A Divina Misericórdia

Sempre fico comovido quando penso na misericórdia de Deus, que, mesmo com os nossos pecados, sempre nos perdoa e nos ama, nos abraça e nos dá o seu beijo de Pai. Necessitamos recuperar o verdadeiro sentido da misericórdia na nossa cotidianidade. A misericórdia de todos os dias, na família, na sociedade, no trabalho, na vida, para que os nossos relacionamentos não sejam duros, para que o nosso olhar não seja julgador e condenador. Veremos na liturgia que o amor de Jesus no tempo pascal é marcado por uma fina misericórdia e que somos todos convidados a não revidar o mal com o mal, mas sempre a vencer o mal, dentro e fora de nós, com o bem. Que a chuva da Divina Misericórdia caia abundante sobre nós e que possamos contemplar a Jesus Crucificado, fonte da Misericórdia Divina, cujo coração aberto faz jorrar água e sangue, humanidade e divindade.

O Messias, luz que nos invade

Quem ama Jesus não pode ter coração e alma divididos. Por isso, é evidenciado que a comunidade era “um só coração e uma só alma”, um só sofrimento, uma só fé, um amor vivo, que unia a todos ao redor não das coisas, mas, sim, da pessoa de Jesus. É triste ver, dentro e fora da Igreja, divisões por motivo de ideias, e muito mais triste, por motivo de “dinheiro”, de coisas. Quem segue Jesus sabe que deve ser capaz de colocar tudo em comum. A prática de colocar tudo em comum não pode ser imposta por Ele, é norma de fé, de coração, de amor. É preciso abrir os olhos para ver as necessidades dos irmãos que vivem conosco. Só assim poderemos formar uma comunidade sem divisões.

Cantarei as misericórdias do Senhor

Gostaria de não comentar este salmo, mas só de lhe convidar a cantar as misericórdias do Senhor na sua vida e na vida dos irmãos e irmãs que Ele colocou no seu caminho. Quantas pessoas já passaram na sua vida? Milhares? E como você soube olhá-las, com olhos divinos ou humanos? Pegue um papel e escreva o seu salmo da Misericórdia do Senhor. Teresa de Ávila considera a sua vida um canto da misericórdia de Deus, e você?

A fé vence o mundo

Nada é pesado para quem ama e tudo é pesado quando não se ama. É uma experiência que todos podemos fazer no dia a dia. Quem se cansa de estar com uma pessoa amiga e amada? Quem não tem tempo para se dedicar aos outros quando os ama? Teresa de Ávila diz que o amor nos faz caminhar rápido e o temor nos faz ver onde colocamos os pés. Se amamos, nascemos de Deus; se não amamos, não somos de Deus. Não há o que temer. Pode ser que eu esteja errado e Deus queira que sim, mas vejo cada vez mais os cristãos mais tímidos, medrosos em dizer a verdade. Preferem um compromisso de “boa convivência com todos e agradar a todos” que dizer a verdade como ela é. É necessário não ter medo. Somente a verdade, que é como faca de dois gumes, poderá nos libertar.