Em 2019, eu ingressei na comunidade Aliança e foi na primeira reciclagem que surgiu uma inquietação de que eu poderia ir em missão. Mas nada muito concreto, não dei muita importância. Segui meu caminho formativo e Deus foi se utilizando da minha oração pessoal, formações comunitárias e pessoais e de alguns irmãos para ir me convencendo de que era vontade Dele me enviar. Eu tinha muitos medos, muitos questionamentos, apegos que me levavam a “brigar” com Deus alegando que Ele mesmo sabia que eu não poderia corresponder. O tempo passou, veio a pandemia, eu ia vivendo alguns processos difíceis e Deus ia me formando, me conduzindo, me fazendo confiar Nele de forma muito concreta.
Depois de viver tantas realidades desafiadoras, começamos a rezar com a revista Escuta 2021, e tudo naquela revista era muito para mim, falava em renovar a experiência da ressurreição em nossa própria carne, Moysés falava que o medo não era a última palavra na nossa vida e, ainda mais ousado, falava que “as surpresas de Deus sempre nos desinstalam” e fazia o convite: “Deixe-se desinstalar, porque Deus sempre nos desinstala para melhor, nunca para pior. Seja alvo da surpresa de Deus! Deus quer fazer uma obra na sua vida para que você transborde para a Comunidade, para a Igreja e para o mundo”.
Surgia em mim o desejo de aprofundar a oração sobre esse discernimento e, um dia, Deus me dava a visualização muito real: eu na porta da minha casa, com duas malas, e a profecia: “Eu te enviarei, não tenhas medo”. Como resposta, fui para a capela do Shalom, fiz uma lista com 10 itens que eu achava que me impossibilitavam de ir em missão e disse para Jesus: “Se o Senhor deseja realmente me enviar, resolva tudo isso”. E assim aconteceu, cada item da lista foi sendo resolvido e não tinha mais como dizer que não poderia ir.
Ia partilhando com minha formadora comunitária e se tornava muito claro o que Deus me pedia.
Na primeira assembleia comunitária de 2022, o Kleber Marinho dizia aos irmãos da aliança: “Meu irmão, se Deus faz arder o teu coração, não tenha medo, envie a sua carta”. Quanto mais ele falava, mais meu coração queimava. Ali, eu tive a certeza de que iria em missão e dei entrada no meu processo junto à Comunidade. Em agosto do mesmo ano, eu fiz meu pedido formal de envio como aliança missionária, cheguei na missão de Joinville-SC em fevereiro de 2023, onde ficarei por 2 anos.
Hoje posso afirmar que quem ouve a voz de Deus é feliz! Eu precisava deste tempo em missão para ser formada, para aprofundar minha vida de oração, para amar mais a Deus, a comunidade, os irmãos e tantas outras coisas. Posso dizer que Deus cuida de tudo, nos mínimos detalhes.
Confesso que não tenho muitos desafios, mas posso partilhar que viver como comunidade de vida, cumprir um cronograma pré-estabelecido por terceiros é o que mais me incomoda, mas também reafirma meu chamado à comunidade Aliança.
A você que se sente chamado, o que eu posso testemunhar é que, se Deus te chama, Ele tem muito a realizar em você e através de você. Deixe-se surpreender por Deus. Como diz na revista Escuta de 2021: “Na medida em que abandonamos os esquemas mundanos, na medida em que vamos inflamos pela Caridade Divina e saímos de nós mesmos para espalhá-la nos quatro cantos da terra, e vamos olhando cheios de alegria a nossa meta: o céu, a eternidade! Este é o homem feliz! Esta é a mulher feliz! O resto é fantasia. Este é o caminho da felicidade!”
Ainda continua com uma profecia: “É feliz quem escuta com fé e com a vida o Meu convite”. E para finalizar, o Moysés nos convida para que generosamente digamos: “Sim, Senhor! Eis-me aqui! Eu vou! Arrasta-me e faz da minha vida um instrumento da Tua glória. Faz-me uma testemunha alegre da Tua Ressurreição! Faz-me uma brasa viva, inflamada pela Caridade Divina! Faz-me sair de mim e me torna alimento para meus irmãos!”
Esta passou a ser a minha oração, que se renova no hoje da minha vida, e que desejo que se renove sempre! Shalom!
Laena Lima, Aliança Missionária