, e crescendo em respeito e maturidade sexual dentro da vida matrimonial.
E isso que nos ensina a Igreja, que nos quer eternamente unidos e voltados para o céu, amando e respeitando e sendo também responsáveis pela santidade daquele com quem casamos.
Melissa C. Abelha Rosado
Comunidade Aliança Shalom de Brasília
Ginecologista e Obstetra em defesa da vida