Ao ler a passagem do jovem rico que não seguiu o Mestre porque tinha muitos bens, nós refletimos sobre o desapego na caminhada espiritual. A renúncia dos bens terrenos não é uma condição indispensável para a salvação, mas é imprescindível para servir aos outros. A posse pesa e nos impede de amar nossos irmãos com tudo o que temos e somos. Por isso, é necessário nos desapegarmos de tudo para nos apegarmos somente a Deus e ao chamado que Ele nos faz.
O autêntico discípulo de Cristo é aquele que se preocupa mais com os outros do que consigo. Ou seja, não se preocupa com as recompensas desta vida. Inclusive, essa mentalidade de sempre buscar retribuições fere o nosso relacionamento com Deus. A lógica do amor não é amar por causa de algo, mas apesar de algo. Deus nos ama incondicionalmente apesar dos nossos pecados e fraquezas. Ele simplesmente nos ama. Gratos por esse amor, nós o servimos livremente com todo fervor.
O mal consiste em sermos escravos dos bens materiais. Todos nós podemos cair nessa desgraça de sermos escravos dessa lógica de bens. E foi isso o que aconteceu com aquele jovem que amou mais aos seus bens do que a Deus. Pedro, por outro lado, perguntou a Jesus o que ele e os outros ganhariam em segui-lo. Quando repetimos essa postura de Pedro, colocamos Cristo na parede. Não cabe a nós cobrar. Se o Senhor permitir que prosperemos que isso aconteça em vista dos outros, para amarmos mais a Ele servindo os irmãos.