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A missão de ser Doula

De origem grega, doula significa mulher que serve. Conheça mais sobre esta profissão e a missão de Roberta Reis, doula e Consagrada que auxilia mulheres e famílias a viverem seus partos de maneira segura e equilibrada.

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FOTO: Arquivo Pessoal

A partir do momento em que a mulher recebe o positivo de uma gravidez, muitas dúvidas e uma intensa preparação iniciam junto a esse processo. Principalmente, no que diz respeito a quais profissionais recorrer durante a gestação, como também para o parto e puerpério.

É nesse momento que muitas mulheres buscam o auxílio de uma doula, que possa acompanhá-las e orientá-las em seu processo. A fim de que, sejam respeitadas em suas escolhas e direitos, para que dessa forma, sejam protagonistas deste momento tão sublime. 

Mas, quais são as características de uma doula? Como escolher uma doula e a partir de que momento devo recorrer ao auxílio desta profissional? Para conhecer mais a respeito da missão de ser doula, acompanhe este conteúdo.

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O que é ser Doula?

De origem grega, doula significa mulher que serve. O termo é utilizado para designar a profissional que auxilia a mulher no período gravídico, puerperal com orientações e preparação durante a gestação. 

Além disso, a doula oferece no trabalho de parto, suporte físico e emocional, além de atuar também no pós – parto com auxílio para a amamentação, questões emocionais do puerpério e cuidados do bebê. Não há um momento específico para recorrer ao seu auxílio, mas quanto antes buscar por esta profissional, melhor.

Embora já esteja presente na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO – 3221-35), não há ainda no País uma lei que regulamente o exercício da profissão de doula. Com relatoria da deputada Sâmia Bomfim (SP), a conquista mais recente a este respeito se deve com a aprovação do Projeto de Lei 3946/2021 pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CMULHER) da Câmara dos Deputados, ocorrida em agosto deste ano. 

O projeto agora segue em tramitação e aguarda o parecer do Relator na Comissão de Saúde (CSAUDE). Se sancionada, a lei estabelecerá os critérios e qualificações técnicas exigidas para o exercício da profissão em todo o País. 

Contudo, para muitas mulheres que já desempenham a função, ser doula é mais do que uma profissão, mas uma missão de vida! É o caso da doula e educadora perinatal e Consagrada da Comunidade Aliança Shalom, Roberta Reis ( @mãedaprole), que auxilia mulheres e famílias a viverem seus partos de maneira segura e equilibrada.

O despertar para a doulagem

Casada há 14 anos e atualmente mãe de 5 filhos, Roberta estava inserida na realidade do mundo corporativo e uma transição de carreira não era algo que estava em seus planos profissionais. Porém, foi logo após uma cesárea desnecessária, antes da sua segunda gestação, que ela viu surgir uma “Obra Nova” para ela e sua família.

Com o intuito de ressignificar a experiência negativa que viveu, Roberta recorreu aos estudos sobre gestação e partos, até o dia em que se deparou com a profissão de Doula. 

Eu passei por uma cesariana sem motivo real, que foi muito dolorosa, como católica tinha convicção de estar aberta aos filhos que Deus me enviasse e sabia da complexidade de repetidas cirurgias cesarianas. Busquei conhecimento, tive em seguida dois filhos de parto normal, e comecei a ajudar outras mulheres, a partir de então percebi que era uma missão pessoal, acompanhar as mulheres e famílias nesse momento tão especial”, recorda.

Desde então, Roberta já foi suporte para mais de 130 nascimentos. Além de formar mais de 200 novas doulas, outra necessidade identificada durante o período da pandemia. 

Para a doula, Roberta Reis, acompanhar mulheres durante a gravidez é sua missão pessoal. Foto: Arquivo Pessoal

“As gestantes faziam parte do grupo de risco, iniciei então uma formação para elas online, com o intuito de colaborar e alcançá-las diante de um cenário totalmente novo e preocupante. Logo percebi a necessidade de formar outras mulheres também nessa profissão,” relembra Roberta. Mas não apenas isso, era preciso formar outras mulheres que assim como ela, possuíam um olhar integral pelas famílias e por este momento tão importante e significativo na vida da mulher.

