“Levando Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes então: ‘Minha alma está triste até a morte. Permanecei aqui e vigiai Comigo’.” (Mt 26,37-38). Quem passou ou passa pela enfermidade da depressão pode entender bem essas palavras do Evangelho. Jesus quer estar perto de Seus amigos mais próximos, vai para um lugar afastado para rezar, mas diferente da maioria das vezes, não quer ir sozinho. No entanto, os discípulos, que amam Jesus, que são seus amigos, dormem! Ou seja, não conseguem sentir a mesma dor do Mestre, que naquele momento era tão inexprimível a ponto de fazê-lo suar sangue (cf. Lc 22,44).
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Depressão, uma doença silenciosa
Hoje são mais de 300 milhões de pessoas afetadas pela doença no mundo (dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde em 2017). A Pandemia da Covid-19 deixou o ambiente social marcado pelo luto, incerteza, preocupações financeiras e solidão. Isso favoreceu para que o índice de pessoas atingidas aumentasse ainda mais.
Um dos sintomas da depressão é o contínuo sentimento de solidão. Durante a pandemia, tornou-se comum a troca de mensagens de apoio entre as pessoas que, mesmo isoladas, diziam “estou aqui”. Jesus sentiu a necessidade de amigos que fossem presença de qualidade em seu sofrimento físico, psicológico e emocional. (Como podemos ler na passagem com a qual iniciamos a reflexão).
O “Permanecei aqui” de Jesus se repete hoje. E de forma ainda mais real se atualiza no mistério que vivemos durante o Tríduo Pascal. O verbo “permanecer” aparece quase dez vezes apenas nos versículos iniciais do capítulo 15 do Evangelho segundo São João. Por que tanta ênfase nessa palavra? Porque João foi o amigo que permaneceu, mesmo quando não entendia nada, mesmo quando era vencido pelo sono, como narra a passagem que estamos meditando. Na dor extrema de Jesus, Ele olha para você hoje e diz: Permanece aqui. Como aquele amigo que manda uma mensagem no WhatsApp pedindo ajuda.
Jesus está contigo!
Jesus também é aquele que permanece. “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos! (Mt 28,20b). “Todos os dias”, significa que Ele está ao nosso lado nos dias bons e nos dias ruins. Na angústia e até mesmo na depressão. É possível que quem está enfermo não sinta essa presença, mas não significa que ela não exista e que não seja real. É preciso fé para, mesmo sem nada sentir acolher o “estou aqui” de Jesus, que muito mais que reforço social é presença que cura e transforma, pois Ele é Deus. Também é presença que acolhe e compreende, pois Ele é Homem.
Uma das mais importantes formas de tratamento para a depressão, além da psicoterapia e do eventual uso de medicamentos é a expressão. Na Comunidade Shalom temos em diversas cidades o serviço de oração e aconselhamento, que pode acontecer inclusive de forma on-line. Gostaríamos de lhe convidar a fazer essa experiência de abrir o seu coração para um missionário que poderá rezar por você e favorecer o seu encontro com a Pessoa de Jesus.
Outra dica importante é o livro da Série Philippos que será lançado em breve, sobre a Pessoa de Jesus Cristo. Não se pode amar quem não se conhece. Através desse livro você terá a oportunidade de se aprofundar em questões doutrinárias sobre Jesus e, desse modo, poderá conhecer mais a Jesus e, consequentemente, amá-Lo mais.
Referências:
https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/como-identificar-depressao
https://comshalom.org/quem-na-biblia-teve-depressao/
Jesus Cristo, Série Philippos – Vol IV, Daniel Ramos
Livia Pereira
Comunidade de Vida
Missão Santo André (SP)
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