Já faz alguns anos que ouvi falar da Missão Shalom em Chaves-PA e desde então o meu coração palpitava a cada testemunho dos irmãos que já visitaram esta cidade. No ano passado eu tentei ir na época do Renascer, evento que a Comunidade Católica realiza no período do Carnaval, mas não deu certo, inclusive esse ano.
O meu coração permanecia inquieto, até que a diretora do Ensino Médio do Colégio Shalom, Nayara Carvalho, me mandou uma mensagem pelo WhatsApp falando da 1ª Expedição Jovem que o Colégio iria realizar e seria para a cidade de Chaves, e como se tratava de alunos do 3º ano do Ensino Médio, eles estavam precisando de alguns profissionais para acompanhá-los.
A Providência de Deus através da minha profissão
Foi a 1ª expedição jovem e terminei esta missão com a certeza de que mesmo não sendo mais tão jovem era essa viagem que eu precisava viver, porque eu poderia ter ido à expedição que tem periodicamente só com os profissionais, mas Deus quis que eu participasse desta forma, na semana do Aniversário da Vocação Shalom e lá viver com os jovens, com os Consagrados e Discípulos da Comunidade de Vida e da Comunidade de Aliança a renovação da minha oferta de vida.
Deus usou a minha profissão de dentista como desculpa para me levar à essa expedição. Pude fazer muitos atendimentos, ofertar um pouco do dom que Deus me deu e dividir com aqueles que mais precisam e pude viver também uma Vigília jovem, tocar na vida, na realidade daquelas pessoas tão sofridas, mas que são muito felizes, muito acolhedoras.
Um grande presente
Deus me fez entender que eu me enganei quanto a cidade de Chaves, pois achava que era eu quem daria algo para o povo, mas na verdade foram eles que nos deram tudo! Nunca vivi com tanta verdade a felicidade de estar “estropiada”, como os irmãos da Comunidade Shalom gostam muito de falar, porque cheguei da viagem em uma noite e no dia seguinte voltei ao trabalho normalmente.
Deus estava em cada detalhe, inclusive na liturgia da palavra de todos os dias, parecia que cada leitura havia sido escolhida para nós que estivemos nesta missão. Deus estava no nascer e no pôr do sol, no céu mais estrelado que já vi, na vida de cada morador, que nos ensinaram a simplicidade da vida e principalmente do amor de Deus; na vida dos irmãos da Comunidade de Vida.
Ao término dessa expedição, outra iria começar, mas em nenhum momento eu vi os irmãos missionários que moram nesta cidade com a “cara fechada”, seja pelo cansaço ou pelas preocupações.
Assim como não se explica Deus, Chaves não se explica, se vive.
Quero retornar para lá o quanto antes em outras expedições missionárias. A viagem de barco foi super tranquila, não é confortável, claro, mas diante do que você vive lá isso é um mero detalhe. Experimentem Chaves, vivam Chaves! É uma terra que possui um mistério, pois não tem como sairmos de lá a mesma pessoa, disso tenho certeza!
Lívia Sousa, Consagrada da Comunidade de Aliança em Fortaleza e Dentista
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