Vem de longe, vem dum lugar profundo, vem dum espaço desconhecido até para mim mesma. Vem daqui de dentro. Vem de mim. A menina. A menina, ela mora aqui, num coração pequeno e grande, fraco e forte, delicado e violento. E ela diz que se sente ainda mais inteira quando se assume despedaçada.
É sobre saber perder que eu quero escrever. Sobre se assumir fraca. É sobre chegar àquele cansaço, àquela exaustão psicológica e emocional, àquele reconhecimento de: eu não posso mais. E saber pedir ajuda. É assim mesmo: quem é menina, precisa de colo, precisa de braços.
É sobre sensibilidade que eu quero escrever. Esse trovão barulhento, esse choro escandaloso de quem sente demais. De quem ainda não tem estrutura para lidar com a perda, com a morte, com a saudade, porque é pequena, sim. Mas também de quem se derrama, quem dá tudo de si em cada gesto, quem quebra o vaso dos melhores perfumes porque tem alma transbordante. E deixa o aroma invadir.
É sobre o amor que eu escrevo. É sobre olhar para quem enxerga: para aquele Amor que não julga e chama delicadamente pelo nome. Aquele amor que vê as lágrimas e se comove até às entranhas, porque sabe o que sou. Um vaso de argila, mesmo. Um vulcão, que vive de chamas ardentes, por isso Ele acolhe assim, e lança ainda mais fogo, e queima tudo, até que transforme numa coisa só: amor.
É sobre Madalena esse texto. É sobre o triunfo das mulheres intensas. É sobre essa menina que se lança aos pés dAquele que transforma fraqueza em força. É sobre quem chora, quem fica aflita, quem se reconhece falha, frágil, e às vezes com uma dor de gente estilhaçada, e chega em soluços diante de quem sente o que ela diz (“Oh mestre, se tu estivesses aqui…”).
Mas é também sobre a menina-mulher que aguenta firme na Cruz, enquanto todos fogem! É sobre essa força avassaladora. A fidelidade eterna. E porque é a última a desistir, é a primeira a encontrar descanso.
A apóstola dos apóstolos volta e meia aparece por aqui, nesse lugar profundo e quase desconhecido em mim, dizendo “mulher, por que choras?”. Depois pega a menina pelas mãos e sussurra baixinho aquilo que aprendeu com seu mestre: agora vai, anuncia!
Que Jesus Cristo vive. E está bem perto.
Que lindo texto, estou vivendo um pouco do que está neste texto, muito lindo, mim emocionei, parece que foi para mim, muitas coisas que está no texto!
Texto maravilhoso que conexão….👏
“Ó Mestre, se tu estivesses aqui” não é uma fala de Madalena…
Cara Mariana, obrigada pelo comentário; nesse caso não se trata de um referência bíblica, mas algo que no contexto do texto poderia ser dito por Madalena.
Shalom!
Meu Deus quanto bom sentir o teu amor através deste texto dissipa do nosso coração toda a carência de mulher ferida no emocional e transforma nossas lágrimas em amor para com o próximo.
Que texto incrível!!! Emocionante!