Extra! Extra! Agora ficou fácil fazer notícia. Não precisa checar nada. Basta ficar atento às redes sociais e compartilhar um texto ou uma imagem com o seu ponto de vista. Aproveitando a nova tendência da pós-verdade, a produção de informação falsa não para. Ela vai da política ao futebol, passando até pela fé de um povo.
No universo das “fake news”, não é preciso nenhum método jornalístico para escrever uma história. Ela na maioria das vezes já vem pronta. Apesar de ter mais cara de opinião, acaba se passando por informação. O pior de tudo é que o povo – geralmente sem saber – acaba compartilhando e aumentando o alcance do conteúdo deformado.
Fazer da parte o todo é a principal estratégia dessas notícias nocivas que, em vez de serviço público, oferecem desinformação. Além das palavras, podem ser descontextualizados, para gerar informação falsa, os objetos mais comuns, por exemplo, botão, camisa, caneta, etc. Nada se perde na fabricação de pseudo-conteúdo.
Foi o que aconteceu recentemente com a Comunidade Católica Shalom, quando a foto de um homem usando uma camisa com a palavra “Shalom” foi pretexto para indicar uma suposta posição política da instituição.
O real posicionamento de uma instituição só pode ser divulgado pelos canais oficiais que ela utiliza (site, redes sociais, revistas, pronunciamentos, etc.). Quando uma opinião é atribuída a um grupo, a uma comunidade ou mesmo a um pessoa em canais que não são seus, é fundamental estar alerta, pois, provavelmente, se trate de informações errôneas disseminadas – em algumas situações – intencionalmente. Antes de compartilhar ou até mesmo antes de curtir, verifique se o mesmo posicionamento pode ser encontrado facilmente em alguns dos meios de comunicação oficiais da instituição.
É preciso estar atento ao que passa pela sua linha do tempo no Facebook, Twitter e também Instagram, pois, como no caso citado, até foto vira “fake news”. Sobre o assunto, o Papa Francisco explica que “as notícias falsas revelam a presença de atitudes simultaneamente intolerantes e hipersensíveis, cujo único resultado é o risco de se dilatar a arrogância e o ódio”. Ainda de acordo com o Santo Padre, a paz é a verdadeira notícia que deve ser compartilhada.
Identifique as “fake news”
Três passos podem ajudar a reconhecer essas notícias faltas. O primeiro é a verificação da fonte, ou seja, analise se o site em que a matéria está postada é confiável. O segundo é a pesquisa em outros sites, também confiáveis, sobre o mesmo assunto abordado na notícia. O terceiro é observar se a notícia está assinada por um autor – “fake news” dificilmente são assinadas –, caso esteja, vale a pena fazer uma pesquisa sobre quem assinou.