Na criação quis Deus que a união humana cooperasse coparticipando do que Ele primeiro viu que era bom. Olhou e semeou vida. Quis que dois, pequenos e frágeis, unidos a Ele em amor gerassem vida nova. O mistério se une ao humano e o que antes não existia é chamado a vida.
O sopro divino se renovou. Sede fecundos!
Há vida nova, não a vemos, mas reconhecemos que ela está alí. Não vemos feições, mas temos afeto, presença, união. Enquanto não vemos, essa semente vai sendo nutrida e formada, vai crescendo. Ainda não a vemos, mas sentimos. Cresce em nós.
De repente, chega a hora derradeira. Saiu do conforto, veio à luz. Chorou. A vida traz consigo a dor e o choro manifesta a vida. Reconhecer essa experiência é fazer-se mais próximo desse mistério. Choro, lágrimas e a alegria da vida que dela brota. Uma vida que vai se construindo no sobrenatural, sem explicações ou razões humanas. Dois mundos se cruzando, entrelaçados, embora tão distantes e tão perto um do outro. Se fazendo um, toda vez que o céu se manifesta na nossa humanidade.
Por graça de Deus tudo vai se transformando, porque Ele mesmo vai nos transformando. Já não somos os mesmos. Nosso jeito de pensar, agir e sentir.
Mudou-se a direção do barco, foram reajustadas as velas interiores, os ventos deram a direção. Como diz Santa Agostinho: Afastar-se de Ti, Deus, significa cair. Virar-se para Ti significa levantar-se. Permanecer em Ti significa ter apoio seguro. E é esse o desejo: Ter apoio seguro, permanecer em Ti.
Sentir. Viver. Louvar.
Chorar e rezar. Tempo novo! Sorrir e se erguer. Esperar. Recomeçar.
Obra Nova se faz e então novo céu, nova terra verá nascer de dentro de ti, porque “Deus é aquele que chama à existência as coisas que ainda não existem. ” Não existem diante dos nossos olhos, mas foram gestadas na fé e pela fé veremos nascer.
Assim como o feto foi nutrido e alimentado sem que o víssemos, assim também Deus gesta “novos” em nós. E quando o choro de vida surgir, saberemos: o mistério se fez vida. Nossos olhos contemplarão, nossos corações se alegrarão. E continuaremos seguindo a barca da vida certos de que, carregada de mistério, a vida é como uma seta que nos aponta para o Céu que há de vir.
Elisângela Assis
Belíssima comparação com a gestação, e à hra do nascer, dessa vida nova onde à dor se faz alegria, o q estava sendo gerado se faz presente, que o Espírito Santo, nos dê à cada dia essa vontade de sermos criaturas novas no SENHOR.
Lindas palavras, e ótimo exemplo.
Eu quero permanecer em ti pai🙏. Shalom
QUE TEXTO SENSACIONAL!
AVE MARIA!