“Atendei ao Bispo, para que Deus vos atenda. Ofereço minha vida paraos que se submetem ao Bispo, aos presbíteros e aos diáconos. Possa eu,com eles, ter parte em Deus. Trabalhai uns com os outros e, unidos,combatei, lutai, sofrei, dormi, despertai, como administradores,assessores e servidores de Deus. Procurai agradar Àquele sob cujasordens militares e do qual recebeis vosso soldo. Não se encontre entrevós nenhum desertor. Que o vosso Batismo seja como escudo, a fé comoelmo, o amor como lança, a perseverança como armadura. Atendei aoBispo, como Jesus Cristo segue o Pai, e aos presbíteros como aosapóstolos; respeitai os diáconos como à lei de Deus. Sem o Bisponinguém faça nada do que diz respeito à Igreja. Onde aparece o Bispo,aí esteja a multidão, do mesmo modo onde está Jesus Cristo, aí está aIgreja Católica. É bom reconhecer a Deus e ao Bispo. Quem respeita oBispo é respeitado por Deus; quem faz algo às ocultas do Bispo, serveao diabo.” (Santo Inácio de Antioquia aos Esmirniotas p. 118 e aPolicarpo p. 123 – Padres Apostólicos – Paulus – São Paulo – 2002)
Cristo Nosso Senhor, para apascentar e aumentar continuamente o Povo deDeus, instituiu na Igreja diversos ministérios, para bem de todo ocorpo. Com efeito, os ministros que têm o poder sagrado servem os seusirmãos para que todos os que pertencem ao Povo de Deus, – e por issopossuem a verdadeira dignidade cristã,- alcancem a salvação,conspirando livre e ordenadamente para o mesmo fim. Neste tempo dainstituíção da Igreja, conta-nos o apóstolo Marcos que uma grandemultidão O seguia, quando Ele decidiu subir ao monte e chamar parajunto de Si, aqueles que dariam continuidade a implantação de seu Reinoque Ele adquirira a preço de Seu sangue. Muitos eram os discípulos, masescolheu somente doze deles – mostrando que a vocação é uma iniciativadivina – para a tarefa específica de Apóstolos (cf. Mc 3, 13-19), quequer dizer: “enviados”. Por isso Jesus mais tarde diz: “Não fostes vósque Me escolhestes a Mim, mas Eu que vos escolhi a vós”(Jo 15,16). Estaescolha de doze apóstolos tem um profundo significado, pois o seunúmero corresponde ao dos doze Patriarcas de Israel, e os Apóstolosrepresentam o novo povo de Deus, a Igreja, fundada por Cristo Jesus quequis assim por em relevo a continuidade entre o Antigo e o NovoTestamento. Eles são as colunas sobre as quais Cristo edifica a Igreja.A própria designação dos Doze mostra que formam um grupo determinado ecompleto.
Sendo Ele a Pedra Angular e Pedro o chefe visível de Sua Igreja,chamou-os para levar sua mensagem a todos aqueles que os escutassem,fazendo-os discípulos, santificando-os e governando-os com o poder dopróprio Espírito de Deus, que foi derramado sobre eles no dia dePentecostes, confirmando assim sua missão, dando-lhes poder para seremde fato testemunhas fieis da Ressurreição do Senhor e constituindo-osverdadeiros servos de Cristo em prol deste povo escolhido. Esta missãoque lhes incumbiu, tem a garantia de durar até ao fim dos tempos, poispara levá-la a cabo, o próprio Cristo Glorioso promete acompanhar SuaIgreja e não abandoná-la. (Toda autoridade Me foi dada no céu e naterra […] Eis que estou convosco todos os dias até o fim do mundo. Mt28,18.20) “Quando na Sagrada Escritura se afirma que Deus está comalguém, quer-se dizer que este terá êxito nas suas empresas. Daí que aIgreja, com a ajuda e a assistência do Seu Fundador divino, está segurade poder cumprir indefectivelmente a sua missão até ao fim dos séculosque será, em última análise, de ensinar aos homens as verdades acercade Deus e a exigência de que identifiquem essas verdades, ajudando-ossem cessar com a graça dos sacramentos, instituídos por Cristo”.(Bíblia de Navarra – Evangelho de Mateus – p.443)
Ainda no estabelecimento de Sua Igreja, o Senhor, além de chamarseus escolhidos, instituiu os Sacramentos para administrar as graçasque Ele havia adquirido na Cruz, para aqueles que haveriam de crer eaderir à Sua mensagem de salvação, sendo estes guardados eadministrados por esta mesma e única Igreja, através destes escolhidos,a fim de levar adiante a missão de formar um povo santo, um reino desacerdotes e uma nação consagrada para Deus.(Êxodo 19,6). Dentre ossete sacramentos, havia um – o da ordem – que capacitava e capacita o“ordenado a configurar-se a Cristo em virtude de uma graça especial doEspírito Santo, para que fosse instrumento de Cristo a serviço da SuaIgreja. Graças a este sacramento, a missão confiada por Cristo aos seusApóstolos continua a ser exercida até ao fim dos tempos: ele éportanto, o sacramento do ministério apostólico, o que confere um domdo Espírito Santo, que o permite exercer um poder sagrado, que pode virsó de Cristo mediante a Igreja. O enviado do Senhor fala e atua não porautoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não comomembro da comunidade, mas falando a ela em nome de Cristo. Ninguém podeconferir a si mesmo a graça; ela deve-lhe ser dada e oferecida. Istosupõe ministros da graça, por Cristo ornados de autoridade e aptidão. Osacramento do ministério apostólico comporta três graus. O ministérioeclesiástico, de instituição divina, é exercido em ordens diversas poraqueles que desde antigamente são chamados bispos, presbíteros,diáconos..(”De diaconatu permanenti” – Declaração da Congregação doClero em conjunto com a Congregação da Educação Católica – 22 fev 1998- Sua Santidade João Paulo II)
Por Ana Maria Bueno Cunha