Por uma qualidade feminina que tenho, agradeço todos os dias. É incrível a capacidade que temos de entregar nosso coração ao amor. E com o coração, entregar tudo. Aos olhos femininos, nada é grande demais ou difícil demais, quando se ama. E isso pode ser extremamente cansativo por vezes, mas um motor maravilhoso, por outras.
Essa idiossincrasia feminina arrastada pela intensidade do Amor Perfeito tem uma força difícil de descrever. Foi, e é, capaz de, ao longo da história, gerar grandes santas. Mulheres que movidas por seu coração apaixonado e rendido ao Amor Misericordioso deram sua vida pela sua castidade, pela sua família, pela igreja.
Apaixonadas
Ao olhar para a história das mulheres dessa geração (da qual faço parte, inclusive) fico feliz ao ver que, em sua maioria, ainda é assim que somos. Apaixonadas. Me assusta acompanhar as lutas que muitas de nós escolhem travar (que, por muito tempo, eu mesma também escolhi), mas em contrapartida, me alegra o caminho trilhado por várias mães, esposas, celibatárias que escolhem dirigir a potência do amor apaixonado que trazem consigo para a conquista do céu.
Céu para onde caminhamos. E para onde queremos conduzir os nossos. Esse coração apaixonado feminino tem, por permissão de Deus, força para gerar novos santos ao nosso redor. Não nos espantamos, então, com as tantas investidas sobre ele. Ao ver as escolhas de Teresinha, de Edith, de Dulce, de Mônica e tantas outras que pareciam frágeis demais para vencer guerras tão grandes e que ao deixarem-se mover pelo Amor enlouquecidamente apaixonado pelos pobres, por Jesus e pelas suas famílias que batia em seu peito, por obra do Espírito Santo, foram capazes de marcar a história.
O amor misericordioso
Me recordo ainda de Maria Madalena, de quem tantos pecados e demônios foram expulsos e que perdoada, pela graça e experiência com o amor misericordioso de Jesus, correu a frente de todos, antes do dia amanhecer, e encontrou por primeiro a Jesus Ressuscitado. O corpo ferido e marcado pelo pecado, arrastado pela misericórdia até se tornar um corpo completa e inteiramente voltado para ungir, ouvir e servir àquele que a tinha amado e que ela amava.
Nada de muito diferente essas mulheres tinham de nós, a não ser o grande desejo expressado concretamente na vida de se deixar configurar a Cristo e a confiança absoluta de que Ele tinha força para realizar essa configuração. Apesar de pequenas, pobres e cheias de fraquezas. E a nós, e a mim, o que falta?
Por Adriane Sousa