Chamo-me Ruyter Júnior, tenho 19 anos, e sou acadêmico de Direito.
Antes do Acampamento de Jovens Shalom (Acamp’s) eu pensava que era realmente feliz, mas nós nos contentamos com a luz do fogo enquanto não conhecemos o Sol, pensamos estar bem mas existe mais para conhecermos, deixamos a beleza da vida passar e não abraçamos. Eu sou jovem e tive muitas dúvidas na vida, mas acreditava na minha felicidade e que eu estava completo, só que ao ter a experiência no Acamp’s percebi o quanto me faltava pra me preencher, e lá mesmo fui muito preenchido, muita coisa em mim mudou, foi inesquecível.
Sempre fui católico, mas isso não me deixa mais limpo que os outros, na verdade a queda foi maior pois percebi que servia a Deus de forma errada. Recebi vários convites mas todos eu negava, e realmente sem esperar mais nada, dizia um ‘não’ bem seco, com a convicção de que não queria, estava longe de grupos e só ia às Missas. Minha alma sofria com isso, estava triste e algumas coisas na vida não faziam sentido, ela precisava daquilo, mas minha carne achava que não, minha carne gostava desse ócio e essa imaturidade, as vezes ficar deprimido pelo mínimo, pelo nada, e eu ficava confuso. No fim acabei dizendo sim, não poderia mais fugir, pois além dos convites, minha própria mãe havia me pedido pra ir.
Eu não gostava de me divertir daquela forma, de festa e barulho, nem de gincana, e mesmo conhecendo muita gente, no começo ainda me sentia muito só, as vezes eu ria mas quando parava para pensar não me sentia tão feliz. Mas com o passar do tempo fui percebendo a presença de Deus, fui me abrindo, e o que que eu havia passado que me doía a carne não era mais nada, tudo saia com as lágrimas e a felicidade me cobria, como se dentro de mim as coisas fossem se completando. Poderia passar dias escrevendo mas minhas palavras não fariam justiça aos sentimentos de estar ao menos um minuto na presença de Deus.
Lembro que na missa da primeira manhã me entreguei ao choro na homilia, o Padre contava a história de um menino, ‘feinho’, fraquinho e magrinho, que estava com medo de andar de bicicleta, mas o seu pai disse para ele olhar para frente e pedalar, isso diversas vezes, olha para frente e pedala, o menino estava com medo e o pai dizia o mesmo, olha para frente e pedala, e me vendo ali comecei a chorar e não parava, não lembro o porquê, mas chorei e as dores estavam passando, e soluçando como criança me entregava ao Pai e me encontrava mais uma vez com ele, foi lindo, um sentimento renovado, descobri o amor perfeito mais uma vez.
Não foi o primeiro anúncio de Deus pra mim, mas foi o primeiro do Shalom, me encontrei de uma forma única com o Pai, pude sentir mais naquele carisma. Minha alma que entrou dando os últimos suspiros saiu feliz e cheia de amor e paz, ela ressuscitou pois não existia mais dor, ainda haviam cicatrizes, mas estava viva.
Um final de semana e eu não era mais o mesmo as coisas no mundo ainda estavam do mesmo jeito mas eu estava diferente, estava bem, estava em paz. Depois dali ainda tive que lutar comigo mesmo para continuar, e no fim me decidi a estar sempre nesta paz com Deus, e graças a ele ainda estou, ainda vivo a felicidade ‘dos primeiros anúncios’ pois o Shalom do Pai ainda vive em mim.
Estou em paz fazendo parte da Obra da Comunidade, e agradeço pelos que me convidaram e pelos que não desistiram de mim, não sabia onde estaria agora se o Senhor não houvesse agido neles também. Sou muito feliz, e se você que estiver lendo meu breve testemunho nunca passou por isso, espero que um dia sinta, é uma experiência incomparável, e uma alegria inexplicável.
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