O meu nome é Lucas e tenho 23 anos. Cresci em uma família bem estruturada (eu, minha mãe e meu pai) e fui muito amado desde cedo. No entanto, não tive educação dentro da Igreja Católica.
Apesar disso, meus pais conseguiram cumprir com a missão deles de me ensinar sobre o amor e sobre o respeito ao próximo. Ambos sempre foram próximos como casal (meu momento favorito era quando estávamos os três na sala, no domingo à noite. Eu me sentia em paz, me sentia a pessoa mais segura do mundo). Tinha uma amizade muito boa com o meu pai, ele sempre foi muito presente na minha vida. Meus momentos favoritos com ele aconteciam quando ele ficava desempregado (risos), pois ele permanecia mais tempo comigo.
Uma reviravolta
Aos 12 anos, tudo mudou. Perdi meu pai em um acidente de serviço, e desde então comecei a, de fato, duvidar da existência de Deus em meio a este trauma (não tive muito acesso a Igreja, mas ainda existia uma segurança de acreditar que existia alguém me olhando e cuidando de minha família antes deste acontecimento). No entanto a partir do momento em que passei a me sentir mais inseguro sem o meu pai comigo, deixei de acreditar em Deus e passei a escolher um caminho fácil a seguir, aproveitando os prazeres da vida.
Uma amizade que apontou o Amor
Aos meus 14 anos, nos mudamos para uma outra cidade por questões de praticidade para minha mãe. Naquela cidade, conheci um amigo e Deus se utilizou dele para curar meu coração daquele trauma recente da perda do meu pai. Eu não tinha muitos amigos na época, até porque antes do acontecido meu único amigo era o meu pai. Por meio desta amizade, fui forjado, aos poucos, e passei a acreditar no amor e no companheirismo novamente.
Alguns anos se passaram. Surgiu um retiro kerigmático na paróquia da minha cidade e este meu amigo me convidou. Fiquei bem resistente no início, pois acreditava que tudo aquilo era muito clichê. Achava que as pessoas da Igreja iriam manipular o meu psicológico, mas por amor a este amigo decidi aceitar o convite. Chegado o dia do retiro, eu estava bem nervoso, e quanto mais a noite se aproximava, mais eu ficava me questionando se valeria realmente a pena.
Pai e filho novamente
Ao entrar no ônibus em direção ao local do retiro, eu já sentia que aquele final de semana iria mudar a minha vida. Ao chegar lá, permaneci bem rígido, olhava o pessoal sorrindo e ainda achava tudo uma grande besteira (na época eu era bem orgulhoso), então estava eu ali, com minha jaqueta de couro e um coração de pedra.
Sábado chegou e tivemos um momento de adoração. Como eu não conhecia a Igreja, não sabia o que era Eucaristia, então fiquei somente olhando aquele pessoal ajoelhado em volta de um negócio de ouro ali. No entanto, naquele mesmo dia (06/09/2014), Deus me reapresentou um amor paterno que eu não sentia há muitos anos, por meio de uma pregação nomeada Pais e Filhos. Me senti como o filho pródigo que retornava, a pessoa mais amada do mundo, e vi que minha vida tinha um sentido. Era como se aquela segurança do domingo de noite com meus pais estivesse retornando.
Após aquele final de semana, minha visão de mundo mudou, pois eu sabia que não estava sozinho. Cheguei na Igreja sem saber rezar o terço ou ao menos uma Ave Maria de uma maneira decente (achava sensacional quem o fazia). Mas decidi permanecer.
Da paróquia ao Carisma Shalom
Após frequentar a paróquia durante alguns anos, comecei a desenvolver amizades que me levaram a entrar numa profundidade maior sobre o que se diz respeito à paternidade divina. Fiz até duas ou três pregações ali, mas fazia parte de um grupo específico de amigos que tinha mais em comum do que os outros: nos questionávamos bastante nas nossas reuniões em grupo se o nosso desejo de querer viver com mais radicalidade o Evangelho não eram, na verdade, uma sede de vivenciar o Carisma Shalom.
Naquele tempo, íamos direto para a Canção Nova fazer os nossos retiros e ainda permanecíamos com uma sede maior, sempre que voltávamos. Até que em 2017, conhecemos o Centro de Espiritualidade Santa Teresa (CEST), que pertence ao Shalom, e fizemos o Curso Tecendo o Fio de Ouro, um itinerário de cura interior profundo.
Identidade e vocação
Após frequentar o CEST, nós nos identificamos de uma maneira inexplicável com a espiritualidade Shalom, e a sede era tanta, que começamos a beber mais e mais daquela fonte, fazendo com frequência os retiros que a casa oferecia. Foi então que um dos meus amigos daquele ciclo entrou em um grupo de oração da Comunidade Shalom.
Pouco tempo depois, também entrei em um grupo de oração de lá, depois de participar do Reviver (retiro de carnaval do Shalom) de 2019. Naquele grupo, fui sentido o chamado de Deus para um caminho vocacional. Hoje sou vocacionado da Comunidade Católica Shalom e não vejo mais a minha vida sem seguir a vontade de Deus! Ele pode tudo transformar.
Lucas Alecrim
Vocacionado | Shalom de Santo Amaro