Faço uma breve partilha com vocês sobre a alegria de experimentar um amor pessoal, misericordioso, eterno, gratuito, constante e generoso: O Amor de Deus.
Sou casada na igreja católica, porém separada há 15 anos. Tenho um filho com 18 anos de idade. A separação feriu bastante minha dignidade como mulher e também minha castidade, pois me envolvi em relacionamentos no intuito de me sentir amada e não me sentir só, mas nada preenchia o vazio que havia em mim, e Deus, que desde toda a eternidade me amou, ia me fazendo perceber que o relacionamento que eu vivia estava fora da vontade dEle.
O desejo de Deus era que eu me aproximasse dEle, mas na minha incoerência, olhava para o meu pecado e me sentia extremamente indigna de me aproximar. Fui então me afastando cada vez mais da Igreja, dos Sacramentos, consequentemente de Deus e da Sua vontade. Mas Ele, que no seu desejo por mim, abraçou a cruz, sempre ia me atraindo.
Em um momento de minha vida aquele relacionamento fazia com que eu me sentisse a pior das pecadoras, mas eu não tinha forças para romper; até que Deus interveio e o relacionamento chegou ao fim.
Eu, mais ferida ainda, sentia-me cada dia mais só; minha vida não tinha um sentido próprio, faltava algo. Busquei no Santo Terço (até então a única maneira que sabia rezar), o consolo que precisava. Foi então que tive uma experiência com Jesus Cristo abandonado na cruz. Entendi que Ele sentia, sabia das minhas dores e podia curar as minhas feridas mais profundas. Mas como me relacionar com Ele? Eu não sabia…
Deus me fez recordar de Paulo Lamenha, um amigo da comunidade. Pedi auxilio e ele me levou para uma oração e aconselhamento, onde Deus me falou que era preciso renascer da Água e do Espírito.
Me engajei no grupo de oração, e no meu coração ardia o desejo de conhecer e me relacionar com Deus. Participei do curso de Formação Básica (FB) onde tive uma fortíssima experiência ao rezar com Gênesis 1,26, “FAÇAMOS o homem à NOSSA imagem e semelhança”. Me percebi imagem e semelhança da trindade, amada pessoalmente. A partir daí esse Amor foi me formando, curando as minhas feridas, me dando um Amor especial pela Eucaristia e já não tinha mais necessidade de nada nem de ninguém além da Pessoa de Jesus Cristo para ser feliz, para amar e ser amada. O Amor me ama! Isso me basta! Maravilhas fez em mim esse Amor!
Hoje vivo a castidade, na certeza que o amor de Deus vem em auxílio de todas as minhas fraquezas e necessidades como mulher, como pessoa, como mãe. Procuro ser na minha família, no meu trabalho, sobretudo na vida do meu filho, testemunho de que é possível ser casta e fiel a Deus num mundo onde impera o prazer pelo prazer, onde o outro é visto como um objeto, onde se busca nas coisas e pessoas a felicidade que é uma Pessoa, que está dentro de nós.
Hoje entendo as palavras de Jesus quando pergunta: “Que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua vida?” E ainda: “Quem quiser ser meu discípulo renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”. Hoje entendo porque Nossa Senhora e São José, mesmo tendo um ao outro, fizeram a livre e feliz escolha de serem todo de Deus. Luto com todas as forças para renunciar a minha carne e as minhas vontades, e desejo que o mundo conheça a verdade que me foi revelada por tamanha graça, amor e misericórdia de Deus que me amou primeiro.
Segui orientação que recebi de buscar na Igreja a possibilidade da nulidade do meu matrimônio, em vista de um discernimento e reconciliação com minha história de vida, mas sempre abandonada na vontade de Deus e na certeza de que mesmo sem obtê-la, nada me separará do Seu Amor.
Sou Elen, tenho 42 anos, Postulante de 1º ano da Comunidade de Aliança da Missão Maceió.