Foi dessa forma que surgiu o Fiat, curso de formação de doulas. Porém, a agenda de Roberta cresceu rapidamente ao ponto de não conseguir mais ter espaço para atender às novas demandas de gestantes, que a procuravam para contratar seus serviços. E então, a partir dessa necessidade, surgiu a agência Mãe da Prole, nome pelo qual Roberta Reis é conhecida nas redes sociais. Suas melhores alunas se tornaram doulas realizando atendimentos no Rio de Janeiro e em São Paulo.”Hoje elas são minha equipe e a extensão do meu servir”.

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As características da Doula Cristã

Se contar com o auxílio de alguém que ofereça suporte emocional, favorecendo a manutenção de um ambiente tranquilo e acolhedor, garantindo que os direitos da parturiente sejam respeitados já é algo de extremo valor, quem dirá ter ao lado alguém que te auxilie a olhar para o céu.

“As dores que a mulher suporta no trabalho de parto ajudam a expiar os pecados da humanidade, e extraem seu significado da Agonia de Cristo na Cruz. As mães são, portanto, não apenas co-criadoras com Deus; são co-redentoras com Cristo na carne.” Venerável Fulton Sheen

Ao realizar a escolha pela doula que irá te auxiliar em seu processo gestacional e pós- parto, é preciso estar atenta a alguns pontos como: a relação de confiança entre você e a profissional que será escolhida; a assinatura de um contrato que deixe claro os principais pontos acordados, como também o cuidado a fim de evitar “dobradinhas” de profissionais, como doula/fisioterapeuta, por exemplo.

doula maternidade
Roberta já acompanhou mais de 130 nascimento. Foto: Arquivo Pessoal.

Contudo, existem algumas características que podem ser analisadas e contribuírem para que a sua escolha, te ajude a contemplar o céu! Confira algumas características da Doula Cristã:

  • Tem o olhar voltado para o Sagrado
  • Compreensão de que a mulher é corredentora com Cristo
    • Possui a certeza de que Deus não erra e não é incoerente no que faz
    • Tem amor pela família inteira
  • Exerce a maternidade espiritual que é dada por Deus
  • Reconhece que a espiritualidade pode e DEVE ser vivida em um trabalho de parto, com toda a sua beleza

Doula e missionária Consagrada

Roberta explica que em sua profissão, não é fácil conciliar o ser doula com a vida consagrada:

“Este é um cenário profissional muitas vezes repleto de ideologias, ser consagrada já foi alvo de piadas e perseguições, como se minha opção religiosa me impedisse de atuar de forma capacitada no meio. Ao mesmo tempo, vejo os frutos através das famílias que atendo, famílias que crescem em amor e em número também, muitas famílias que já atendi duas vezes, algumas até três vezes, casais unidos e fecundos. Famílias que mesmo sem compartilhar da mesma opção religiosa que eu, foram alcançadas pelo meu trabalho”. 

Contudo, ela acredita que apesar das perseguições, sua missão enquanto leiga consagrada potencializa sua missão profissional. “ Apesar das perseguições, por outro lado só cresce o número de famílias preocupadas com uma assistência integral, que compreenda as mulheres não apenas como um corpo, mas como corpo, alma e espírito, que ofereça um trabalho com boa capacitação técnica, mas também com um olhar espiritual que cultivo através da minha consagração de vida”.

E entre tantos partos especiais, será que é possível destacar algum em especial? Veja o relato da doula e missionária:

“Todos os partos são incríveis, cada um deles é um verdadeiro milagre! Teria muitas histórias fantásticas para contar! Mas um deles foi ainda mais especial, porque hoje eu sou madrinha de batismo não só apenas da bebê que acompanhei o parto, como de todos os filhos daquela família. 

Era uma cliente desconhecida, tinha duas cesáreas anteriores e buscava um parto normal, me contratou para ser sua doula e no decorrer da gestação, conforme nos aproximamos, ela contou que os dois filhos mais velhos não eram batizados. Ela conseguiu seu parto normal, por intercessão da serva de Deus Odettinha, cujo nome da bebê era em sua homenagem.

Após o nascimento houve o convite, para junto com meu esposo batizarmos as três crianças e pouco mais de um ano depois  batizamos a quarta filha da família, da qual também fui doula”.

E você, conhece uma gestante que precisa saber mais sobre a missão de ser doula? Compartilhe com ela este conteúdo!

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